Capítulo XX

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Não se passava das 19 horas e 30 minutos, o Etoille de France seguia agora rumo à Nova Iorque com mais de 800 sobreviventes a bordo. O navio havia parado em Halifax às 16 horas e 50 minutos, onde ficou por cerca de duas horas e às 19 horas, zarpou rumo a América. Nesta mesma hora, Noah havia tido alta e podia sair do consultório sem pedir permissão. Elena levou o mesmo para a sua cabine – onde dividia com Mildred – e lá, ele pôde tomar um banho para poder acalmar os nervos e depois, acompanhou Elena e Mildred no jantar. Que fora servido às 20 horas e 30 minutos daquela noite. Depois do jantar, o doutor, a enfermeira e a bailarina, ficaram por ali mesmo onde escutavam belas músicas tocadas pelos músicos do navio, acompanhados de Jack, Milly e Sarah.

Entre essas músicas mais bonitas estava Tempestades de Novembro, que fora cantada em homenagem à Louise Adams, a canção foi cantada na voz de Susannah Barnes e outros sobreviventes. Depois dessa música, Jack subiu ao pequeno palanque que havia ali e foi bem recebido aos aplausos de sobreviventes e passageiros. Ele cumprimentou os mesmos e sentou-se em frente ao piano, alongou os dedos e com toques calmos e delicados, começara a tocar nas teclas brancas e pretas do piano. A melodia era nada mais e nada menos do que, “My Heart”, que era uma música de sucesso naquela época. Cada nota tocada por Jack, era uma perfeita canção para os ouvidos da plateia. Logo, com toques calmos e delicados, John encerrou a música e recebeu diversos aplausos do público.

— Vamos aplaudir o talento desse jovem rapaz. — Pediu o oficial Greenfield.

Em seguida, a plateia aplaudiu Jack, que sorriu e cumprimentou o público. Emilly sorriu e levantou-se de seu assento, correu em direção a Jack, onde subiu ao palanque com passos apressados e tomou os lábios do jovem com um beijo calmo, doce, romântico e delicado.

...


Horas e horas se passaram, até que todos se retiraram do salão de jantar e seguiram para as suas devidas cabines. Enquanto outros, se encontravam presentes no salão de fumar e na biblioteca do navio. Todos, menos duas pessoas, que se encontravam no convés da proa do navio, eles eram nada mais e nada menos do que Noah e Elena. Que mesmo com um terrível frio, eles se encontravam conversando sobre assuntos aleatórios.

— Sabe, as vezes penso e me questiono... Porquê você teria que se casar com ele? — Noah perguntou olhando para ela com um olhar de preocupado. — Porquê teria que ficar com aquele monstro?

Elena abaixou a cabeça e soltou um suspiro.

— A resposta é muito óbvia, Noah! — a bailarina respondeu. — Eu me casaria com ele por duas únicas coisas, chamadas dinheiro e riqueza!

Ela ousou-se em olhar no fundo dos olhos do doutor.

— Entendo! — ele abaixou o olhar meio pensativo. — Mas como esse seu pesadelo começou?

Elena soltou um suspiro e olhou para o convés deserto.

— Acho que você não vais querer saber de uma história boba... De uma jovem de apenas 22 anos.

Noah olhou para ela e apertou a sua mão.

— Sim, eu quero saber... Conte-me tudo.

— Está bem! — Elena pôs as mãos nos joelhos. — Tudo começou em novembro de 1914, quando Matthew fora até a nossa casa em Liverpool e fez uma visita para o meu pai. Porém, quando ele disse que era herdeiro do magnata do aço de Pittsburgh, tudo mudou a partir dali. Ele ficou completamente obcecado por mim e meus pais, me forçaram a ficar com ele, mesmo eu odiando Matthew. Meses depois eu fui obrigada a morar com ele!

— E o que aconteceu depois?

— Bom, quando completamos três meses de namoro, Matt começou a demonstrar o seu lado obscuro e criou ciúme de mim. Os seus ciúmes circulavam entre meu próprio primo, de segundo grau, Eduardo Martinez. — Elena disse. — Eu deixei de ter amizades fortes e passei a viver sob ciúmes exagerados de Matthew. Acredita que eu não podia falar com nenhum amigo nem por telefone.

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