-Valeu por ter vindo buscar a gente, Berê! –Theo agradece quando Berenice vem buscar a turma de carro para leva-los à cidade.
-Não tem de quê! Vocês dormiram bem? –Berenice pergunta –Você parece preocupado, Daniel!
-M-mais ou menos... É que...
-O que foi? Aconteceu alguma coisa? –Berenice pergunta a Daniel.
-Aquele lago, atrás da sua casa... Já morreu alguém ali? –Daniel pergunta sério.
-Não é um lago! É um rio! E ele é muito fundo e escuro! Sem falar das correntezas! Sim! Já morreu gente ali! –Berenice diz.
-AAAHH!! Suas traíras! Vocês queriam me matar mesmo! –Theo grita.
-Afe! Você tava no rasinho! –Mari cruza os braços.
-Por que você perguntou isso, Daniel? –Hardin pergunta.
-Nada não Hardin, eu só quero chegar de uma vez na cidade...e começar a gravar logo esse documentário... –Daniel está bem estranho.
E assim, Daniel está de apresentador e Theo de CâmeraMen, gravando tudo. Eles estão na festa da Jumenta Voadora, mostrando tudo o que está acontecendo.
-Está é Sococó da Ema, uma cidadezinha pequena, perto da divisa entre Liverpoll e Conwy. Foi aqui que nasceu a lenda da Jumenta Voadora... Um mistério que intriga até hoje os moradores da cidade! O que é verdade? O que é mentira? Que segredos se escondem por trás dessa lenda aparentemente tão inocente? –Daniel diz para a câmera e Theo diz que já pode cortar –E aí? Ficou bom? Fiquei bonito?
-Isto é uma câmera, não um santo pra fazer milagre... –Theo caçoa.
-Besta! Bora pras entrevistas! –Daniel diz.
Então eles entrevistam os moradores da cidade.
-Uma entrevista? É para o Fantástico? –Uma garota pergunta.
-A Jumenta Voadora? A lenda que eu conheço desde criança,é que ela é tipo... Papai Noel! –Um dos moradores da cidade diz.
-Se você é bonzinho, ela traz doces e guloseimas em Tapaues–Uma criança diz para Daniel.
-Eu já ouvi falar da menina que caiu de um penhasco, a menina do quadro! –A mãe da criança completa.
-Claro que eu conheço a lenda do cavalinho de madeira da floresta! –Um estudioso explica.
-Tem também a história das sete crianças malvadas que a Jumenta Voadora castigou, não tem? A Jumenta Voadora é tipo o homem do saco! Leva embora as crianças más! –O mesmo morador de antes completa.
-Mas, também, conheço a história verdadeira! Tá tudo na biblioteca! –O Estudioso completa.
-A Jumenta era só o apelido de uma moça que distribuía comida para as crianças pobres! –Um dos vendedores da feirinha diz.
-Quê?! Vocês estão falando dessa farsa, de novo? É tudo um monte de mentiras! O que aconteceu na cidade foi uma tragédia e ninguém tem coragem de falar sobre isso! Sabem por quê? Para fazer essa festa ridícula! Para vender essas porcarias! Para ganhar dinheiro com os turistas! Esta cidade é podre! Meus filhos desapareceram e ninguém fez nada! Não tem nada enterrado no cemitério, é tudo um monte de mentiras! –Um dos clientes da feirinha se exalta.
-Ok! Acho melhor a gente cortar essa parte! –Theo diz.
-Tá maluco? Foi a melhor parte da entrevista do dia! Isso aqui é ouro puro! Eu sabia que esta cidade tinha um segredo escondido! E agora, estamos começando a escavar seus podres...aposto que tem muito fantasma escondido nesse armário! É a nossa grande chance! –Daniel sorri ambicioso.
-Chance de quê? –Theo pergunta.
-De transformar o documentário num sucesso!
-Como? –Theo está confuso.
-Bora para biblioteca investigar essa história! –Daniel sai correndo para a biblioteca da cidade.
-Daniel, que papo é esse? Volta aqui! –Theo o segue.
-E então Hardin? Conseguiu falar com seu amigo? –Madame Creuzodete pergunta para Hardin que está na tenda dela usando seu telefone.
-Consegui! Obrigado por me deixar usar seu telefone! O guincho o levou para Chester, a cidade vizinha! Ele disse que vem pra cá, assim que o conserto do carro terminar! –Hardin conta.
-Então, tá tudo bem? –Madame Creuzodete pergunta.
-Não, Madame...não tá nada bem, eu tive uma sensação estranha ontem...e, hoje, o Daniel estava falando sobre gente morta...o dia da Jumenta Voadora coincide com o dia dos Finados...e, nesse dia os mortos podem passear pelo mundo dos vivos! E se algum espírito ruim aparecer pra gente? –Hardin está preocupado.
-Relaxa, amigo...espíritos maus são atraídos por sentimentos ruins, como ódio, brigas, vícios, traição... –Madame Creuzodete explica.
-Sério?
-E espíritos de luz são atraídos por coisas boas...como a felicidade, arte, música e, principalmente, por pessoas alegres como você! Então, se algum espírito aparecer, com certeza é um espírito do bem! –Madame Creuzodete aperta as mãos de Hardin carinhosamente.
-Ai, valeu mesmo, Madame! Você é demais! Tô bem mais tranquilo agora! Nem sei como agradecer! –Hardin sorri.
-Fácil! São vinte euros a consulta! –Madame Creuzodete fala.
-HÁÁÁÁ!! CONSULTA? ACHEI QUE A GENTE TAVA SÓ BATENDO UM PAPO! SEM CORAÇÃO! APROVEITADORA! MARCENEIRA! –Hardin grita.
-Você quis dizer "mercenária" e sim, a vida não tá fácil para ninguém! Não se esqueça dos dez euros do telefonema! –Madame Creuzodete estende a mão para receber o dinheiro.
-Humpf! Que facada! –Hardin paga trinta euros a ela –Quer saber? Vou procurar a Mari! Ela não sabe dar conselhos... Mas, pelo menos, não cobra pra conversar! Cadê ela? –Hardin procura por Mari.
Larissa está no ensaio da dupla sertaneja dela, Zé Neto e Cristiano.
-Isso meninos! Quero mais ginga! Mais rebolância! Tem que ter pegada! Arrocha aí!! –Larissa anima os meninos.
-E ai, Larissa? Como está o ensaio? –Mari pergunta.
-Ai, amiga... Tô morta na farofa! O que tá pegando? –Larissa diz.
-Os meninos foram para a biblioteca e eu vim ver se você precisa de ajuda! O que eu posso fazer? –Mari pergunta.
-Um regime urgente e um saco de pão na cabeça sempre ajudam! –Larissa sorri.
-Eu aqui preocupada e você aí zoando a minha cara...tô vazando! –Mari fica irritada.
-Não amiga, fica! Vai ter bolo, foi só um chiste jocoso! –Larissa sorri amarelo.
-Ok! O que eu faço então?
-Dá um Help pra Sofia, ela e o Quibes estão fazendo todo o trampo pesado! –Larissa aponta para os dois.
-Fechou! E você? –Mari pergunta o que ela vai fazer.
-Tenho que correr lá na gráfica! Mandei imprimir uns Flyers (panfletos) para o show de amanhã e... –Larissa atravessa a rua sem olhar e um carro buzina, quase a atropela, mas por sorte, freou a tempo -Ai! Eu morri? –Larissa paralisa de medo e um homem alto, moreno de cabelos compridos penteados para trás, uma barba por fazer e de olhos cor de mel sai do carro.
-Tá maluca, menina? Não viu o farol aberto? Se eu não freio a tempo, você... –O garoto diz, mas se interrompe ao ver quem é –Larissa? Larissa é você mesma? -De repente o tal cara dá um beijo em Larissa -Obrigado, meu Deus! Achei que tinha te perdido pra sempre! Como conseguiu escapar da... –O garoto diz mas Larissa dá um tapa forte na cara dele.
-Que papo é esse meu filho? Tá achando que Larissa é pirulito? Que é só chegar roubando beijo? Vem cá... Te conheço? –Larissa coloca as mãos na cintura completamente irritada.
-Er...foi mal! Desculpa! Acho que te confundi com outra pessoa! É que você é a cara da minha namorada que...desculpa de novo! –O garoto está muito vermelho de vergonha e vai embora.
-Namorada? –Larissa pergunta.
-O que foi isso? –Mari chega correndo.
-Ele disse que me confundiu com outra pessoa! Mas ele me chamou pelo meu nome! O que tá rolando aqui? –Lari está confusa.
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Umbra
Mystery / ThrillerNa quarta parte da Super Saga do Fim do Mundo, uma simples viagem ao interior para a Festa da Jumenta Voadora se transforma em uma aventura arrepiante! A galera de Oldville vai precisar superar seus medos, enfrentar fantasmas e desvendar um grande m...