Capítulo VIII

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"Quem está livre de cruzar com um cafajeste e, pior, se apaixonar por ele?"-Martha Medeiros

1 SEMANA DEPOIS

—Srta. McKinnon, voltaremos mais cedo para casa hoje. –A duquesa lançou a Marlene um olhar por cima do livro. –Receberemos visitas muito importantes para o jantar.

—Claro, Sua Graça.

Marlene começou a juntar os utensílios que a duquesa havia utilizado no piquenique. Já se passara uma semana desde que ela começou a trabalhar para Lorde Black e se adaptara incrivelmente bem a rotina da duquesa. Na parte da manhã, Marlene costurava ou bordava enquanto a duquesa tomava sol no solar da mansão, antes do chá iam ao parque para um pequeno piquenique e após o chá Marlene preparava a duquesa para seus compromissos noturnos.

Não era uma rotina ruim. Marlene tinha tempo para ler, fazer as próprias costuras e até mesmo conversar com os outros criados, os quais eram extremamente amáveis. Com o passar do tempo, a duquesa parara de implicar com Marlene e passou a tratá-la como tratava quase todos: com indiferença.

A única parte ruim era a convivência com Lorde Black. Não que ele fosse desrespeitoso ou algo do tipo, ele era até mais cavalheiro do que ela havia considerado. O verdadeiro problema eram as reações de Marlene sempre que estava perto dele, afinal, toda vez que o via, ela queria desafiá-lo e conseguir diminuir o ego excessivamente inflado dele, além daquele irritante sorriso de lado que ele sempre lhe dirigia. Argh! Era irritante e ainda mais quando...

—Srta. McKinnon espero que esteja me escutando. –Marlene olhou alarmada para a duquesa que levantou uma sobrancelha. –E então, concorda com o que eu disse?

—Eu...hã...

Marlene foi salva de responder por uma dama que chegou perto delas. A senhora que estava na casa dos cinquenta anos era muito bonita: os cabelos castanhos esbranquiçados estavam presos embaixo de um charmoso chapéu vinho que fazia conjunto com um exuberante vestido da mesma cor. Os olhos do mais escuro tom de verde combinavam perfeitamente com a pele clara como porcelana.

–Lady Black! –Disse a mulher ao se aproximar. –É um prazer revê-la.

—Lady Potter. –O rosto da duquesa passou da indiferença para um interesse contido. –O prazer é todo meu. Como Lorde Potter está?

—Oh, James está ótimo! Como Sirius está? Há meses ele não aparece na mansão Potter... –Lady Potter continuou falando animadamente, mas o cérebro de Marlene parou de funcionar ao reconhecer aquela dama. Quando Marlene tinha 7 anos, uma prima de seu pai e seu filho foram passar alguns meses na mansão rural do marquês, pois o marido da jovem senhora havia morrido. Marlene adorara as novas companhias e havia aprendido muito com aquela senhora. Exatamente por isso que ela nunca se esquecera de Euphemia Potter, mais conhecida como Lady Potter, a condessa de Rynnor. –Mas me diga Walburga quem é essa encantadora jovem ao seu lado?

Normalmente Marlene se apresentaria, agradeceria o elogio e diria que era um prazer conhece-la, porém ela estava paralisava pelo choque. E se Lady Potter a reconhece? Era impossível, não? Já havia se passado 15 anos, não era possível que ela a reconhecesse.

—Essa é a Srta. Marlene McKinnon, minha nova acompanhante. –A duquesa crispou os lábios e deu um leve cutucão em Marlene. –Ela está meio avoada hoje, ao que parece.

—Me desculpe milady. –Marlene finalmente saiu do transe e fez a reverência. –Estou encantada em conhecê-la.

—Igualmente, Srta. McKinnon. Sou a condessa de Rynnor. Você com certeza conhece o conde, James Potter. Ele é meu filho. –Marlene assentiu e Lady Potter lhe lançou um olhar indagativo. –Eu já a conheço? Seu rosto me parece familiar.

Libertinamente MarotosOnde histórias criam vida. Descubra agora