Capítulo X

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21 de outubro de 1916
Costa canadense, 08h40min


- Temos que encontra-lo o mais rápido possível!

A bordo do U-380, o capitão Gustloff calcula cautelosamente a quantidade de munições e torpedos. Onde totaliza em 300 cápsulas de balas e quatro torpedos restantes, apenas dois podia afundar o Queen América em dez minutos, mas Gustloff queria algo mais horrendo e com poucas horas de duração. O navio iria se encontrar com o U-380 provavelmente na faixa das 20 horas - segundo os planos de Gustloff - e seria um ataque surpresa. De todos ali, Rudolf era o mais cauteloso com o submarino e sempre se preocupava com as munições.

- Diga-me que podemos afundar o Queen América com apenas três torpedos! - Pediu Hartenstein - Pois, se não podemos, iremos voltar para a Alemanha e se recarregar com munições.

Hartenstein era um imediato rígido e muita das vezes queria apenas afundar navios civis - por exemplo, de passageiros britânicos ou franceses - o imediato era sempre um oficial que muitos dos capitães queriam em sua tripulação. Gustloff foi auxiliado por Hartenstein para não ter pena dos britânicos, pois assim eles podiam perder a guerra - segundo o oficial.

- Não podemos voltar ou seremos descobertos por navios de guerra britânicos e afundaremos. Iremos avisar a base sobre isso. - Gustloff disse analisando o mapa. - Lanz, mande uma mensagem ao capitão da base alemã. Diga a ele que se não afundarmos nenhum navio, iremos retornar para a Alemanha.

O telegrafista fitou o chão por um momento e logo decidiu mandar a mensagem.

- Sim senhor.

Os dedos de Lanz começaram a manipular o telégrafo, cada letra em alemão foi enviada ao comandante da base de submarinos alemães. Porém, o que eles não sabiam era que cada mensagem alemã era interceptada pelo almirantado britânico, que com uma nova técnica ficava informado de todas as ações dos submarinos. Inteligências como essa são uma dádiva que podiam desviar navios do perigo, mas devem ser usadas moderadamente ou os alemães poderiam suspeitar que seus códigos foram descobertos.


Liverpool
Sede do Almirantado Britânico
08 horas e 30 minutos


- Senhor, mais uma mensagem interceptada.

O tenente do capitão da Inteligência Naval Britânica, Herbert Smith, havia recebido uma mensagem e sempre entregava a mesma ao capitão Phinneas Price, que do seu escritório mandava ordens e mandatos aos navios e tripulantes britânicos. Desde quando soube de notícias do U-380 não teve mais nenhum momento de paz. Price era um homem rígido, arrogante e muita das vezes não se importava com os passageiros dos navios britânicos e sim pelo lucro que recebia do governo. Phinneas estava analisando algumas cartas quando chegou a mensagem.

- O que os intelectuais mandam para mim, Smith? - Phinneas acendeu o seu charuto. - Não tenho se quer mais nenhum minuto de paz nesses últimos dias.

- Eles interceptaram as mensagens do U-380 com a base alemã, onde avisam que estão com poucos torpedos a bordo. - O tenente entregou a folha de papel para o capitão. - Além disso, eles dizem que há chances de atacar o Queen América.

O comandante leu a tradução e soltou a fumaça de seu viciante charuto. Herbert pensava se dizia ou não sobre a situação do Queen América.

- Enquanto a isso, poderemos fazer isto.

O homem retirou uma folha de papel e apresentou para Price, onde tinha um mapa - pouco detalhado - da costa canadense e tinha uma série pontos que seguia em direção ao norte da costa, onde tinham o fim em Halifax. Essa era a rota que o Queen América devia seguir.

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