Capítulo 8

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William foi prontamente atendido pelo curandeiro da vila, Owen. O homem pediu educadamente que Yami e os outros dois se retirassem da sala, mas Yami negou, Charlotte era enfermeira ali, imaginava que ela não teria coragem de fazer nada contra o rapaz, mas para garantir isso, ele ficaria ali.

Apenas Licht e Rhya se retiraram. Yami pediu que eles fossem relatar o ocorrido para os seus pais. Sorte que não aconteceu nada demais, contudo, era importante relatar qualquer situação que fugisse do normal.

William era bom em esconder as suas emoções, Yami imaginava que o machucado estava doendo muito, mas em nenhum momento ouviu ele reclamar, além de claro, a perda de sangue ter contribuído para o seu estado letárgico.

Owen o examinou e pediu que Charlotte o auxiliasse na limpeza e suturação da ferida.

Como imaginou, não aconteceu nada, a mulher não teve coragem de ser desrespeitosa ou algo do tipo ali. E assim que o curandeiro liberou o seu noivo, Yami se prontificou a levá-lo até em casa.

- Yami... Eu já disse que posso andar sozinho... - tentou mais uma vez convencer o outro.

- O médico disse que você precisa de repouso, fora que você é leve, não existe problema nenhum em eu carregar você.

Resoluto, William acabou concordando com um aceno de cabeça e se ajeitou na maca para que ficasse fácil para ele lhe erguer.

Charlotte via a cena com uma raiva que não cabia dentro de si, mas ela não falaria e nem faria nada em seu ambiente de trabalho, então ela se contentou em apertar as suas mãos em punho para descontar a sua raiva da cena que via.

Sukehiro com todo o cuidado que conseguiu ter, pegou o noivo no colo, este que o abraçou pelo pescoço. O ômega sentiu novamente aquela costumeira timidez de quando ficava perto do alfa, que precisou esconder o rosto na curva do pescoço dele. E isso apenas fez com que um sorriso doce se desenhasse no rosto do homem.

Saíram do hospital depois que o médico passou as últimas recomendações, juntamente com alguns chás medicinais para a recuperação do ômega.

O caminho foi tranquilo, William não se sentia mais tão tonto devido ao soro que o médico administrou no hospital. Sentia o seu coração bater rápido enquanto sentia um gostoso calor se espalhar por seu corpo. De forma quase que inconsciente, os seus dedos faziam um carinho sutil nos cabelos da nuca de Yami. O alfa achou melhor não comentar nada e apenas aproveitar o momento e a doçura do ômega.

Entrou na casa do outro e apenas o tirou de seus braços quando o deitou em sua cama, sentou ao lado dele, olhando fixamente nos olhos roxos, se perdendo por alguns instantes ali. Queria ter certeza de que ele estava bem.

- Está sentindo dor ainda?

- Não mais, o chá de papoula ajudou bastante... - disse com a voz suave, todo o carinho que o alfa estava demonstrando, apenas fazia com que o ômega quisesse cada vez mais estar ao lado dele.

- Se você sentir qualquer coisa, me avise ou ao Licht, não fique sentindo dor, está bem? - William assentiu – Bom... Eu vou indo então.

Fez menção de se levantar, mas sentiu uma vontade dentro de seu peito de se despedir com um beijo e apesar de querer beijar a boca do noivo, continuaria respeitando o tempo dele. Deu um beijo mais demorado na bochecha dele e podia jurar que o ouviu suspirar.

Antes que se afastasse muito, William segurou em sua roupa, sem conseguir verbalizar o que realmente queria. Olhava fixamente para a boca carnuda e depois para os olhos escuros que lhe fitavam. Sentiu o coração falhar uma batida com o misto de sensações que invadiram o seu corpo. Abriu a boca para tentar verbalizar o que almejava, mas logo a fechou, tornou a olhar para a boca do alfa e instintivamente se inclinou para mais perto dos lábios dele.

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