Gaara & Rock Lee

Capítulo Quarenta e Seis

Naruto me deu o endereço de Lee e eu e Kankuro fomos direto para lá, não tinha cabeça para mais reunião e acerto de detalhes sobre os exames. Precisava conversar com Lee e esperava que ele entendesse meus motivos. Vivo em uma casa enorme, e muitas vezes faço uso de uma pousada ou hotel, mas era a primeira vez que estava em um apartamento.

Kankuro estava distraído lendo algum pergaminho e eu olhando admirado aquela construção tão simples e tão misteriosa para mim. Aos poucos a voz de Lee e seu filho foram ganhando mais intensidade, estava ansioso para conhecer o pequeno Metal. Ouvi suas risadas e logo Metal tinha ganhado uma competição nas escadas, olhar para ele é como olhar para o próprio pai, era sua versão em miniatura.

O pequeno parou e ficou tímido esperando seu pai.

--O que foi Metal? - Lee então percebeu o motivo do filho estar tão acanhado. - Oi pessoal! Faz tempo que estão esperando?

--Não muito, faz pouco tempo que chegamos.

--Certo, vamos entrando. - Nos convidou.

Metal se matinha acanhado e um pouco distante, nos momentos em que nossos olhos se cruzaram lhe sorrir o mesmo ficou vermelho e desviou seu olhar. Era muito fofo! Logo na entrada tinha o armário de sapatos onde tínhamos que trocar por pantufas, como o espaço era pequeno tivemos que entrar um por vez, Kankuro ficou por último.

A sala era pequena, se comparada com a minha. A minha direita ficava a pequena cozinha e tinha uma porta que dava acesso a um tipo de despensa, a esquerda ficava o corredor, onde imagino que leve aos quartos, e a minha frente tinha uma porta de vidro que dava acesso a varanda. O lugar era bem iluminado e arejado e a aquela família era bem organizada.

O que me impressionou, pois Lee sempre pareceu um estabanado. Comecei a imaginar como quatro pessoas poderiam viver ali, logo uma imagem do futuro foi ganhando proporção em minha mente. Moramos em Aldeias diferentes, longe e eu quero muito dividir minha vida com ele, mas como faríamos isso? Um dos dois teria que ceder a se mudar, e infelizmente essa pessoa teria que ser Rock Lee. Será que ele faria isso por nós?

Lee foi logo abrindo portas e janelas e Metal aproveitou o movimento do pai para lhe chamar no canto e cochichar algo. Lee deu uma pequena risada e concordou com algo. Kankuro logo se instalou na varanda e eu timidamente sentei-me no sofá. Lee parecia um pouco desconfortável, olhou em volta procurando algo e por fim disse:

--Gostaria de beber algo? Se bem que só posso oferecer água.

--Por mim tudo.

Ele foi na cozinha e vi ele procurando algo em seu armário, me aproximei da bancada e chamei sua atenção.

--Lee, o que está procurando?

--Um copo.

Olhei em volta e vi um de alumínio.

--Tem um bem ali. - Apontei para onde estava o copo.

--Aquele não é bom.

--Está quebrado?

--Não, só não é bom pra você.

--E o que seria bom?

--Um de vidro que talvez se pareça com cristal, mas eu não tenho costume de receber visitas, então não tenho nada parecido.

--Rock Lee, minha visita repentina te incomoda?

Com certeza foi uma péssima ideia vir sem ser convidado.

--Não! Não, é só que. - Ele passou as mãos no cabelo exasperado.

--Só que?

--Bom a minha casa é muito pequena e eu não tenho muita coisa luxuosa.

--Do que você está falando? Eu adorei sua casa. Está com vergonha da sua casa?

--De certo modo sim.

--Por que?

--Gaara você mora em um casarão, eu em um apartamento pequeno, não tenho suporte para alguém como você.

Ah! Ele tinha que está brincando com minha cara, nem pensar que ele jogaria essa merda na nossa relação.

--Rock Lee. - Me aproximei, coloquei minhas mãos em seu rosto para o manter o olho no olho. - Não quero que pense nessas besteiras, eu gosto de você exatamente desse jeito com esse apartamento pequeno, com copo de alumínio e tudo mais. Eu amei esse lugar e espero passar mais tempo aqui do que no hotel.

Ficamos nos encarando por um tempo e ele ainda parecia inconformado com a situação então o beijei, talvez isso dissipasse esse pensamento de sua cabeça o que deu muito certo.