82 - ELA ESTAVA NO ARMÁRIO

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- Deve ter sido uma coisa horrível para ela ver. Uma colega policial veio por trás de mim e deu um tapa em meu ombro.

- Pobre menina, quem sabe quanto tempo vai demorar para ela superar algo assim? Eu balancei a cabeça concordando e recordando a expressão de horror da menina, quando a encontrei no armário. Sua família inteira foi morta. ela ficou escondida lá. O tempo todo. Nós não tínhamos dúvida alguma de que ela estava traumatizada.

- Por que você não vai falar com ela? A policial perguntou.

- você foi quem a encontrou no armário. Ela não vai querer falar com mais ninguém. Vale a pena tentar.

Eu não era bom com crianças, mas acenei mais uma vez com a cabeça e caminhei até a menina sentada no meio fio do lado de fora de sua casa. Por incrível que pareça, ela não foi encontrada pelo assassino, ela conseguiu escapar, ilesa. Eu me pergunto, quanto tempo ela havia ficado escondida no armário? Esperando que ele não procurasse por mais alguém? Sentei ao lado dela, senti uma leve pontada em meu peito, pela forma que ela se encolheu quando eu me aproximei. Meio sem graça, eu perguntei:

- Precisa de alguma coisa? Há garrafas de água na ambulância, se precisar. Ela balançou a cabeça dizendo que não.

- Que tal um cobertor? Está ficando frio lá fora. Ela evitou antes de concordar, eu sorri antes de me levantar.

- Eu já volto.

Andei em direção a uma ambulância. As luzes ainda estavam piscando e eu pedi para me arrumarem um cobertor. Eles deram-me e eu caminhei de volta até a garota. Eu entreguei a ela, que subitamente o envolveu em torno de seus ombros.

- Tenho certeza que não vai querer falar sobre isso. Eu disse com um suspiro.

- Mas você se lembra de alguma coisa quando aconteceu? Como eles eram?

Ela acenou com a cabeça dizendo que sim. E eu suspirei novamente.

- Então, você viu o rosto dele?

ela agitou por um momento,
mas logo em seguida balançou a cabeça afirmando que sim, soltei um suspiro ligeiramente agravado. E engoli a seco. Antes de me levantar...

Se eu tivesse olhado na porra do armário mais cedo. Agora, a pirralha tornou as coisas mais difíceis para eu. Ela poderia ter morrido com sua família. Ao invés de ser tola e se esconder. Eu acho que parte da culpa é minha, por não ter usado uma máscara.

Contos De Terror 1° EDIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora