Capítulo 17- Cuiabá, agosto de 2015

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Passava de meia noite e Milena não conseguia dormir, foi até a sacada de seu apartamento, era simples, porém, supunha-se que assim estaria mais segura morando sozinha, que em uma casa.

Seu pai a havia ajudado com boa parte do dinheiro para adquiri-lo. Quando depois de três anos morando com seu avô, ele resolveu casar-se novamente.

A cidade estava bem silenciosa, alguns poucos carros passavam de tempo em tempo. Sentou-se e permaneceu ali olhando, sentiu saudades de repente, não sabia bem de quê e nem de quem, mais estava nostálgica.

Ventava fresco, diferente do abafado que esteve no decorrer do dia, talvez por estar no sétimo andar conseguia sentir uma brisa fresca.

Durante o dia era possível ver as serras azuis de Chapada dos Guimarães. Sentiu vontade de estar na casa dos pais, que bom que conseguiria ir ao dia seguinte, estaria de folga sábado e domingo.
Muitas vezes sentia falta de ter alguém e casar-se, parece que todos encontravam alguém para compartilhar os momentos da vida, mas se era sua vocação o matrimônio, Deus providenciaria.

Acreditava piamente que tudo no tempo dEle era melhor e que saberia distinguir o momento e a pessoa.

Acordou por volta das cinco da manhã e já começou a se arrumar queria sair cedo, para aproveitar ao máximo sua família, brincar com o pequeno Lucas, ele já se achando todo rapazinho com cinco anos.

As oito e quinze já estava em frente a sua casa em Chapada, parecia que nunca havia saído dali, permanecia tendo o controle do portão, as chaves de casa e até seu quarto seguia igual.

- Manhêêê, cheguei!

Dona Ana veio de encontro, feliz, enxugando as mãos num pano de prato, estava lavando a louça.

- Ooo, filha, que saudades! Como custaram esses meses que não nos vimos.

- Verdade, podia ir passar uns dias comigo uma hora dessas. - Milena, cheirava o pescoço da mãe. - Como é bom esse cheirinho.

- Seu pai não fica aqui sem mim, só em extrema necessidade. - respondeu ainda abraçada a filha.

- Mas é uma emergência! Eu...

- Maninhaa! - gritou Guilherme chegando com Lucas pela mão.

Milena os abraçou, era tão bom estar com eles e o tempo passava tão depressa, que mal chegava e já precisava voltar.

Seu Francisco também chegou e foram tomar chá, comer bolo colocando o assunto em dia. Logo contaram a novidade, Natália estava grávida novamente, apenas acabavam de descobrir.

- E cadê a Nat? Porque não veio?

- Ela passou na casa da mãe, logo estará aqui, almoçaremos juntos para aproveitar um pouco mais sua presença.

- Obrigada! - Milena beijava Lucas. - Te trouxe um presente! Um não, dois.

- Obaaa! o que é madrinha? - perguntou curioso.

Milena trouxe uma caixa para que ele abrisse, era um livro de histórias e um carrinho de controle remoto.

- Peça para o papai e para a mamãe ler para você.

- Obrigado, madrinha!
A beijou e saiu todo satisfeito com seus presentes.

- Sempre achei que você levava jeito com criança, será uma ótima mãe. - ponderou ele.

- Espero que sim, preciso antes encontrar o bom marido. - riu ela, de forma triste.

- Ei, ei, que foi isso?! parece que vi tristeza nesse olhar.

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