Gringa Grudenta - (Catradora)

Também te amo

compra meu livro na Amazon, só 2 real: https://www.amazon.com.br/dp/B08NGTCZP9

padrim: https://www.padrim.com.br/briasribeiro

eu sei que não dá pra clicar nos links, eu tenho eles no meu perfil. Deem uma olhada por favor, eu realmente to precisando de dinheiro, meu emprego não paga o suficiente. Se quiserem procurar meu livro na Amazon ou no Kindle, procurem "Enseada Negra". Lembrem que vcs não precisam do aparelhinho do Kindle para ler ebooks, tem o app pra celular. Apoiem a literatura nacional!

Sinopse do meu livro:

"Tudo começou com aquele anjo cinzento.

Aquele maldito anjo cinzento que se atrevia a falar fora de vez, a desafiar as regras, a contrariar as autoridades, a negar as moralidades, a seguir suas vontades.

Liesel também queria se desvirtuar, mas não desse jeito."

Drama LGBTQ+ de 80 páginas. 

=============

No momento em que entrara naquele avião, Catra percebera que aquela garota com quem costumava ficar na sua época no São José, que costumava enviar constantes mensagens e fotos desde que chegou a Etéria, tem estado em silêncio por um bom tempo. Pensando nisso, ela acessa seu whatsapp e procura sua conversa com ela.

A última mensagem foi há mais de um ano. Não há foto alguma sendo exibida. "Ah. Ela deve ter me bloqueado", pensa Catra. Se arrepende por não ter tomado uma atitude antes, mas o que foi feito, está feito.
- O que foi, gatinha? – pergunta Adora, ao seu lado.
- Nada, não. Mas aí, hora de praticar esse tuga aí, né não?
- Gatinha, você sabe que eu ainda não tô nesse nível!
- Eu também não tava quando cheguei em Etéria e dei meu jeito! Se vira aí! – devolve Catra, rindo impiedosa – vamos lá, quando você encontrar minha mãe, como vai cumprimentá-la?
- É... deixa eu ver. Bom dia dona Simone, eu sou Adora McCartney, parceira da sua filha – Adora recita de forma lenta e cheia de sotaque.
- Olha aí, já tá falando português melhor do que eu falava inglês.
- Ai, que mentira! Minha pronúncia é horrível.
- Mas falou certinho!
- Ahn... tá, então me ajuda com as pronúncias.

As duas garotas passam a primeira meia hora de voo revisando as lições de português de Adora. Depois, revezam entre assistir filmes brasileiros, séries de comédia e desenhos animados. Por mais que seja divertido, Catra já não aguenta mais ficar olhando pra uma tela quando finalmente a sua chegada ao aeroporto de Guarulhos é anunciada.
- Graças a deus – ela solta, ansiosa para descer logo e ir ver sua família. Mais ansiosa ainda pelas reações deles à presença de Adora: não havia lhes contado que estava trazendo alguém – ah, princesa, um aviso.
- O que foi, amor?
- Talvez, apenas talvez, minha família fique meio surpresa com a sua presença – Catra tem vontade de rir ao ver a expressão de Adora.
- Ah, não. Você não contou pra eles?
- Eu queria ver como eles iriam reagir.
- Meu deus, você é demoníaca – ri Adora.

As garotas pegam um ônibus para São José e, da rodoviária, um Uber para a Zona do Medo. Adora fica o caminho inteiro com a cara grudada na janela, absorvendo tudo o que pode sobre a cidade-natal de Ágata.
- Zona do Medo? – estranha o motorista. Catra já viu esse filme antes.
- Sim, cara.
- E tão vindo de onde?
- Bright Moon, Etéria.
- Nossa. Que coisa esquisita – comenta o motorista, e não diz mais nada a respeito, em vez disso puxando conversa sobre os últimos acontecimentos nos jornais e fazendo piadas com estereótipos de gringos. Ele tenta conversar com Adora também, mas ela não entende muito do que está acontecendo e o inglês do motorista é tão parco quanto o português dela.

Catra considera que saiu no lucro. Quando desce do carro, na frente de casa, não está com vontade de chutar a cara do motorista, como da última vez. Ela vai até o portão – que conforme observa, agora possui um cadeado, e as paredes estão pintadas, assim como as grades antes descascadas do portão e o muro – bota a mala no chão, com a outra mão segurando a gaiola de Melog, e grita a plenos pulmões:
- Ô DE CAAAAAAAAAAAAAAAAASA!