Contos De Terror 1° EDIÇÃO

38 - SINAL VERMELHO

Saí de casa com pressa para pegar o meu filho na escola. O tráfego estava fluindo muito bem naquele dia, nada no meu caminho, vez ou outra um sinal vermelho. Foi enquanto eu estava esperando no semáforo que notei a mulher.

Eu não tenho nenhuma ideia de quanto tempo fazia que ela estava ali, olhando para mim, mas quando percebi a presença dela eu simplesmente não conseguia desviar o olhar. Ela estava sorrindo, de um jeito maníaco e acenando para mim com uma mão, enquanto acariciava o cabelo de um menino com a outra. O menino, que devia ser filho dela, usava roupas marrons bem largas e uma máscara de bode preto. A roupa era bem estranha, mas quem veste uma roupa normal depois do Dia das Bruxas?
Ele também estava acenando e olhando para mim através dessa máscara inquietante, mas parecia que estava fazendo isso de maneira forçada.

Os olhos da mulher, tenho certeza que ela podia ver através de mim, eu estava sentindo quase que fisicamente o seu olhar. Ela sequer piscava, me senti nu e comecei a ficar extremamente nervoso. Agora os olhos do menino, Deus, os olhos do menino estavam pedindo e implorando por ajuda. A mulher começou a ficar impaciente, agitando mais os braços a cada segundo que passava.

Consegui desviar o olhar. Por alguma razão eu estava apavorado, eu tinha que sair dali. Quando a luz finalmente ficou verde, depois do que pareceu uma eternidade, eu pisei no acelerador sem sequer me atrever a olhar para trás.

Eu pensei que nada poderia ser mais terrível do que esse sentimento extremamente inquietante que eu tinha sentido, sob o olhar daquela mulher e seu filho, mas então eu cheguei na escola. Eles me disseram que meu filho não estava lá, que minha esposa já o tinha levado. Disse para eles que não tinha esposa, e então o inspetor me trouxe um pedaço de papel dobrado, dizendo que ela tinha pedido para me entregar. Abri, e não há palavras para descrever o que eu senti quando vi aquilo...

"Não diga que eu não lhe dei uma chance de dizer adeus."

DURMA BEM MINHAS CRIANÇAS...