Horror Summer

Truth - Part 1

Mais tarde... madrugada...

Todos estavamos discutindo sobre o caso na mesa do intervalo.

- O que? Mas isso não é da religião cristã? Ae começou confuso, se sentando na cadeira para comer.

- Sim eu sei disso, mas nada o impede de aprender sobre ela. Respondi me escorando na mesa. - O ruim é que o assassino está entendendo errado.

- Afinal, o que os dez mandamentos tem haver com as vítimas? A jovem pergunta, abaixando a tela do notebook.

- Isso eu achei intrigante. Vejam. Chamei todos para perto do tablet. - Na ordem dos mandamentos, a pureza vem primeiro, ela significa aquilo que ainda não foi tocado pela sociedade maliciosa e tentadora. Expliquei abrindo a galeria das fotos da cena do caso "lixão". - Até onde nós sabemos, um recém nascido é algo que veio da forma mais pura possivel.

- Isso explica o porque dele estar naquelas cobertas, não era remorso, mas sim proteção. Ae toma suas ideias.

- Muito bem dito Ae, está certo. Agora, o segundo é o silêncio, ele pode ser dito como sigilo perfeito.

- Não entendi chefe, "sigilo perfeito"? Como assim?

- Nunca ouviram falar no ditado que "o silêncio não comete erros"?   Todos negam. - Quer dizer que se você ficar calado, sua vida andará da maneira correta. Mostrei as fotos do crime "sem corpo". - Como podem ver, estamos sem corpo e sem ele, não podemos "ver o que o corpo nos diz sobre o assassino". Entenderam agora? Intercalo entre os quatro que se sentaram aos lados da mesa novamente. Todos assentem.

- Bom, ainda temos dois contratempos. O mais robusto se manifesta. - Primeiro: temos aquele corpo escrito "pecador" nas costas...

- Eu e o Ae estamos trabalhando nisso. Cortei seu falatório.

- E segundo: qual é o proximo mandamento? Não sabemos muito para alertar o povo. Alarmou ele, gesticulando as mãos.

- Ao que tudo indica, ele está seguindo a ordem ao pé da letra.

- Então aquelas marcas são sobre os mandamentos e ainda são para ele não se perder? A loira pergunta confusa.

- Exato.

- De acordo com o que disse, o proximo seria... Ae parou para eu completar. E seu telefone toca.

- A verdade.

- Nem precisa explicar essa, vai ser moleza. O moreno robusto fala animado, se levantando e estalando os dedos. - Só procurar algum mentiroso e abordar.

- Tarde demais. Acharam mais um... e é a verdade.

- Vamos. Corremos para fora.

***

Chegando no local, notamos que o caso era de uma idosa que morreu de causas naturais, mas todos tinham suas certas dúvidas.

- Ela tem a marca nas costas? Perguntei ao Shi.

- Sim, como as outras, foi feita pós-morte. Afirmou o que eu queria ouvir. - Seu nome era Dhalia Sarawat, 78 anos, parada cardíaca.

- Por que ela tá careca?

- Tinha cancêr. Estamos esperando o toxicológico.

- Hum, peça pra mandarem direto a mim.

- Você que manda tenente. Deu ombros antes de voltar a ligar para alguem.

Um assassino que segue os dez mandamentos do cristianismo. Realmente, os dias vão ficar dificeis. Quatro corpos encontrados em lugares distintos, vítimas diferentes, mas todos tem marcas diferente nas costas, escritas depois da morte pela mesma pessoa. Pureza: um recem nascido enrolado na coberta. Silêncio: cena de crime sem corpo, mas marcas de sangue na parede. Verdade: Uma idosa com cancêr. Pecador: um corpo desfigurado desovado num bairro comerciário. Duas dessas quatro peças não estão se encaixando, sem falar que precisamos achar algo que ligue todas elas. Hunf, encarar a realidade sempre foi meu forte, mas eu queria estar em outro planeta agora.... espera. É isso!!!

Peguei meu celular e digitei no grupo.

- Reunião de familia na minha sala.

***