Prólogo- Barcelona, agosto de 2015

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Entre uma taça e outra de vinho e uma deliciosa paella, Cláudio Carvalho,desfrutava do sábado ensolarado numa tarde de agosto em Barcelona, em ritmo de despedidas.

Acompanhado de seus amigos catalães; Javier, Juan e Maica, namorada de Juan. Almoçavam em um restaurante de onde se podia ver o mar em la barceloneta, era um lugar bonito, o calçadão com diversos restaurantes e sempre havia alguém na entrada para invitar a entrar, uma disputa acirrada, era sempre movimentadíssimo, sobretudo de turistas, que iam e vinham a todo momento.

O lado em que situava os restaurantes havia uma sequência de palmeiras por todo o trajeto e do outro lado se avistava o lindo mar azul.

Não havia sido fácil encontrar uma mesa vazia em um restaurante que oferecia algo que os apetecia. Eles procuram travar uma conversa descontraída, com sentimentos de que "estaremos em contato, amigo".

A ideia de irem almoçar juntos partiu de Javier, pois Cláudio, seu amigo brasileiro iria se marchar para o Brasil dentro de um mês e então estavam aproveitando ao máximo a companhia um do outro.

A princípio Cláudio ficaria um ano em Barcelona e acabou ficando um pouco mais, nesse meio tempo estreitou um laço de amizade com Javier, o conheceu no curso de mestrado, a amizade com Maica e Juan veio através dele e sempre procuravam fazer algo juntos.

Agora não havia mais motivos para permanecer ali já que havia terminado seu mestrado e outros cursos. Voltaria ao Brasil e trabalharia na agora bem conceituada empresa Carvalhos arquitetura de seu pai, Pedro, também arquiteto.

Nesse meio tempo estudou e trabalhou, era um aficionado das obras de Antoni Gaudí. Barcelona era um lugar lindo, com toda certeza voltaria à cidade, não só pelas amizades que fez, mas também pela encantadora BCN, como costumam abreviar.

- Então, Cláudio, animado em regressar ao Brasil? - perguntou-lhe Maica. -Vamos sentir saudades! - continuou dizendo.

-Também sentirei saudades de vocês, da cidade, mas já é hora de voltar, fiquei mais do que havia planejado, me senti tão bem que fui ficando, ficando e olha que faz pouco mais de três anos, preciso levar meus conhecimentos para a empresa do meu pai, sinto muita saudade da minha família também.

- Encontrei com Maitê ontem. - ela disse mudando de assunto. - Falei para ela que nos veríamos hoje para um almoço, ela disse que iria para Girona passar o domingo com os pais.

- Hum! - musicou Cláudio.

- Não tem vontade de retomar o namoro? - quis saber ela.

- Não, já tem quase seis meses que terminamos, pensamos muito diferente um do outro, muita cobrança por parte dela e sabe de uma coisa? Não sofri com o término, na verdade sinto-me aliviado. - finalizou Cláudio.

- Cara, para nós não precisa mentir, toda separação machuca um pouco, é normal. — comentou Javier.

— Estou sendo sincero, não sofri. — afirmou Cláudio.

— Até pensei que iriam se casar, foi à única namorada que você teve desde que chegou, cheguei a duvidar da masculinidade do meu amigo. — gargalhou Javier.  — Las chicas o cercavam de todos modos e ele sempre esquivando-se.

- Há uns anos atrás com toda certeza não recusaria, mas são outros tempos, outras prioridades. - justificou-se Cláudio.

- E porque terminaram? Não perguntei na época. - quis saber Juan que até o momento dava mais atenção a sua paella de arroz negro.

Cláudio remexeu-se na cadeira, coçou o queixo, tomou um gole do seu vinho e não disse nada.

- Hein? - insistiu Juan.

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