Capítulo VI

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Não se passava das 20 horas e 50 minutos, todos estavam se dirigindo em direção ao salão de jantar, menos a família Torres e o herdeiro Wormwood. Elena ainda permanecia dormindo e logo acordara atordoada, se levantou, passou a mão no rosto e ajeitou o cabelo. Mas algo estranho está acontecendo, Leonor, Ernesto e Matthew ainda estão ali e conversando, mas sobre o quê? A bailarina desconfiou e se levantou de sua cama com cautela, se aproximou da porta e tentou escutar a conversa.

— Aquele doutor precisa ter um fim! — Exclamou Ernesto, apresentando o seu ódio por Zinavoy.

— E logo! — Matthew completou.

— Se você quiser paz com Elena, mate o doutor e depois esconda o corpo, com as provas! — Ernesto acendeu o seu cigarro. — Mate ele antes de aportarmos em Halifax, assim poderá retirar o corpo do mesmo com a carga e ninguém desconfiará disso!

Matthew sorriu maldosamente acompanhado da malícia.

— Assim ele ficará longe dela para todo o sempre. — O herdeiro sonhou.

— Isso não é uma boa ideia, acho melhor dar uma boa lição nele e não mata-lo, ele pode ter filhos e esposa esperando por ele em Nova Iorque! — Leonor tentou mudar a ideia dos dois homens.

— Ora Leonor… Fique calada, pois, assim você se apresenta melhor! — Ernesto repreendeu a esposa.

Elena estava atrás da porta de seu quarto, escutou tudo e ficou assustada e preocupada com a situação de Noah. Mas ela acabou se atrapalhando e sem querer fez a porta ranger, o barulho da porta foi bastante alto e ecoou em todo a sala em que eles estavam presentes. Agora Elena seria descoberta. Matthew desconfiou e rapidamente se aproximou da porta, a bailarina sem saber o que fazer se atirou contra a cama e fingiu estar dormindo sossegadamente. Wormwood adentrou no quarto e olhou em todos os lados na procura de alguém. Certamente, não havia ninguém se escondendo ali. Então ele se aproximou de Elena, verificou se a mesma estava dormindo mesmo e depois depositou um beijo em seu rosto.

— Boa noite, meu amor!

Depois o mesmo se retirou sem mais nenhuma palavra. Elena pôde escutar as solas do sapato de Matt irem em direção à sala de estar. Ela abriu apenas um pouquinho o seu olho e tentou ver se Matthew estava ali. Sucesso, ele não estava. Elena limpou o local em que Wormwood beijou com a mão, mas com a expressão de nojo em sua face.

— Idiota! — Ela sussurrou.


Horas mais tarde depois daquela conversa, todos estavam dormindo – até porque se passava das 01 horas e 30 minutos da madrugada – em suas camas quentinhas e confortáveis. Menos Elena. A bailarina sofria com o ronco e os mexe e mexe de Matthew sobre a cama, isso quando ele não delirava e falava várias vezes durante a madrugada, além disso, algumas vezes ele era sonâmbulo e presenteava Elena com vários problemas. A bailarina não parava de pensar no plano em que Wormwood iria colocar em prática, possivelmente no dia seguinte e ela deveria avisar Noah antes que seja tarde demais. Com bastante cautela, ela se levantou da cama, marchou em direção a porta – porém teve que passar pelo quarto de seus pais e de sua empregada Hilda, antes de chegar na porta de saída da cabine.

Elena ainda estava com o mesmo vestido rasgado do dia anterior, porém não se importou de troca-lo. Ela logo saiu da suíte, seguiu em direção a cabine de número 55 no convés C. A bailarina estava de frente com a porta da cabine de Noah, ela estava nervosa e antes de bater na porta, soltou um suspiro bem pesado. A donzela torcia para o doutor estar acordado e certamente ele estava.

— Olá! — Cumprimentou o doutor em tom de voz baixo.

— Oi! Não imaginava que poderia estar acordado nessas horas! — A bailarina sorriu.

— Eu já havia tido algumas horas de sono, porém um pesadelo me despertou e isso não se passa de dois minutos! — O doutor indagou.

— Entendo.

Elena fitou o corpo do doutor dos pés a cabeça, encarando o físico um pouco definido do jovem e os cabelos não estavam penteados, mas se destacavam com a franja de cor castanha jogada na testa. A garota percebeu que ele também fitou o seu corpo e percebeu que ela aparentava não estar bem, pois os cabelos da mesma estavam desgrenhados e embaraçados, simbolizando que ela teve um surto de raiva. Elena e Noah se fitaram por alguns segundos e até que a mesma decidiu indagar.

— Preciso conversar com você e tem que ser agora!

— Está bem. Vamos entre! — Noah abriu um pouco mais a porta e permitiu que Elena entrasse. — Sinta-se à vontade.

— Obrigada!

Elena adentrou no local e Zinavoy fechou a porta. A bailarina encarou as paredes da suíte, a cama e um baú que tinha ali. Ela permaneceu-se de costas para o doutor e soltou um suspiro, por estar tão nervosa. Ela deveria fazer aquilo ou seria tarde demais.

— O motivo que vim a essas horas é muito difícil de dizer. — Elena começou. — A minha família me força eu a me casar com Matthew para melhorar as situações financeiras da família. Porém, Matt é muito ciumento e sente ciúmes de mim com você!

Noah assentia e escutava tudo.

— Meu pai e ele estão tramando de matar você… Caso você não se ficar longe de mim, por isso eu vim lhe avisar o mais rápido possível ou seria tarde demais.

— Elena, você precisa fugir desse homem ou você mesma poderá ser morta por ele. Afaste-se dele, por favor. — Noah pediu para a mesma.

— Eu não posso… Estou condenada a me casar com ele de todas as maneiras!

Noah assentiu novamente e abaixou a cabeça.

— Entendo perfeitamente.

— Mas há um grande problema... Olhe! — Elena esticou a sua mão que tremia para Noah, que pegou a mesma com às duas mãos.

— Minha mão treme bastante toda vez que fico perto de você, minhas pernas ficam bambas quando estou há menos de dois metro de ti. Quando escuto sua voz, sinto um arrepio por todo o corpo e toda vez que menciono o seu nome... Meu coração palpita mais forte! — Declarou-se Elena, sentindo Noah alisar a sua mão. — Eu não posso te olhar, te tocar, te mencionar e nem pensar, sem que Matt fique com ciúmes e põe limites em mim.

Noah olhou no fundo dos olhos dela e continuou a ouvir a mesma.

— Sobre a sua velha pergunta... Eu não amo o Matt, eu odeio ele de todas as formas e maneiras. — Elena deixou uma lágrima solitária descer de seu rosto. — Eu tento fugir dele... Mas não consigo, sou fraca demais para ele, por isso preciso que me faça um favor.

— Não venha me procurar ou você morrerá, por favor faça isso. Pois, estou apaixonada por você!

Elena declarou-se com os olhos marejados e Noah olhou para ela com os olhos que estavam brilhando. A bailarina olhou para as suas mãos e puxou a mesmas das do doutor, se retirou dali sem nenhuma palavra deixando o doutor com lágrimas descendo de seus olhos castanhos. Zinavoy não podia acreditar no que Elena havia acabado de dizer, ela estava apaixonada por ele e ele por ela. A bailarina seguiu pelos corredores, com os olhos marejados e se dirigiu em uma única direção, sua cabine, onde se deitou ao lado de Wormwood e ali chorou em silêncio, até que finalmente adormeceu...

Boa noite, Elena Torres!

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Capítulo meio curto, mas é um capítulo um pouco importante nesta história... Enfim, será que eles vão ficar juntos? Eis a questão agora por diante.
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Bom, nos encontramos no próximo capítulo... Adios!

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