- Que bom que vieram! Oh titia, como está lindo meu pacotinho de presente. -disse Milena, pegando Lucas, seu sobrinho de quatro meses e beijando Natália e Guilherme.
- Que saudade de você, maninha!
- Também sinto muitas saudades. Tudo bem com o papai e com a mamãe?
- Sim, ela mandou algumas coisas para você.
- Obaaaa! Vôôô, eles chegaram! — gritou por cima do ombro.
- Leninha, sou velho, surdo não. - respondeu seu avô logo atrás.
Seu Marcos abraçou a Natália e Guilherme e foi corujar Lucas.
Estava contente em ter a casa cheia. Desde que Milena havia chegado, a mais de dois anos, a casa estava mais alegre, embora tenha tido que fazer chazinhos calmantes para Milena dormir e se acalmar diversas vezes, durante os primeiros meses.
Ela chorava muito, para o avô, ela sentia falta da família, mas Milena chorava mesmo era por Cláudio, sentia um grande vazio, ao mesmo tempo que queria vê-lo, não queria, era um conflito que não estava sabendo lidar sozinha, nunca havia se apaixonado antes, acabou encontrando ajuda na terapia com a psicóloga Luana.
Sempre se lembrava da tarde tão bonita que haviam passado e de repente ver ele com aquela moça, se beijando no carro e logo a noticia de gravidez, a desmoronaram emocionalmente.
Sendo que minutos antes estava tudo tão bem, com planos de conhecer o restante da família.Ele se comportava tão bem com ela, mas não adiantava a respeitar e a trair, como lhe doeu aquilo. Sentia-se frustrada em continuar pensando nele, em seguir buscando ele nos rapazes que via na rua, mesmo ele não morando em Cuiabá.
Quanto à faculdade, estava estudando o que almejava, mas convivia com certos tipos de atitudes por parte de alguns discentes que a mantinha longe sem buscar um entrosamento com eles, apenas conversava com três pessoas, dentre elas, Fábio que agora era seu namorado.
- Vamos só nós? - Quis saber Guilherme.
- Não, o Fábio vai com a gente.
Quando tiveram um tempo sozinhas no quarto Natália quis saber como ia o namoro.
- Então, como vai com o Fábio? Você está apaixonada?
- Gosto muito dele.
- A pergunta não foi essa.
Milena apenas meneou a cabeça negativamente.
- Oh, amiga! O que há de errado, o que acontece? Ele parece ser um cara bom, não é?
- Ele é... Participa na igreja, não me cobra nada, tem seis meses que estamos juntos e é o primeiro namoro de verdade que tenho, mas... - seu olhar era triste.
- Você ainda pensa naquele sem vergonha do Cláudio, não é? Tá eu sei que o Fábio não é bonito como o Cláudio.
- Não se trata de beleza, eu não me prendo a isso.
- Vocês ficaram pouco tempo juntos e ainda terminou daquele jeito. Lembro-me como hoje, como foi difícil controlar a fúria do Guilherme querendo ir atrás do Cláudio aquela noite.
- Verdade! Foi pouco tempo, mas foi bom, eu me sentia tão bem com ele e sinto que ficou algo inacabado. Sinto-me mal por ainda pensar nele mesmo estando com o Fábio, mas não sei o que acontece. - suspirou Milena.
- Ooo minha amiga e nunca pensou em procurá-lo para dizer umas poucas e boas, ao menos para tirar isso que ficou entalado na garganta?
- Ele foi me procurar umas semanas depois do ocorrido.
- Você nunca me falou sobre isso.
- Meu pai e Guilherme teriam tornado mais difícil toda essa situação, preferi não comentar com ninguém.
- Bom, tá certo! Já tem um bom tempo e cada dia isso irá ficar mais no passado
- Eu espero! - disse abraçando Natália.
Milena havia chorado copiosamente por meses por causa de Cláudio. Assim que viu aquela cena ela quebrou o chip e proibiu que falassem dela para qualquer pessoa que conhecesse Cláudio e o contrário também.
Não permitia que colocassem nenhuma foto em que tivesse ela, no Facebook. Se mudou para a casa de seu avô, pois em Chapada, um lugar que morou por toda vida, de repente se tornou só lembranças dele, na praça, rios, mirante, igreja, nas lanchonetes que iam e até mesmo em casa.
Antes mesmo de começar a faculdade já havia se mudado. Esteve poucas vezes em Chapada desde então, seus pais vinham uma hora ou outra, e ela ia quando tinha algum feriado prolongado. Foi para o casamento de Natália e Guilherme, eles não namoraram por muito tempo.
Nunca mais viu a garota que havia engravidado de Cláudio, talvez tivessem ido morar juntos. Mesmo sendo doloroso para ela, achava que isso seria o mais correto a se fazer.
Enquanto ela estava estudando e trabalhava na própria faculdade, passava o dia todo fora, chegando tarde em casa e sempre tinha seu avô a esperando.
Fábio se esforçava para contentá-la, apesar de ser extremamente ciumento e isso a incomodava profundamente, pois não lhe dava motivos.
- Vamos senhora e senhorita Florenza, o Fábio chegou.
- Pode me chamar de senhorita também, amor, senhora me faz parecer velha.
Ele a beijou na testa divertido. - Ok minha senhora senhorita, Florenza.
Iam aproveitar o sábado para comprar algumas coisas, incluso roupa para o batizado de Lucas, Milena seria a madrinha, juntamente com Alberto o primo deles, que também havia decidido se casar com Angela, um lindo casamento num sábado de manhã, todavia não tinham filhos.
Foram no carro de Fábio que era mais espaçoso, teriam que ir primeiramente ao centro de Cuiabá.
Milena praticamente carregou o pequeno à maioria do tempo, deixando Natália mais a vontade para buscar o que precisava.
Quando já estavam saindo de uma delas, Natália viu algo que a interessava e voltou para o interior da loja e Guilherme a seguiu. Milena que já estava na porta permaneceu um momento, brincando com Lucas e o beijando.
- Imagina quando tivermos os nossos!
- disse Fábio a abraçando e a beijando na cabeça.Ela olhou para ele sorridente. - Nossos? Quantos?
- Uns três, o que você acha? - disse pensativo.
- Eu havia pensado em cinco.
- Uau! - gargalhou. - Seria muito bom. De momento vamos esperá-los lá dentro que esse calor de 40° graus está sufocando.
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A MINHA GAROTA
Roman d'amourRomance cristão ✝️ Sinopse Numa noite fria em meio a uma densa neblina, Cláudio Carvalho, um rapaz bonito que não perde a chance de estar acompanhado, vê uma linda jovem correndo e por algum motivo que só o tempo poderia explicar, fica fascinado p...