Capítulo XI

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"O desespero ganha muitas vezes batalhas."-Voltaire

—Posso falar com Sua Graça? –Marlene sentiu um arrepio percorrer o seu corpo diante do olhar vitorioso que a Srta. Black lhe lançava enquanto falava com a duquesa de Secorfly.

—Claro, Bellatrix.

Assim que Marlene começou a sair para dar privacidade a elas, escutou a voz fria e arrastada da Srta. Black:

—Fique McKinnon. O assunto tem a ver com você.

Mais uma vez, Marlene sentiu o arrepio percorrer seu corpo e uma sensação ruim atingi-la, mas tentou ignorar e sorrir para a mulher a sua frente:

—Claro, milady.

—Pois bem. -A duquesa se dirigiu ao grande sofá e sentou-se, esparramando as volumosas saias pretas ao redor de si. Black, o sobrenome fazia total sentido naquela momento. –Diga-me o que está acontecendo.

A cada palavra que saia da boca da Srta. Black, Marlene sentia o desespero corroê-la um pouco mais. Aquela lady, de alguma forma, descobrira sobre o seu passado e, nesse momento, contava tudo para a duquesa que mantinha uma expressão indecifrável.

—Sua Graça é uma mulher sensata, garanto que não deixará o legado dos Black's ser manchado por uma bastarda. –Finalizou com um sorriso cruel no rosto.

—Obrigada, Bellatrix. Me espere na sua carruagem, por favor. Antes de ir preciso falar com...ela. –O olhar da velha mulher faiscava em reprovação.

—Sua Graça, eu...

—Não diga que se arrepende ou que sente muito, pois eu sei que é mentira. Eu não quero ouvir sua explicações senhor... você nem ao menos pode ser chamada de senhorita! É uma maldita bastarda! –Os olhos da mulher faiscavam de ódio. -Meu marido teve muitas amantes e, suponho, alguns filhos ilegítimos, mas nunca trouxe nada disso para nossa casa, mas o Sirius trouxe você! Eu até deixei me enganar por esse rostinho bonito e essa educação perfeita, mas você é uma imunda amante assim como a sua mãe!

—Não...Sua Graça...eu não...-A pobre garota não conseguia nem falar tamanho era o seu desespero.

—Não tente me enganar, vagabunda. Eu te vi aos beijos na biblioteca com o Sirius, apenas não disse nada porque queria conversar com ele primeiro. Mas, diante dos últimos acontecimentos, eu quero que você suma da minha casa imediatamente!

—Não! -Marlene praticamente implorava. –Por favor, eu não tenho pra onde ir!

—E quem disse que isso é problema meu? –A duquesa arqueou uma sobrancelha em desafio. – Eu não permitirei que Sirius suje o nosso nome se envolvendo com uma bastarda.

A duquesa de Secorfly lançou lhe um último olhar de desprezo antes de dizer:

—Quando eu voltar do baile, não quero vê-la em minha casa. E nem pense em se aproximar do Sirius, ele ficará muito melhor sem você.

Marlene subiu para o seu quarto e começou a guardar suas poucas coisas em uma pequena mala. Chorando, constatou que seu pequeno conto de fadas acabara antes mesmo de começar.

—x-

[Baile dos Black's]

Dorcas retorcia as mãos impacientemente na frente do vestido enquanto mantinha o olhar desfocado. Sua boca estava seca e o nervosismo se impregnava em cada célula do seu corpo. Quando alguém tocou de leve seu ombro, ela assustou-se a ponto de dar um pequeno grito.

—Ei, calma. –Remus afagou seu ombro, cumprimentando com a cabeça algumas pessoas que os fitavam, curiosos. –Está tudo bem? Quer beber alguma coisa?

Libertinamente MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora