Desde o dia do luau na casa de Natália, Cláudio e Milena se falavam todos os dias por telefone e se viam alguns dias da semana pela noite.
Ela era divertida, carinhosa, era o tipo de garota que faz o homem sonhar acordado. Por ela tomou mais cuidado com as palavras, procurou a abraçar e beijar sem malícia e fez algo que há muito não fazia, ir à igreja, seus pais sempre o convidava, mas dificilmente ia.
Era mais quando precisava de algo, que quando o chamavam dizia: - Estou precisando mesmo! sua irmã, Clarissa, acompanhava um pouco mais os pais.
Milena achava que os homens sempre ficavam mais bonitos de camisa de botão, com a manga do punho dobrada e era exatamente assim que Cláudio chegou para buscá-la para levar a igreja.
Ela nem pode evitar o elogio, ele agradeceu e repetiu o elogio que fez quando chegou para buscá-la. Que ela era linda.- Você gosta da maneira como me visto? Não sente vergonha de andar comigo?
- Vergonha por quê? - ele teria perguntado. - Você é a garota mais encantadora que meus olhos já viram.
- Há homens exibicionistas que gostam de andar com mulheres que chamem a atenção.
- E você não percebe como chama atenção? Você se veste de modo discreto, porém lindamente.
A fez girar em volta do próprio corpo e lhe deu um selinho.A princípio o pai de Milena, não gostou muito daquele envolvimento, por saber que ele não morava na cidade, mas assim que teve oportunidade de conhecer melhor a Cláudio logo foi mudando de opinião e até teria ido a convite do pai de Cláudio onde estavam com as obras para tratarem de negócios, envolvendo sua empresa e assim que ficasse pronta a vila, seu pai que instalaria os equipamentos de segurança.
Mais não só por isso, Cláudio sabia agradar, sempre agia com respeito e simpatia com todos eles e, além disso, era a primeira vez em que viam Milena se interessar por alguém, afinal de contas às cidades nem ficavam em estados diferentes e se quisessem continuar se vendo não haveria maiores problemas.
Estavam sentados num banco de terrassa de madeira na área da frente e colocaram as pernas numa pequena mesa ao retornarem da igreja.
Embora Cláudio não houvesse a pedido em namoro e nem tinham conversado sobre como ficaria quando ele voltasse para casa, Milena não sentia que deveria pôr um fim, até então Cláudio não se passava com ela, sempre muito respeitoso e de momento isso bastava.
- Eu saí com uma garota daqui antes de você como já falei.
sem mais nem menos falou, tinha sido antes dela, mas sentiu que devia falar e esclarecer certas coisas.
Ficou em silêncio aguardando a reação dela, que fez uma careta divertida, soltando o ar pelo nariz e movendo os lábios para um lado, como quem diz: - Poxa vida, peguei baba. Inevitável não sorrir.
- Eu lembro que você falou uma paquera, nada sério, foi isso que você disse. O que aconteceu? Digo, pra deixarem de ficar juntos.
- Eu conheci você. - mesmo com seus 1,80 de altura, se curvou um pouco e encostou a cabeça na cabeça dela.
- De verdade? - demonstrando surpresa com aquela declaração.
- Sim! Não era nada sério e quando te vi correndo na praça já me interessei e no dia do cinema me apaixonei, na cachoeira eu pensei... Eu a quero pra mim.
- Puxaaaa! E eu inocente, nem desconfiava de suas intenções.Os dois sorriram.
- Você e ela, vocês... desculpe! não deveria ter perguntado.
Disse de fato arrependida por entrar nesse assunto. Ele desencostou a cabeça e assentiu.
- Tudo bem, sim, nós não ficamos apenas nos beijos, ela não é como você.
- Como assim?
- Ah! Você sabe... Ela sentia vontade, queria e a gente ficou.
- É uma pena, fica parecendo uma coisa tão banal.
- Mas isso é natural hoje em dia, Milena.
- Eu não acho, eu penso que o namoro é uma fase bonita para se conhecer. O que gosta ou não, se quer ter filhos, quantos e quanto tempo após o casamento. Há tanto que saber um do outro...
- Não éramos namorados.
- Pior ainda.
- Bom você vai à igreja, pra você é mais fácil e...
- Você acha que quem vai a igreja está isento de sentir atração? — ela riu percebendo como ele estava sendo ingênuo nesse ponto.
— Não sei, nunca precisei me esforçar para controlar nada, mas normalmente quem vai a igreja faz isso ou diz que faz.
- Há entre o homem e a mulher uma atração mútua que precisamos canalizar da forma correta. Senão hoje é um, amanhã é outro e por aí vai...
- Você sempre pensou assim?
- Sempre! Bom, Na verdade não tem muito tempo, porque não pensava muito a respeito, mas sempre soube a importância da castidade.
- Eu acho que isso é muito complicado.
- Não é complicado, isso é fácil de entender, porém é difícil porque exige esforço, é uma batalha constante, mas pensa comigo, através da relação pode vir uma gravidez indesejada, que pode resultar em um aborto, pode vir doenças incuráveis, casamentos por obrigação... Nossa e muitas outras coisas. Se fosse para ser assim Deus teria dito.
- As pessoas têm que ser conscientes e tomarem os devidos cuidados e pronto.
- Para, para, Cláudio! Nem termine. - o interrompeu. - Isso é vicioso, não tem que ser escravo das suas vontades, não consegue ter controle sobre suas paixões?
Acredito que devemos parar por aqui, você deve estar pensando que conseguirá me vencer pelo cansaço jogando seu charme. - disse em tom de brincadeira para não parecer autoritária.- Não faz isso, eu estou te respeitando, você é a primeira garota que eu não avancei o sinal. — disse segurando a mão dela.
- Continue assim, pois essa questão pra mim é prego batido e ponta virada. Esperarei pelo meu esposo.
- E se for eu? nós apenas estaríamos antecipando.
- Mesmo assim iria esperar até o "Eu os declaro marido e mulher". Antecipar?Tá bom! Vai sonhando.
— Você é uma raridade, moça em extinção.
- Ainda que ao voltar pra sua cidade e a gente não se veja mais, faça um esforço de aprender a ter autocontrole em relação a isso, você vai perceber que se tornará mais forte até perante outros campos da sua vida.
Cláudio apenas a ouvia quieto, olhando para o chão, ambos os braços apoiados nas pernas.
- E se você se casa e sua esposa não puder ter relação por motivos de saúde ou se for o inverso? A opção é separar, trair ou tentar outra coisa? E quando ela tiver bebê e precisar de um tempo irá trair também?
- Nunca havia parado para pensar nisso...
- Não sei muitos versículos, mas tem um que diz assim: "É melhor o paciente que o valente; quem domina a si mesmo vale mais que o conquistador de cidades". Isto está em provérbios o número agora não sei, sou cabeça dura para decorar as coisas. - sorriu.
- Eu te acho muito inteligente.
- Não sou já até repeti o ano, nunca fui CDF. Guilherme sim é muito inteligente.
- Sério? - Eu acho linda a maneira que você é, meus pais vão amar te conhecer.
- Me conhecer? - pensou ela, então ele queria continuar vendo ela. Isso era muito bom.
Em seguida ele a abraçou puxando-a para mais perto, pois durante essa conversa Milena havia se afastado um pouco.
- Isso tudo parece caretice, frescura, mas não é, é muito sério! Espero de verdade que um dia entenda e viva isso, seja com quem for.
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A MINHA GAROTA
Любовные романыRomance cristão ✝️ Sinopse Numa noite fria em meio a uma densa neblina, Cláudio Carvalho, um rapaz bonito que não perde a chance de estar acompanhado, vê uma linda jovem correndo e por algum motivo que só o tempo poderia explicar, fica fascinado p...