78 - O CACHORRO

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Eu acordei às três horas da madrugada. Estava cansado. Minha vida não anda sendo muito fácil. Recentemente perdi um companheiro que eu amava. Então, fico vagando pela madrugada. Sozinho. Solitário do jeito que sou. Permaneço vagando durante várias madrugadas, mas essa madrugada teve algo diferente. Eu ouvia vários latidos do meu cachorro, Bob, que não parava de latir. Fazia um bom tempo que ele não latia. Quando eu comecei a achar isso muito estranho. Ele era cachorro bom. Nunca latia na madrugada. Eu até brincava que ele era um anjo que apareceu na minha vida. Ele nunca avançava em ninguém. Sempre dócil, sempre amoroso. Conforme eu falei pra vocês, ultimamente ando tomando muitos remédios para esquecer essa grande perca que eu tive. Sabe como é, perder um companheiro não é algo fácil. Então, eu comecei a ficar um pouco com medo naquela madrugada. E lembrei que não tinha tomado o meu tarja preta para depressão. Então, comecei a lembrar de tudo, de tudo que vinha ocorrendo na minha vida, de todos os problemas que eu estava passando. E lá fora, Bob não parava de latir em seu canil, aquele latido forte, que só ele tinha. Eu comecei a lembrar de tudo, de como as coisas estavam ruins. Então, eu senti um arrepio na minha espinha. E lembrei, lembrei o quanto Bob estava doente, lembrei que o deixei no veterinário, lembrei da pior ligação da minha vida. Falando que Bob tinha morrido. Mas espera aí, se o Bob morreu. O que então está latindo dentro desse canil?

Contos De Terror 1° EDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora