Prometido

Capítulo 9

Estavam tomando um refrescante chá da tarde, a infusão das ervas de camomila eram realmente agradáveis. Uma batida na porta foi ouvida, seguido de um pedido para entrar, assim que a permissão foi concedida o empregado reverenciou o seu alfa líder e anunciou:

- Senhor, Vangeance. Recebemos uma carta do líder de Clover, convidando o senhor e a sua família para o casamento do senhor William. A cerimônia ocorrerá daqui a uma semana.

- O casamento do William? Entendi, pode se retirar – o alfa se dirigiu à sua esposa e filho, apenas quando o empregado saiu do recinto – Patolli, você deve ir. Você representará a nós na cerimônia.

O irmão mais novo de William, se assustou, mas procurou não demonstrar para não ser repreendido pelo pai.

- O senhor não vai ao casamento do meu irmão, pai? - indagou de forma respeitosa.

- Nem eu e nem sua mãe vamos. – respondeu pela mulher que apenas estava em silêncio observando a cena, mas sua cabeça realizava discretos acenos, concordando com as palavras de seu alfa – Eu estou muito ocupado, não posso me ausentar de nosso clã.

No fundo, Patolli sabia que aquela era apenas uma desculpa esfarrapada, porém, ele sabia que não poderia contrariar e nem reclamar em relação a decisão do pai.

Patolli sentia saudades de seu irmão. Gostava muito dele, mas infelizmente, nunca teve coragem o suficiente para defender o irmão mais velho com afinco. Sempre tentava ser o filho perfeito e se enquadrar nos padrões requeridos por seus pais. Então essa oportunidade de ver ele era excelente para si.

Sabia que o irmão ficaria chateado com a ausência dos pais, mas as vezes seria melhor assim. Pensando em diminuir a tristeza do irmão, Patolli decidiu então mandar uma carta comentando que apenas ele iria, para que o próprio irmão se preparasse mentalmente para a ausência dos pais.

Assim que seu pai lhe dispensou de seus estudos na sala onde estavam, o ômega se dirigiu para o próprio quarto para poder escrever a sua carta e enviar de forma discreta para o irmão.

***

A manhã começou bem para William, estava ansioso porque Yami lhe disse que esse era o dia em que eles iriam caçar. Já tinha pegado algumas dicas com Licht que lhe deu todo apoio e força.

Ele e o amigo tomaram um agradável café, conversaram sobre como suas vidas tinham mudado, inclusive, mudado para melhor, tanto para William quanto para Licht. Apesar do alfa ser amigo do ômega desde que ele começou a trabalhar como servo pessoal dele, todo o resto da família líder do clã era particularmente hostil e descortês com ele.

Licht era o pilar de William, mas o ômega mal se dava conta de que ele também contribuiu para que o alfa fosse feliz. A ligação dos dois era tão forte, que em determinado momento da adolescência deles, Licht julgou estar apaixonado pelo ômega. Nunca revelou os seus sentimentos, mas, com o tempo eles mudaram e agora não existe nada além de uma forte e sincera amizade.

William tão logo terminou a sua xícara de café, tratou de colocar roupas que lhe permitissem se movimentar de forma mais prática. Provavelmente não demoraria muito e Yami estaria lá para lhe ensinar a caçar.

Sem que o ômega se desse conta, ele estava dançando pelo meio da cozinha, cantarolando alguma música que lhe apetecia.

Bateram na porta e William foi atender dando mais alguns pequenos passos de sua própria dança. Abriu a porta e ao ver Yami apenas sorriu ainda mais.

O alfa sentiu o seu coração aquecer um pouco mais, se perguntava como podia uma pessoa ter tanta doçura dentro de si. Se alegrou com a energia e felicidade que transbordava dele. Pegou em sua mão, seguindo o ritmo da música que o noivo cantarolava. Girou ele no próprio eixo, mantendo o sorriso no rosto, puxou ele para mais perto e ao ouvir a sonora gargalhada, beijou os lábios dele.