doze

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Votem e comentem.
Loads of love x

🍒

Harry Styles havia, sim, me convidado para a festa de aniversário dele. Quero dizer, dois dias antes ele comentou que seria legal e que eu deveria ir.

Além de não querer, eu não conseguiria ir de qualquer maneira, então apenas enviei uma mensagem de voz antes de dormir desejando um feliz aniversário e que ele estivesse se divertindo.

Harry não respondeu a mensagem.

Por esse motivo pensei que não tornaríamos mais a nos encontrar novamente. Segui com a minha rotina de antes, talvez um pouco mais aliviado do que deveria.



Eu tinha acabado de sair do quarto em que mamãe estava e ultrapassava um grupo de enfermeiras quando o som de notificação dispara do meu celular. Chego ao elevador, dígito o botão para o térreo e pego o celular.
Era Harry.


Planos para sábado?


"Nenhum"


Então venha para Cleveland


***

E

stamos na sala de TV de sua casa. Os créditos do filme rolam na enorme tela que ocupava grande espaço da parede.

O lugar cheira intensamente a maconha e Doritos. Harry está deitado em minha coxa e come os últimos nachos do pacote.

- Não sei se foi a onda... – Enrolo uma mecha de seu cabelo sedoso nos dedos enquanto falo. – mas eu gostei desse filme. – Harry mantinha a atenção no saco plástico vermelho que tinha em mãos. – Não costumo gostar de adaptações de livros. E O Sol é Para Todos é o meu favorito. O filme pareceu tão bom quanto o livro.

Ele desperta do seu interesse pelo Doritos e levanta os olhos para me encarar.

- Você gosta de ler? – Balanço a cabeça em concordância.

- Tinha as melhores notas em Literatura. Sei alguns poemas de cor até. – Um dos motivos do meu gosto para leitura foi Mark, ele era professor de história.

- É? – O verde de seus olhos refletem as vagas luzes coloridas que saem da TV. Murmuro um sim. – Fale um.

- Agora? – Ele balança a cabeça. - Está bem. – Vasculho mentalmente um que eu consiga me lembrar claramente. – É Emily Dickinson. Dizem, “com o tempo se esquece", mas isso não é verdade. Que dor endurece, como os músculos da idade.

Pauso um pouco para alinhar as palavras do verso seguinte que começam a evaporar dos meus pensamentos. Ah, lembrei. – O tempo é teste da dor, mas não é o seu remédio. Prove-o e, se provado for, é que não houve moléstia.

Harry me encara em silêncio por alguns minutos, acredito que refletindo as palavras até que seus lábios vibram em uma risada.

- Muito melancólico para alguém chamada pau no filho.

Eu rio e concordo. Harry levanta e limpa a mão em um guardanapo na mesinha a nossa frente. Ele bate em sua camisa bege para tirar os farelos e agarra a minha mão.

- Quero te mostrar uma coisa. Vem!

Sou puxado para fora da sala de TV e estamos no corredor novamente. Ele ri entusiasmado, me levando como uma criança que quer mostrar algo muito interessante para um adulto.

Nós descemos a escada e atravessamos a sala de estar. Atrás da sala há largo espaço entre uma porta de madeira do lado esquerdo e outra dupla de vidro que direciona para o jardim, onde posso ver hortênsias roxas e azuis sob o teto de pergolado de madeira e uma piscina retangular no piso de concreto.

Quando ele abre a porta contrária ao jardim, o cheiro de incenso invade minhas narinas aumentando a sensação de relaxamento que eu já sentia. Provavelmente foi aceso há algumas horas pois cheio não está tão acentuado.

Antes de Harry falar alguma coisa eu sabia que aqui era seu oásis pela expressão em seu rosto
O cômodo era todo em tons de azul e amarelo pastel, desde os ladrilhos do piso até os papéis de paredes listrados.

Havia uma estante alta e larga repleta de obras literárias em uma das paredes.

Eu nunca tinha visto algo daquele jeito antes. Os livros estavam em transição de cores, obras em preto, verde, azul, vermelho, amarelo... todos harmonizados em um degrade dos tons mais escuros aos mais claros.

Percorro os dedos pelas lombadas impecáveis dos livros, absorvendo todo o acervo com o olhar. A distribuição, como se deve imaginar, era variada. Jojo Moyers ao lado de Stephen King, Bukowski ao lado de J. K. Rowling, Sylvia Plath e Tolkien.

Pego Uma confissão de Liev Tolstói e o abro. Apesar de não conseguir ler efetivamente, aprecio a sensação de passar os dedos nas folhas que tocam como veludo em minhas digitais, o som quando folheio e o cheiro que as páginas transmitem.

- Seu gosto é um tanto niilista. Quero dizer, Virginia Wolf, Bukowski, Sylvia Plath, C.J. Tudor? Nunca imaginaria.

Harry está na janela. Os seus cotovelos estão cruzados no batente deixando que crepúsculo dourado beije suas bochechas.

Ele desliza os dedos pelos lábios, se vira o rosto para mim e sorri bobamente. Retribuo o sorriso.

- Nem todos os livros são meus na verdade. Alguns são de Niall. Era de quando moramos juntos em Miami.

- Você morou com ele? – Pergunto curioso ainda dedilhando o livro.

- Sim, nos tempos da Universidade. Quando voltamos para Cleveland, ele alugou um apartamento, mas era pequeno, então deixou os livros comigo.

- Então imagino que muitos desses discos também sejam dele. – Suponho, apontando para as prateleiras na parede oposta.

Assim como a coleção de livros, era vasta e bem organizada, mas não tão visualmente prazerosa quando o carnaval de cores da estante.

Ele balança a cabeça e morde o lábio inferior em um sorriso.

- Essa é inteiramente minha. Niall é apaixonado por música, não viveria sem os discos dele. – Ele aponta para um violão deitado em uma das quatro poltronas azuis num canto da sala  – Isso é dele, não aprendi a tocar.

Eu fecho o livro e o devolvo para a sua posição entre Pequeno Príncipe e The Purloined Letter. Não seria eu quem desfaria a harmonia do acervo.

Vou até as prateleiras e contemplo a discografia que, assim como os livros, era um misto de vários artistas e bandas.

Tina Turner e Spice Girls. David Bowie e Bruno Mars. Tears For Fears e Chopin. Madonna. Foo Fighters. Lady Gaga. Elton John. Destiny's Child. Janelle Monáe. Queen, Blondie, Taylor Swift... Alguns discos de Jazz e Blue que eu nunca ouvir falar.

Eu não seria capaz de enumerar quantos álbuns de artistas diferentes haviam ali. Alguns eram mais recorrentes como Abba, Aerosmith, Guns and Roses, John Mayer, Britney Spears e Lana Del Rey.

- Duvido que você tenha ouvido todos esses álbuns. – Afirmo.

Ao lado da janela há uma escrivaninha com um modelo antigo de toca-discos impecavelmente reluzente que eu não saberia usar. Acho que nem na cada dos meus avôs tinha visto um desses.

Havia também um radio amarelo redondo, outra relíquia que eu nunca imaginaria ver na casa de Harry Styles.

- Um rádio? – Pergunto rindo.

Ele dá de ombros. – Onde eu escutaria os CDs?

- No iTunes?! – Sugiro sarcástico.

- Eu disse C-D-s. – Ele soletra.

Pego o CD Franz Ferdinand em minhas mãos, olho as faixas no verso e caminho até o rádio. Tiro o disco envelopado com a logo da banda, abro a tampa do aparelho e o coloco ali. Depois que fecho, aperto duas vezes no botão next até letreiro indicar a faixa 3.

Take Me Out vibra em volume moderado, meu pé imediatamente começa a bater contra o chão no ritmo da guitarra.

Viro meu corpo para Harry e ele curva os lábios em um sorriso vivaz que afunda suas covinhas. O chamo com a mão, ele nega bagunçando o cabelo.

- Você não sabe dançar. – Declara, mas seus pés o trazem até mim.

- É rock, todo mundo consegue dançar rock.

Pouso as mãos em sua cintura, ele descansa as suas em meu ombro.

- É indie-rock, na verdade. – Comenta. Me limito a responder com um balançar de ombros.

Percebo o quanto seus olhos estão vermelhos e pesados de perto, não imagino que os meus estejam diferente, as minhas pupilas estão tão pesadas que eu evito piscar constantemente.

– Você está fora do ritmo.

Ele não tenta conter uma risada sequer. Eu nunca o vi tão sorridente como nesta tarde. Era bom vê-lo tranquilo assim, faço uma nota mental de que precisamos repetir isso.

- Shh, a gente está chapado e não liga para essas coisas.

- Eu ligo, sou formado em dança.

- Certo.

Levanto um dos meus braços na altura sua axila e com o outro agarro a sua mão e deixo mais alto que os ombros, balanço nossos corpos em rodopios pelo oásis de Harry.

Os giros associados com a música agitada e as risadas alteram minha percepção do tempo.

Tudo está ficando mais lento.

Apesar da voz de Alex Kapranos reverberar dizendo que precisa ficar parado para o tempo não passar tão depressa, Harry e eu não precisamos.

Vejo seus cachos balançarem e os seus dentes de coelhos na menor velocidade possível, como em câmera lenta.

Sinto que estou a horas dançando essa mesma música com ele. Estou preso aqui então o agarro para o sentir mais próximo, torcendo para que ele também esteja sentindo isso.

Continuo observando seu rosto ruborizado e risonho cantarolando a música.

Assim como o vocalista, eu sei que irei embora sem ele, sem Harry. Nós temos um tempo limitado. O relógio ressoa em meus ouvidos.

Tic tac tic tac tic tac.

Nós teremos pouco tempo juntos e não há como ultrapassa-lo.

Porém, enquanto isso ainda parece longe de terminar, aproveito o agora, porque é inebriante sentir a loção de eucalipto de Harry e sua pele quente sob a minha mão.

Ele analisa atentamente a minha boca. Percorre a digital do indicador sobre a pele.

Seus dedos ainda cheiram a pimenta jalapeño.

Não estou muito confiante quando ao tempo que o faz, ele só permanece ali, empenhado em deslizar os dedos por cada centímetro dos meus lábios por bons minutos. Quase nem vejo seus olhos piscarem.

- Acho que quero transar com você. – Declaro subitamente. Ele permanece com os dedos indicador e médio em minha boca, fecho os olhos para sentir melhor.

- Acha?

- Acho.

- E o que você faria? – Abro um sorriso. Ele desliza os dedos pelo meu dente. Posso sentir o gosto de Doritos.

- Primeiro eu te beijaria, claro. – Permaneço de olhos fechados.

- Certo.

- Depois eu tiraria sua camisa. Beijaria seus mamilos.

- Todos?

- Todos. – Confirmo.  – Levaria você até uma das poltronas e sentaria. Tiraria o resto de sua roupa. Beijaria seu pau tão saboroso.

- Só beijar? – Pergunta manhoso.

- Calma, baby... Beijaria cada centímetro dele, assim como você está dedilhando minha boca. Só depois disso te faria um boquete, um boquete de verdade, sugaria com tanta vontade que você iria ter que agarrar meus cabelos para não surtar. E então  eu iria enfiar dois dedos em você.

- Acho que aí eu precisaria soltar seus cabelos e cravar as unham nos seus ombros.

- Será? – Ele murmura como resposta. – Bom... Então quando você gozasse na minha garganta, eu tiraria minhas roupas e sentaria você em meu colo. Esfregaria meu pau na sua entrada e sentiria ela piscar.

- Como agora? – Pergunta rouco. Eu sorrio ao pensar nisso.

- Como agora. – Concordo. - Ai eu te penetraria, sem pressa alguma. Sentiria cada uma de suas contrações quando estivesse todinho em você. O que acha?

- Parece bom.

- Pois é. Depois eu colocaria as mãos em sua cinturinha e estocaria. - Ouço uma risada de Harry e abro os olhos. As suas pálpebras continuavam preguiçosas, mas suas orbes esmeraldas brilhavam, iluminando tudo ali. – Eu foderia com cada centímetro de você, querido.

Agora seus dedos passeiam na pele de minha nuca, eriçando os pelos.

- Acariciaria seus mamilos. Morderia seu ombro. Gemeria seu nome.

- Alto?

- Muito alto.

- Parece tão delicioso. Posso ouvir? – Sua voz está tão baixa que parece uma brisa.

- Mas não estamos transando. Soaria falso.

- Poderíamos fazer soar verdadeiro.

- Mas aí teríamos que transar.

- Bem... sim.

- E eu disse que estava pensando em transar com você. Não que eu iria fazer isso. – Provoco enfiando a mão por baixo de sua camisa, sentindo a pele macia e quente contra minha palma.

- Mas você não quer? – Um biquinho meigo se forma em seus lábios.

- É tudo o que eu desejo agora.

E então eu faço tudo o que disse.

Sinto o gosto de vinagre e sal do orgasmo que ele teve em minha boca.

Harry emana um calor envolvente enquanto cavalga em meu colo. Seu corpo emite um brilho leitoso e fluorescente. A noite invade o quarto pela janela, cobrindo o cômodo em penumbra.

Ele beija meu pescoço.

Consigo sentir seu perfume.

É verão, estou correndo em uma floresta com árvores de eucalipto, grandes o suficiente para bloquear a iluminação. Apesar de mal iluminado, ainda posso sentir o calor contra minha pele, aquecendo meu corpo.

Enquanto mergulho nessa floresta escura também sinto o cheirinho suave de maçã-verde e uma brisa quente e instável contra meu pescoço.

- Oh, Louis, sim. – É o que uma voz grave e arrastada repete. – Vai, continua. - Choraminga.

Uma chuva vistosa e quente jorra de baixo, lambuzando meu peito e me fazendo sentir um prazer que domina cada centímetro de meu corpo que sinto escapulir de minha boca em clamor.

De repente aquela floresta de perfume e calor está se afastando. As sensações ainda estão borbulhando em meu corpo, meu pau pulsa dolorido e eu ainda gemo rouco.

Ele está de joelho entre minhas pernas. A mão esguia e aveludada agarra meu membro pulsante e molhado. Harry me envolve em sua boca quente. Quando geme, reverbera em toda minha extensão, vindo do pau e percorrendo o resto do corpo.

Não consigo vê-lo claramente, ele é apenas uma sombra subindo e descendo entre minhas pernas. Consigo o escutar e sentir as vibrações contra meu pau enquanto fodo sua boca.

Chego ao ápice, todo o prazer sendo expelido direto na garganta de Harry. Permaneço por um bom tempo me derramando enquanto Harry suga cada gota.

Quando termino, ele desliza a língua vagarosamente em minha glande, provocando tremor em todo meu corpo.

Sinto seu corpo úmido e ofegante pesando confortavelmente em meu colo. Ele se senta de lado, as pernas escapam pelo braço da poltrona e sua cabeça descansa meu ombro.

O envolvo em meus braços. Deslizo as mãos em sua coxa até sentir a sua respiração normalizar.

E depois pesar novamente, em um ritmo constante que só o sono concede.

Fecho os olhos e me permito descansar ali por algumas horas.

🍒

Não usem drogas, crianças.

Mas se foram usar, me chamem.

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