Coração acelerado e garganta seca eram apenas duas das diversas coisas que James sentia naquele momento. Em sua cabeça, ele imaginara diversas vezes o momento que encontraria Lily e como agiria ao vê-la, tendo quase certeza que a culpa o consumiria. Ela estava chorando, desmoronando e isso tudo era culpa dele. Só dele.
O Sr. Evans desceu em um pulo do cavalo, deixando-o de lado. Ele pegou a filha nos braços, escondendo o rosto dela em seu pescoço e falando algo no seu ouvido, o que a fez chorar um pouco mais alto. Enquanto isso, Sirius também descera do cavalo e fora até Marlene, acariciando o dela com os nós dos dedos, o que a fez abrir um sorriso de lado.
Ele sentia-se deslocado. Em geral, sua educação lhe preparara para qualquer tipo de situação, porém nada o preparara para aquilo. Ele queria abraçar Lily, perguntar como ela estava ⁷e se alguém a havia machucado, mas sentia que não seria bem recebido pela ruiva, afinal o olhar magoado que ela lhe lançara por sobre o ombro deixava isso claro.
Por fim, James pôs-se a analisar os outros cavalheiros que já estavam ali, os quais ele conhecia. O homem que, aparentemente, sequestrara Lily e Marlene era o Sr. Snape, o qual todos sabiam que procurava um título de nobreza a qualquer custo. Sua expressão de raiva e malícia para com Lily fazia com que James quisesse socá-lo. Os senhores que ajudavam as senhoritas antes deles chegarem eram lordes Perwet, o pai e os dois filhos gêmeos, senhores de um condado respeitadíssimo daquela região. Um dos gêmeos Perwet olhava para Lily com um sorriso feliz, o que o deixou mais irritado do que deveria.
—Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? –Perguntou, sua voz saindo alguns tons mais alta e estridente.
Entre lufadas de ar e olhos desviados dos dele, Lily explicou com a voz trêmula tudo que acontecera. Em determinado momento ele fechou as mãos em punho, a raiva remoendo seu corpo e fazendo as unhas entrarem na palma das mãos. James não aguentaria ouvir mais nada daquilo enquanto Lily permanecia ali, trêmula e encolhida nos braços do pai. Nem ele mesmo previra o impulso que seu corpo dera, sua mão chocando-se com o queixo proeminente do Sr. Snape, fazendo-o cair de costas no chão.
—Você está louco... –Snape começou, mas James não o deu tempo de concluir.
—Nunca mais. –Disse, em tom ameaçador, o olhar cortante. –Nunca mais chegue a menos de dois metros da Srta. Evans ou da Srta. McKinnon. Se eu o vir ou qualquer um relacionado a você perto delas não duvide do que eu sou capaz de fazer, Snape, porque eu não pouparem esforços para acabar com vocês.
—Já chega, Potter. –Disse o Sr. Evans, sério. Seu rosto, entretanto, mostrava a sombra de um sorriso. Aparentemente, James subirá alguns milímetros em seu conceito.
—Quem orquestrou essa situação? –Perguntou Sirius, direto. Diante do silêncio de Snape, seu tom aumentou algumas oitavas. –Eu lhe fiz uma pergunta. Responda-me! Agora!
—Eu não respondo a você, Sua Graça. —Cuspiu, em tom debochado.
—Eu não sou tão passional quanto o James para acreditar que um soco e um aviso resolvem essa situação. Eu quero nomes, Snape. –Ele colocou a expressão mais prepotente que possuía. –E o Duque de Secorfly não tem o costume se esperar.
—Sua Graça não é idiota. –Respondeu Snape, enquanto se levantava cambaleando. –É óbvio que a mandante de tudo isso é Bellatrix. Ela sempre quis ser duquesa e eu não ficaria no caminho entre ela e esse objetivo se fosse vocês.
—Não precisamos de seus conselhos. –Rebateu o Sr. Evans, a paciência totalmente acabada. –Diga a essa Srta. Black que...
—Por que o senhor mesmo não diz? –Perguntou Snape, petulante. Enquanto montava no cavalo, o qual já se encontrava há alguns passos deles, ele abriu um sorriso vitorioso. –Eu posso não ser um lorde, mas eu conheço essas terras como a palma da minha mão. Não sou idiota o bastante para voltar até Bellatrix e lhe dizer que perdi as duas senhoritas de vistas. Dito isso, espero que meu navio até as Américas seja confortável e que eu nunca mais precise vê-los na vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Libertinamente Marotos
Storie d'amoreLondres. 1830. Temporada Social. Essas três palavras conseguiam causar arrepios, bons ou ruins, em qualquer garota da nobreza inglesa. Especialmente por saberem que mais cedo ou mais tarde os Marotos deveriam escolher uma esposa. Marotos? Sim, os li...