Capítulo 4- Não tive a intenção de me apaixonar(...)

223 36 20
                                    

Em dias alternados Cláudio via Milena correndo pela manhã, quando ele e seu pai iam trabalhar.

Durante quase a semana toda esse foi o único momento em que a viu, pois uma noite ou outra que havia estado com os rapazes, ela não estava. Não se sentia à vontade para perguntar por ela.

- Conhece essa moça que sempre passa por nós correndo?

- Sim, é irmã do Guilherme, aquele que o senhor atendeu a ligação outro dia.

- Ah sim, chamando para ir à cachoeira?

- Esse mesmo!

- Reparei que fica sempre procurando algo pelas ruas até que a vê, daí já não procura mais nada. — falou sorrindo para o filho.

— O senhor é uma águia. — brincou Cláudio.

- Cláudio, Cláudio, já posso até imaginar que você está tentando ter algo com essa moça, se é que já não teve.

- Não tive nada com ela. Ela não é como as outras garotas que conheci.

- Mas quer, acertei?

- Para, pai. - Cláudio sorriu sem jeito. - O senhor pensa que não posso ver uma moça bonita e ficar na minha?

-Exatamente isso! Sabe, muitos pais podem incentivar esses encontros descompromissados, incentivando principalmente os filhos homens a isso, mas não vejo isso como motivo de orgulho.

- Sim, eu sei, mas algumas se atiram, fica complicado resistir.

- Por exemplo, a Joice.

- Isso, por exemplo, ela.

- Você e Joice estão namorando?

- Não, não quero nada sério, até mesmo nem estamos mais nos vendo.

- Filho, não é demonstração de masculinidade sair com muitas, é fraqueza, nada mais. Você precisa saber esperar pela sua garota, aquela que Deus escolheu pra você. Eu esperei pela sua mãe e valeu a pena, já te contei essa história?

- Uma infinidade de vezes...

- E você ainda não aprendeu?

- Eram outros tempos, pai.

- Valores e princípios não mudam filho. A sexualidade com um direcionamento correto é bonito e traz contentamento, porém quando usada de forma desequilibrada, acarreta muitas dores e lágrimas que poderiam ser evitadas.

Cláudio gostaria de fazer algumas perguntas para o pai que de pronto lhe interessou, porém viraram a última esquina já saindo defronte ao escritório montado no local das obras. Mais um dia de muito trabalho os esperava, tardariam uns dezoito meses em Chapada se continuassem dando andamento no trabalho que lhes cabia sem intercorrências.

💕❤️💕

Lena acordou quase às seis da manhã, não importava a que horas dormia, sempre despertava cedo e não resistiu, comeu uma fruta, calçou o tênis, pegou seu ipod e foi dar uma corridinha matinal.

Iria sentido a entrada da cidade, fez um breve aquecimento e saiu correndo.As ruas não estavam movimentadas, os comércios ainda estavam fechados.

Ao retornar para casa entrou em uma rua que não fazia parte de sua rota e quando se deu conta pensou em voltar, mas como de todos os modos chegaria à rua da praça não se incomodou em correr um pouco mais. Seguiu em frente justo no momento em que um carro saia da garagem, teve que diminuir o passo para dar tempo do carro ir se posicionando na rua. Já ia retomar a corrida quando ouviu a voz de Cláudio.

A MINHA GAROTA Onde histórias criam vida. Descubra agora