Capítulo IV

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— Mensagem do Almirantado, capitão! — Avisou o telegrafista com um pequeno papel nas mãos.

— Enfim… Chegou as ordens do barril de cerveja. — Hoffman disse e logo depois olhando a mensagem. O comandante chamava o Almirantado Britânico de barril de cerveja, o motivo era que o mesmo era uma pessoa gorda.


— É apenas isso, senhor Sweeney?

— Só isso, senhor! — Respondeu o telegrafista Sweeney.

— Está bem. Agradeça a ele e questione sobre a tal escolta que ele irá mandar. — Ordenou o comandante, devolvendo o papel a ele.

— Sim senhor!

O jovem Sweeney se retirou e o quinto oficial adentrou na ponte de comando.

— Mais uma mensagem do Almirantado, senhor? — Questionou o oficial.

— Infelizmente sim, senhor Townsend… Esse almirantado está me tirando do sério.

Townsend sorriu.

— Às vezes, eu acredito que ele está do lado dos alemães e não do nosso lado!

— Igualmente! — Respondeu o capitão e fitando o imenso oceano.

— Irei me retirar, se houver algum problema me chame e fique atento aos periscópios! — Ordenou Hoffman, saindo dali.

— Sim senhor.

[…]

Muito longe do Queen América, se encontrava um submarino alemão que rondeava o Atlântico Norte em procura de um navio de passageiros ou até mesmo hospitalar. Esse submarino fora ocorrência de mais de dez embarcações de carga, hospitalar e comercial. Era nada mais, nada menos, do que o U-380. Um submarino que alcançava até 15 nós (26 km/h) e portava uma grande quantidade de munições e torpedos. No comando estava o Korvettenkapitän Rudolf Gustloff, ele estava procurando uma única embarcação que portava uma carga de munições e moedas de ouro, ele era o Queen América. Vários tripulantes estavam no convés e de lá – inutilmente – tentavam avistar o navio de três chaminés.

— Encontrou algo? — Gustloff perguntou, após sair do submarino.

— Não, nada senhor! — Respondeu o imediato.

— Continue procurando, Hartenstein… Precisamos encontrar ele! — Ordenou o comandante alemão.

— Ele? Ele quem?

O capitão olhou para o seu imediato com um olhar de malícia e sorriu maldosamente.

— O Queen América!

Hartenstein e Gustloff soltaram várias risadas.

[…]

Horas depois do café da manhã ser servido aos passageiros, o jovem doutor Noah seguia em direção a biblioteca do navio e indo se encontrar com Elena. Ele usava um belo sobretudo marrom, um chapéu de cor preta, acompanhados de seus belos cabelos castanhos e em suas mãos estava um pequeno caderninho de anotações, acompanhado de um lápis. Quando o mesmo adentrou na biblioteca, avistara a bailarina sentada em uma poltrona e lendo um livro, que aparentava ser de Morgan Robertson. Um avião de papel foi lançado de trás de uma coluna, o pequeno avião voou e voou, até que acertou a testa da jovem que se assustou, olhou para todos os lados na procura de quem lançou aquele objeto e decidiu abrir a folha, onde a bela caligrafia estava lá.

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