Dark Paradise {Choni Version}

29. O Reencontro

POV Cheryl Blossom

Flashback on

Uma semana antes

Breathe deep, breathe clear
(Respire fundo, respire claro)

Eu ouvia a voz suave cantarolar, uma força descomunal eu estava tentando fazer, estava perdida em algum limbo talvez? Parecia um limbo, tudo era torturante, o frio, a voz suave que parecia preocupada, o cheiro de álcool e menta que estava pairando no ar, aquele cheiro...

“Vamos, Cherry, você consegue” Cherry?

Senti uma mão macia tocar minha pele, eu não sabia exatamente onde era o toque, eu apenas estava sentindo.

Know that I'm here
(Saiba que eu estou aqui)

Waitin'
(Esperando)

Tudo está muito confuso. Eu sei que Toni está aqui, mas por que eu não consigo vê-la? Por que eu não consigo tocá-la? Apenas conseguia sentir sua presença, sua voz, seu cheiro. Estava presente em tudo. Senti meu coração bater mais forte, aquela voz rouca me fazendo sair de mim. Uni todas as minhas forças e por uma fração de segundos posso dizer que consegui mover minha mão. O que diabos estou fazendo aqui?

“Cherry, Cherry” Disse ela afoita.

A senti acariciar meus cabelos. Eu queria gritar, eu queria dizer a ela que estou aqui, que sou eu.

“Por favor, você fez isso? Cherry, por favor, faça de novo, eu estou aqui.” Como que em resposta, apertei novamente sua mão só que com mais força.

Toni, me tira daqui, estou com tanto medo. Meu subconsciente gritava.

“Cherry... Não é um sonho” Não, não é um sonho, apertei novamente sua mão, mas dessa vez mantive o aperto indicando que eu estou aqui eu quero sair disso.

Comecei a sentir sua mão suar e tremer “Meu Deus... Cheryl... amor....... vai ficar tudo bem, eu já volto” Não, eu não a queria longe de mim, tentei apertar novamente sua mão, tentar prendê-la a mim, mas, era tarde demais, ela já havia ido trazendo o medo novamente.

Ouvi o barulho de uma porta se abrir, passos e vozes vieram em minha direção.

“Eu tenho, eu juro” A voz se fez mais presente, não era mais apenas um sussurro, então pude ter certeza de quem se tratava e de que não era de fato um sonho. “Cherry, mostre para ela, meu amor, nos deixe te ajudar”

 “Meu amor” Essa frase fez meu coração disparar, imediatamente apertei a mão de Toni “Tudo bem, vai ficar tudo bem”. Sua mão passou pelo meu rosto fazendo uma carícia gostosa “Cheryl, Cheryl, está me ouvindo?” As palavras estavam presas em minha garganta “Olha para mim” Dizia a morena me incentivando a sair disso tudo. Lentamente minhas pálpebras foram se abrindo, a luz forte me obrigou a forçar a visão, tudo estava turvo “Cheryl, está tudo bem?” Olhei para a morena com dificuldade, mas mesmo assim era possível ver seus olhos.

- Toni – Sussurrei com a voz rouca, minha garganta ardia.

A enfermeira repentinamente a tirou de perto de mim, eu queria gritar e pedir para deixá-la ao meu lado, mas não conseguia, minha voz não saia.

Um alvoroço se formou a minha volta, eu não entendia, não sabia onde estava, mas, algumas mulheres e um senhor se aproximaram de mim, minha visão estava melhor, meus sentidos estavam melhores, deduzi que fossem médicos, não estava entendendo porque estava em um hospital, tudo ainda estava confuso, mas ainda não tive tempo de perguntar, pois me encheram de perguntas do tipo "como se sente?" ou "se lembra de algo?". Depois de um bom tempo me analisando, o médico me explicou tudo o que aconteceu, eu mal percebi, mas, já estava derramando algumas lágrimas, nunca fui religiosa fanática como minha mãe, mas eu estava mais que grata a Deus.