22. O resto da minha vida

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P.O.V Shoto

─ Não faça isso, por favor - pediu, tentando tirar o cobertor de cima de mim.

Me recusei a me levantar, a cama estava quentinha, e fora dela estava frio. Ele já estava impaciente, mas não vejo motivo pra isso, está tudo dando certo nos preparamentos. Então por que simplesmente não se deita também?

─ Se você se deitar um pouco comigo, eu até consigo pensar no seu caso - explico virando apenas o rosto para ele, que suspirava tentando se acalmar.

─ Promete?

─ Prometo - sorrio pra ele, que entrava em baixo das cobertas também.

Me virei e o abracei, ficando um tempo assim, em um silêncio confortável. Se eu ficar mais um tempo aqui eu provavelmente vou dormir, ainda mais com esse clima frio.

─ Hah... vida? deveríamos estar ajudando, eu também irei cantar, e sou o primeiro - explica bagunçando meu cabelo suavemente, logo se afastando para me olhar.

─ Estão arrumando as coisas desde o Natal, você não precisa se preocupar com isso - o olhei de volta, sempre com essa necessidade de ajudar...

Sorri me sentando na cama, tirando o cobertor de cima de nós dois.

─ Você prefere o frio do que se deitar comigo, profundamente chateado agora - cruzo os braços, fazendo birra.

Ele revira os olhos e me abraça novamente, de uma forma mais acolhedora. Seus braços que me cercavam eram quentes e confortáveis, é possível morar em um abraço?

Me entreguei totalmente, o fazendo rir ao ter que me segurar para não cair.

─ Agora está disposto a colaborar? - pergunta enquanto me ajeito novamente.

Ele se levanta e abre descaradamente a cortina, fazendo com que a claridade invadisse cada canto do quarto. Como eu não tinha mais como enrolá-lo, me levantei e fui até o banheiro para um banho. Ele como sempre já estava pronto a muito tempo.

Mal pisei dentro do banheiro e fui atingido por uma lembrança.

...

─ Feliz ano novo, Shoto!

O abracei fortemente, era a última vez que nos veríamos. Eu estava me mudando pros Estados Unidos, e ficaria um tempo sem vê-lo. E quem sabe quanto tempo terei de ficar aqui...

Está quase na hora, venha! - disse, agora segurando minha mão, me guiando até o quintal de sua casa.

Os fogos acabaram de começar, era a visão mais bonita naquele momento. Mas o sentimento de tristeza ainda era presente, eu ia deixá-lo pra trás pela primeira vez. Por quê? por quê temos que nos mudar?

Não deixei de sorrir pra ele, não queria vê-lo triste.

─ Você vai voltar, né? - perguntou, me olhando meio sem ânimo.

─ É claro que eu vou! mesmo que demore, eu irei - o abracei novamente ─ Feliz ano novo, Izu.

...

Estive por aqui toda minha vida - TodoDeku (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora