Festival das Luzes - Spin-off 02 - Parte 1

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Neji Hyuga


Depois de sua breve conversa com Lee, ele partiu se sentindo mais pesado, o vento daquele final de tarde estava frio e açoitava sua pele alva desnuda na nuca. Era uma sensação estranha estar de cabelo curto, se sentia exposto como se as pessoas pudessem observar seus pecados. Com uma mochila na mão ele foi encaminhando-se para o centro de jogos da cidade, sua última noite na Vila.

Ele suspirou pesado, tinha perdido tudo em apenas um dia, um único dia. Neji ainda não conseguia acreditar que pelo menos estava vivo e ter que encarar essa nova jornada solitária era assustador. Por um lado, sentia-se arrependido de ter revelado tudo e por outro sentia um alivio em sua mente e em seu coração. Todos na Vila estavam animados para o Festival das Luzes, ele também já foi um grande admirador desse evento, mas hoje se sentia incapaz de participar. Sentia que não merecia desfrutar desse evento, o recepcionista logo o reconheceu na entrada e mandou um dos mensageiros levar suas coisas para o quarto que ainda estava reservado em seu nome.

Neji agradeceu e foi para o bar, sem precisar pedir uma bebida o barman já lhe preparava exatamente o que queria. Um Kamikaze foi posto em sua frente, antes ele gostava apenas de saquê ou vinho, mas aquele homem o fez provar diversos drinks e esse tinha se tornado seu novo favorito. Pensou se o veria em sua última noite, mas era certeza que ele também estaria no Festival, sentiu um aperto no peito. Era seu último dia em Konoha e estava sozinho, se perguntou se realmente tinha amigos, por que ele não entendia como naquele momento poderia estar sozinho.

Uma lágrima rolou pela sua face e tentando engolir o choro que queria emergir, entornou a bebida de uma vez. Neji respirou fundo e pediu mais um drink, tinha poucas pessoas nas mesas de jogos, talvez poderia perder um pouco de dinheiro e foi para a mesa de poker. Jogou três rodadas falhas, ele nunca foi bom nesses tipos de jogos e nem se importou com a derrota, simplesmente deixou a mesa e foi para uma mesa pequena, escondida em um lugar quase esquecido daquele salão, tomar quantos drinks pudesse em seu casulo de solidão.

Pensou se deveria ir embora logo em vez de esperar até o dia seguinte. Não tinha coragem de contar ao seu sensei o que tinha lhe acontecido, Naruto e Hinata estariam ocupados por conta do Festival, seus sobrinhos e afilhado estariam se divertindo por aí, e aquele homem estaria sendo babá hoje. Sempre que respirava profundo sentia um rasgo em seu peito e uma vontade de chorar.

Já fazia uma hora que estava sentado naquela mesa, girando o copo vazio em suas mãos, sua cabeça estava em branco. Quando desistiu de permanecer ali, decidiu que iria para seu quarto, encher a banheira e ficar lá chorando até que não tivesse mais lágrimas. Durante o caminho uma ilusão ridícula surgiu em sua cabeça, de alguém lhe reconhecer e chamar para conversar, qualquer um, só precisava conversar trivialidades, esquecer da sua infelicidade.

Mas chegou ao seu quarto sem interrupções, trancou a porta, foi ao banheiro e encheu a banheira. Vagava pelo quarto se despindo, deixando suas roupas por todos os lados, um objeto brilhante chamou sua atenção, era um abridor de cartas. Olhando tão fixamente para aquele objeto uma ideia perturbadora cresceu em sua mente.

Gaara & Rock LeeOnde histórias criam vida. Descubra agora