Capítulo 12- Chapada dos Guimarães, Novembro de 2008

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Havia uma semana que não via Milena, estava terminando o domingo, Cláudio tomou um banho, vestiu-se e saiu para andar um pouco. Passou por alguns lugares em que esteve com Milena, nunca havia sentido uma dor tão grande ao recordar de uma pessoa e de momentos.

Várias vezes pegou o celular para ligar, mas não conseguia completar a ligação.

E foi andando sem rumo que quando viu estava diante da casa dela. Devia ter uns dez minutos ali parado, apenas olhando, sem intenção nenhuma de chamar, quando viu uma luz no andar de cima se acender, era do quarto de Milena e ela apareceu na janela, estava do outro lado da rua na calçada, já estava escuro, não sabia se ela o havia visto, a iluminação pública ficava um pouco distante de onde ele estava.

A luz se apagou e dentro de uns minutos o portão se abriu. Era ela, ficou parado olhando ela vir de encontro.

— Meu irmão não vai querer te ver aqui na frente e ele deve estar quase chegando.

— Entendo! Mais eu precisava te ver.

Ela apenas respirou e olhou para o outro lado, mordendo o lábio inferior. Como era triste ver aquele rosto tão lindo com o semblante triste como estava, ele havia prometido que não a faria sofrer e havia feito em tão pouco tempo juntos.

— Não sei como dizer, mas só queria te pedir perdão, eu lamento tanto, Lena.

— Tudo bem, Cláudio, eu tenho minha parcela de culpa.

— Como assim? Você não tem culpa de nada.

— Sim tenho, jamais deveria ter me envolvido com um rapaz como você. Que pensa da forma que pensa, que coloca os prazeres acima de tudo.

— Não diga isso, Lena, eu tentei por você, o que jamais havia feito por garota alguma e...

— Ao final mostrou o que realmente é não é mesmo? Estarei bem sem você em minha vida.

Aquelas palavras ditas por ela doía mais do que se fosse dito por qualquer outra pessoa. Ele apenas abaixou a cabeça, ela tinha razão, ele não prestava.

— Agora você tem um filho pra cuidar, uma namorada, esposa, sei lá.

— Não estamos juntos, a ajudarei, mas não me casarei com ela.

— Não tenho nada a ver com isso, Cláudio, não é da minha conta. Bom, mas só desci para falar que não é bom que venha aqui.

Virou-se para voltar pra casa quando ele a segurou pelo braço.

— Me perdoe!

— Eu gostaria de poder te dizer que sim, mas não vou mentir, hoje não consigo te falar, mas tenho certeza que isso irá passar e mesmo que eu não te diga pessoalmente, irei esquecer tudo isso, contudo não quero nem sua amizade, pois amizade precisa de confiança e eu não confio mais em você.

Cláudio sentiu como que se algo se cravasse em seu peito, parece que sentiu até esquentar, um nó no estômago.
Viu ela entrar e fechar o portão atrás de si sem virar nenhuma vez para trás e novamente estava ali, deitado na cama olhando o teto, pela primeira vez sofria de amor, pela primeira vez queria uma garota, apenas essa garota.

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