Capítulo VII

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Amanhecera o dia 19 de outubro de 1916, o sol reinava no alto do céu e brilhava todo o oceano, incluindo o Queen América, que seguia sem nenhuma bandeira britânica hasteada e sim uma bandeira americana. O assunto que circulava a bordo não era nada bom, pois se tratava do ataque do U-380 na costa canadense e perto da costa americana. Isso fazia com que todos ficassem nervosos, receosos e temidos. Diferente de muitos, o doutor Noah não estava preocupado por causa disso e sim por causa de que se aproximasse de Elena ele iria morrer. Mas o coração do doutor não aguentava ficar sem ver a bailarina, por isso, ele devia vê-la pelo menos por alguns segundos. O doutor não estava nada bem ele sentia algumas dores de cabeça, o motivo devia ser porque ficou a noite inteira acordado e deprimido pela situação dele com Elena.

— Anime-se Noah! — Pediu Jack, vendo o rapaz com um semblante de tristeza.

— Me animar? Não consigo. Não posso ficar longe de Elena, pois estou loucamente apaixonado por ela e eu não consigo esquecer dela! — Noah respondeu.

— Ela te fez alguma coisa? Ela te rejeitou? — John indagou, preocupando-se com o seu amigo.

— Não Jack... Acontece é que Matthew criou um forte ciúme de mim com ela, então ele está planejando me matar!

— E você está com medo?

— Não! Pois, quem sempre planeja e não age, nunca faz absolutamente nada!

— Isso mesmo Noah, por isso aconselho que converse com ela sobre isso e nunca tenhas medo de Matthew Wormwood. Ele é um idiota! — Jack disse.

— Obrigado, Jack. Farei isto mesmo!

Noah abraçou o mais novo com força e ambos com belos sorrisos no rosto. Jack sempre ajudou Noah em várias coisas, como relacionamento e negócios financeiros. John nunca deixou Noah de lado e sempre lhe dava atenção quando o mesmo precisava, muitos julgavam que ele e o doutor eram irmãos, mas, na verdade, são melhores amigos desde os 15 anos. Zinavoy sabia o que devia fazer para conversar com Elena, mas como ele iria se aproximar dela? Como ele iria chegar perto dela sem ser percebido por Matthew, Leonor e Ernesto? Essa era a questão que fazia ele ficar confuso. Até que...

— Jack, pode me ajudar em uma coisa?

— Claro que sim... Em que lhe posso servir? — Perguntou o rapaz em tom simples.

— Quero que me arrume um uniforme.

Jack ficou confuso. Porém, queria não acreditar no que Noah estava realmente querendo fazer.

...

— Será mesmo que isso vai funcionar, Noah?

— É claro que vai! Acredite em mim, eu irei conversar com ela, de um jeito... Ou de outro! — Disse o doutor. — Então, como eu estou?

Jack olhou o doutor dos pés a cabeça e sorriu, encarando o uniforme que o mesmo vestiu.

— Perfeito Zina.

— Não me chame de Zina e sim de... Benson, de senhor Benson! —

— Está bem... Senhor Benson! — Respondeu o mais novo.

— Boa sorte, Noah! — Desejou John.

— Obrigado, Jack. — Indagou o doutor, seguindo pelo corredor.

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