A Chave de Ossos

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     -Esse formato estranho... É o mesmo da minha cicatriz...e das cruzes, no cemitério dos filhos de Umbra... Esta chave deve ser a resposta para esse mistério! Onde será que está a porta que ela abre? CLARO!! A porta vermelha da casa da Jumenta Voadora!! Ela tem uma fechadura feita de ossos! Quer saber? Os fantasmas podem esperar! Eu tenho que conferir isso agora mesmo! –Daniel pega a chave e vai andando até a casa destruída.

          Enquanto isso, na cidade...
     -Chegamos crianças, divirtam-se! –Berenice os deixa na festada cidade.
     -Valeu Berê! Você é o máximo! –Hardin agradece.
     -Corre Hardin! Os meninos já estão cantando! –Mari e Hardin vão correndo ver os meninos.
     -E agora? Cadê a Sofia e a Larissa? Vixe!! Quanta gente! –Theo olha em volta procurando elas.
     -A festa está bombando! –Hardin sorri.
     -Olha elas lá! –Mari aponta para as meninas.
     -Vocês Vieram! –Larissa sorri ao vê-los.
     -Nossa! Que fantasia massa! Ficou linda! –Mari elogia a roupa da amiga.
     -Amiga...eu fico linda até enrolada em jornal! –Larissa diz.
     -E vocês? Não têm fantasias? –Sofia pergunta.
     -A Berê fez umas pra gente! –Mari explica –Elas estão no carro! Só falta um lugar para gente se arrumar e...
     -Depois! Depois! Tem uma pessoa aqui doida pra ver vocês! –Larissa os puxa até a mesa em que ela está.
     -Área vip! Que tudo! –Mari diz.
     -Vocês se lembram do primo do Leonardo? –Larissa pergunta.
     -MARI? HARDIN! THEO! Que saudade de vocês, dá cá um abração! –Leandro abraça os três.
     -Perae rapaz! Eu nem sei quem é você! –Mari diz.
     -Ei! Cadê o Daniel? –Leandro pergunta.
     -Ele não pôde vir! –Theo diz –Teve que ficar na casa da Berê fazendo o...
     -QUÊ?! NÃO! NÃO! NÃO! –Leandro pega Theo pelo colarinho –VOCÊS NÃO PODIAM TER DEIXADO ELE SOZINHO!
     -EI! QUALÉ? TÁ MALUCO? –Theo fica irritado.
     -Pega leve, Leandro! Solta ele! –Larissa diz.
     -Não! Vocês não entendem... A história está se repetindo! Está acontecendo de novo! Eu tenho que fazer alguma coisa! –Leandro sai correndo.
     -Quê?! Espera aí! –Larissa grita, mas não adianta.
     -O que foi isso? –Mari fica confusa.
     -Quem esse cara pensa que é? –Theo está nervoso.
     -P-pessoal... O Daniel está seguro não tá? Agora fiquei preocupado... –Hardin fica tristonho.
     -Sim! Enquanto ele ficar dentro de casa...ele não seria louco de sair para a floresta não é? –Mari tranquiliza o amigo.

          Daniel sai da casa e vai pra floresta, a caminho da casa destruída.
     -Que ideia de Jacu! Sair pra floresta nessa escuridão! –Daniel já começa a se arrepender –Eu devo ser...
     -Por favor...ajuda-me! –Uma voz ecoa pela floresta.
     -Quê?! Quem esta aí? Quem disse isso? Apareça logo! –Daniel se assusta, então a garota do lago aparece do nada atrás dele –AAAHH!!
     -Por favor, me ajuda! Eu estou tão cansada... Você é a minha última esperança! –A Menina do Lago diz para Daniel.
     -M-menina do Lago!! –Daniel está assustado.
     -Eu não aguento mais existir assim... Por favor... –A menina tem uma voz fininha e baixinha.
     -Assim como? Do que você tá falando? –Daniel fica confuso. 
     -Me ajuda... Eu não consigo encontrar o meu rosto! –Quando ela levanta e tira os cabelos do rosto, revela-se um nada no lugar onde devia estar os olhos, o nariz e a boca.
     -Não! Não! Não! O que aconteceu com seu rosto? –Daniel se assusta com o que vê.
     -As crianças más... Esconderam de mim... –A menina conta.
     -Vem! Eu vou te ajudar! Onde foi que as crianças o esconderam? –Daniel pega a mão dela e ela o guia pela floresta.

          Enquanto isso...
     -Leandro!! Me espera!! Aonde você vai? –Larissa corre atrás dele gritando.
     -Eu tenho que salvar o Daniel! –Leandro nem olha para ela.
     -Beleza! Me faz um favor... Na volta, passa na padaria para mim, que acabou o pão! –Larissa faz uma piada –Perae que eu tenho umas moedas e...
     -Grr!! –Leandro fica irritado.
     -Hi! Hi! Hi! Eu tava zoando! Eu vou contigo! –Larissa diz.
     -Quê?! Mas não vai mesmo! É muito perigoso! –Leandro a impede.
     -Afe! Tá pra nascer um homem que acha que pode mandar em mim! Eu vou sim! O Daniel é meu amigo também esqueceu? E a Maitê vai junto! –Larissa cruza os braços.
     -Quê?! Eu? –Sofia diz.
     -Eu não tenho tempo pra discutir! É caso de vida ou morte! –Leandro fala.
     -Ele falou em morte? Vai ter morte? –Sofia se assusta.
     -É! Vai ter sim! E se reclamar vai ter duas, entenderam? –Larissa grita.

          Enquanto isso...
     -Ai meu deus! Ai meu deus! Onde fui me meter? Tem certeza de que este é o caminho certo? Ok! Acho que eu tô perdido! E agora? –Daniel está com medo enquanto a Menina do Lago o guia até a porta vermelha da casa da Jumenta Voadora.
     -Foi lá dentro que eles esconderam o meu rosto! Mas eu não posso entrar na Umbra! –A Menina do Lago aponta para a porta.
     -Mas como eu vou abrir a... Claro! A chave de ossos! –Daniel a pega no bolso.

          Madame Creuzodete estava em sua tenda conferindo seu Tarô, quando ela tira a carta da Morte.
     -NÃO!! –Madame Creuzodete grita.
          Daniel abre a porta com a chave de ossos.
     -NÃO ABRA A PORTA! NÃO ABRA A PORTA! NÃO ABRA APORTA! A SERPENTE ESTÁ VOLTANDO! –Madame Creuzodete grita.
     -Quê? É a voz da Madame Creuzodete! –Larissa ouve ao longe.
     -Corre! –Sofia e Larissa correm até a tenda dela.
     -Mas... Mas... E o Daniel? –Leandro pergunta.
     -Vai buscar a sua caminhonete e encontra a gente aqui! Eu já volto! –Larissa diz à ele.

     -Ué... Mas não tem nada de diferente deste lado! É apenas o penhasco e embaixo o cemitério dos filhos de Umbra! –Daniel abre a porta e acaba escorregando na terra molhada, mas ele consegue se segurar na ponta do penhasco e tenta se erguer novamente, mas não está conseguindo –NÃO!! NÃO!! NÃO!! NÃO!! –Daniel está com medo de cair, pois o penhasco é muito alto.

     -Não! Começou a chover! –Hardin diz.
     -Por que o som parou? Que silêncio é esse? –Theo estranha a música ter parado de repente.
     -Olhem! Lá em cima do palco!! –Mari aponta assustada.
          O Violinista, um dos fantasmas que assombrou a turma, está em cima do palco, com seu violino, já preparado para tocar.
     -Eu falei para vocês irem embora... Eu avisei que um de vocês ia morrer... Vocês não quiseram me ouvir... Agora é tarde demais! –O Violinista diz com uma voz chorosa.
     -O que... –Hardin fica assustado.
     -Não... –Theo fica surpreso.
     -O Daniel? –Mari olha para os amigos.
          E o violinista começa a tocar seu violino... Daniel não aguenta mais... Solta a ponta do penhasco e cai de uma altura muito grande, o chão é cheio de pedras pontudas,a Morte é Certa.... E aqui está o corpo, já sem vida, de Daniel........

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