Kelly me chamou pra ir morar com ela, então quando Benjamin voltar já não estarei mais no hotel, não quero mais vê-lo, sei que vou continuar sofrendo, mas acho melhor assim, falei com Mary a respeito de sua filha, mas ela se esquivou e não quis me falar o que realmente aconteceu, somente me disse que sua filha tinha apenas dezoito anos na época em que tudo aconteceu, e que era sua única filha, estava começando sua vida, ela tinha planos, mas depois que conheceu Benjamin viveu apenas para ele, e quando tudo acabou esqueceu de viver pra ela, eu sinto muito pelo que Mary e sua filha passou, não posso perdoar Benjamin por isso. Agora preciso arrumar outro emprego, porque pedi demissão do bar que trabalhava e Andrey pensa que é por causa do casamento, mas na verdade é porque preciso me esconder de Benjamin, não quero que ele me encontre por um bom tempo, eu sei que ele pode me encontrar na faculdade, mas será bom ele não saber onde moro ou trabalho.
Me levantei e comecei a arrumar minhas coisas, preciso me instalar na casa de Kelly, até arrumar uma casa pra mim, fica difícil locar qualquer coisa tendo pouco tempo na cidade, mas sei que é só uma questão de tempo até que tudo se resolva.
Peguei minhas malas na verdade duas apenas o que trouxe da casa dos meus pais, e como ainda não havia comprado nada, é o que levarei comigo, olho bem para o quarto e suspiro fundo e saio, fecho a porta atrás de mim, com a certeza de que não será nada fácil daqui pra frente, mas ergo minha cabeça, puxo minhas malas e as coloco, bem próximo as escadas e desço e peço para o ajudante de Mary me ajudar com ela. Ernest traz as minhas malas, olho para ele e Mary, e me despeço com lágrimas nos olhos, nunca pensei que seria fácil viver em outro país longe de meus pais, mas ganhei uma família aqui, e estou feliz por isso, mas também estou triste , porque muita coisa aconteceu depois o que eu não estou sabendo lidar.
— Mary quero te agradecer por tudo o que fez por mim enquanto estive aqui. Digo com os olhos cheios d'água.
— Querida eu queria ter feito mais e não te dar um minuto se quer de sofrimento, mas eu não pude evitar, tinha que saber o que tinha acontecido, para que tivesse chance de escolha.
— Eu sei, você foi amiga, um apoio, como uma mãe se preocupa e cuidou de mim, e sei que não faria nada que fosse me magoar. Fica bem assim que puder te darei notícias.
Olho para Ernest, e também o agradeço, mesmo que trocamos poucas palavras ele sempre foi muito gentil comigo nesse tempo que estive aqui. Ernest é um homem de meia idade muito amigo e companheiro de Mary, no começo achei que os dois tinham algo a mais do que somente amizade, mas ela disse que sempre se respeitaram como irmãos, Mary é viúva, nunca teve relacionamentos depois que seu marido se foi, e Ernest nunca se casou, mas formam uma dupla e tanto.
— Ernest pode me ajudar com as malas por favor? Pergunto e ele prontamente me responde que sim.
Leva as malas até a frente do hotel enquanto dou um abraço me despedindo de Mary. E quando saio à frente do hotel tem um táxi me esperando. Olho para Ernest que com um sorriso no rosto logo vai me explicando.
— Acha mesmo menina que deixaria ir embora puxando essas malas pesadas pelas ruas, eu chamei o táxi e já está pago. Dou um sorriso e o abraço agradecendo sua generosidade e sua atenção.
E quando fui entrar no táxi ele segura em meus braços, eu volto pra ele perguntando se esqueci de algo.
— Não! É que gostaria muito que fosse feliz, então não deixa ninguém tirar isso de você. Olho pra ele não entendendo muito o que ele quer dizer com isso. Porém continua.
— Filha nem tudo que parece é realmente, precisa saber bem mais do que sabe, não pode tirar conclusões precipitadas, a moeda tem dois lados, quando vê o lado que está pra cima, não consegue ver o lado debaixo da moeda, então vire-a e saberá qual figura tem do lado de baixo somente assim saberá se tem valor ou não, uma moeda que tem somente um lado pode ser falsa, nunca se esqueça as pessoas tem o direito de contar sua versão. Fala soltando o meu braço.
— Ernest você quer me dizer alguma coisa que preciso saber, você sabe de algo e quer me contar? Por favor preciso saber?
— Não filha, não a nada que posso lhe dizer, é somente um conselho que preciso lhe dar, assim como faria como uma filha. Diz com um sorriso sereno o que me acalma um pouco. — Vai tranquila e tente ser feliz você merece muito. Se despede e entra para dentro do hotel, me deixando sem saber o que pensar.
O taxi estaciona na frente da casa de Kelly, que logo sai para me encontrar, o motorista do carro desce e pega minhas malas deixando na porta de entrada da casa o agradeço ele vai embora.
— Que bom, amiga você veio, eu estou tão feliz por tê-la aqui comigo, sabe que os meninos são ótimos, mas são meninos, e faz muita falta uma companhia feminina. Logos os meninos entram na sala já reclamando com Kelly, e trazendo uma bandeja com lanche e sucos.
— Não liga Serena ela só reclama da gente, queria pintar a parede de rosa, depois queria colocar cortinas florais em tudo, não deixamos, afinal tem que haver um equilíbrio se tem homens e mulheres dividindo uma casa o gosto tem que ser parcial, para ambos os sexos não acha Serena. Diz me olhando sorrindo.
— Sim claro e resolvo dar uma olhada em volta, a casa é muito feminina, então acabo por fim dando razão para eles. Dou uma gargalhada, e olho para Michael que logo me serve o lanche.
— Obrigada Michael, está ótimo. Falo assim que dou uma mordida no lanche.
— Preparei tudo para você, sei que está passando por um momento bastante delicado, mas acho que deveria pensar em tudo com calma. Diz e logo em seguida dá uma mordida em seu lanche.
— Mas você mesmo me disse que era loucura eu me casar assim com tão pouco tempo que conheço Benjamin?
— Sim acho mesmo que foi tudo muito rápido, da mesma forma entendo que você está tomando a decisão de cancelar o casamento muito rápido também por algo que você nem sabe direito como foi, não está dando a oportunidade de Benjamin se explicar, você deveria esperar ele voltar e tirar satisfações com ele, sobre o que aconteceu e somente a partir daí fazer sua escolha. Diz e olha para mim dando mais uma mordida em seu lanche.
— O que está feito... está feito, já tomei uma decisão, não quero me machucar mais, nem sei o que posso descobrir mais sobre ele, e se isso acontecer depois do casamento será pior para mim, então acho melhor deixar pra lá. E não posso me casar com um homem que enganou uma moça cheia de sonhos. Falo com tristeza afinal de contas amo Benjamin, mas não posso me casar com uma pessoa sem conhecer completamente, ainda bem que descobri a tempo.
— Devemos nos arrepender somente daquilo que fizemos, e não do que deixamos de fazer, a minha opinião e a mesma de Michael. Diz Adrian olhando pra mim, e logo em seguida Kelly também faz um gesto com a cabeça concordando com eles.
— Mas não quero mais tocar nesse assunto, eu não vou me casar e pronto, tomei essa decisão e não vou voltar atrás. Digo encerrando o assunto.
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O amor e o Poder
RomanceUma História envolvente. Ela nunca procurou o amor, mas ele a encontrou. Entre o poder e o amor, ele pode tudo, ela ama mas que tudo. Essa é história da Serena de dezenove anos, sai do seu país contrariando a vontade de seu pai, para estudar artes m...