Capítulo XII

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SS Queen América
Rumo à Halifax
01 horas e 15 minutos


As ondas eram altas e balançavam o pequeno navio de um lado à outro, fazendo tudo cair ou sair do lugar. Os oficiais permaneciam em seus postos na ponte, enquanto o timoneiro Ellerman apavorado manipulava o timão suavemente. As luzes de navegação do Queen América estavam apagadas e ele navegava no escuro, soando apenas o apito à cada cinco minutos – para alertar alguma embarcação que vinha em sua direção. No cesto da gávea, os vigias tomavam chuva e estavam começando a ficar resfriado, no entanto, logo foram substituídos por outros vigias. Os oficiais estavam em silêncio e muitas das vezes, contemplavam raios cortando o céu escuro.

— Esperamos que a terra não esteja muito perto. — Comentou Collins. — Ou iremos sucumbir nas ondas.

O oficial Whitmore – que estava em seu posto – permaneceu em silêncio e continuou a observar o mar.

— Não devemos parar e organizar a carga? — Perguntou o sexto oficial Thompson. — A fim de não causar atraso durante a parada em Halifax?

— Não vejo necessidade nisso, senhor Thompson. — Isso fará com que nos atrasamos na chegada. Portanto, lembre-se que não queremos isso para a companhia.

Thompson assentiu e o silêncio permaneceu ali.

— Mantenha essa rota, Ellerman. — Ordenou o primeiro oficial. — Qualquer coisa avise-me, Collins.

— Entendido, senhor.

O primeiro oficial se retirou e seguiu em direção à sala do telégrafo, onde decidiu verificar se houve alguma coisa de errada.

...

|Música: The Portrait/Rose Theme - James Horner|


Já era tarde da noite, todos já estavam dormindo em suas camas quentinhas, enquanto Elena e Noah, brincavam e soltavam altas risadas com comentários engraçados. Ambos estavam tão feliz que não se importavam se o navio balançava e atirava eles para as paredes dos corredores. As risadas eram quase altas e incomodava alguns passageiros que queriam dormir. Entre eles Jack – o próprio melhor amigo de Zinavoy.

— Vocês querem se calar? — Jack perguntou na porta de sua cabine e irado com aquilo. — Eu estou quero dormir.

Depois o rapaz voltou para dentro de sua cabine, arrancando risadas baixinhas de Noah e Elena. Ambos seguiam para cabine – onde dormiam. Logo, eles chegaram na porta da cabine e Noah começou a procurar a chave.

— Não vejo logo a hora de sair deste navio e ser livre pelo mundo. — Disse Elena, com um sorriso bobo no rosto. — Já que com minha mãe, eu era uma prisioneira e teria que seguir o que ela queria.

Noah abriu a porta da cabine e olhou fundo nos olhos da bailarina, os olhos dela brilhavam e faziam Zinavoy ficar mais nervoso.

— Agora você pode ser quem você quiser. — O doutor se aproximou. — Pois, está completamente livre de sua mãe.

Elena sorriu.

Ambos se aproximavam um do outro, até que eles decidiram entrar – pois ninguém podia flagrar eles ali. Quando entraram e fecharam a porta, os mesmos sentimentos que sentiam segundos atrás, voltaram a serem nítidos em seus corpos. A bailarina se aproximava mais do doutor, até que ambos sentiam a respiração um do outro, os lábios foram se aproximando um do outro e Noah queria, mas não sabia se Elena também queria. Uma onda atingiu o navio e balançou tudo, até mesmo a cabine de Noah que fez com que o corpo deles se trombasse. O doutor acabou segurando na cintura da bailarina e a mesma se segurou em seu casaco, ambos estavam na parede e sorriram ao lembrarem das coisas, que estavam dizendo à algumas horas atrás. Ambos se entreolharam e se aproximaram mais e mais. Até que os lábios de Noah se uniram aos de Elena, formando um beijo calmo, romântico e suave. As mãos do doutor se encontravam nas costas da garota, enquanto as mãos da bailarina estavam pousadas sobre o ombro do rapaz.

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