Filhos de Umbra

34 0 0
                                    

          À noite, Berenice leva a turma de carro para a casa onde estão hospedados.
     -Obrigada, mais uma vez, Berê! O que seria da gente sem você pra nos levar e trazer todo o dia? –Mari agradece a carona.
     -Tamo bem na fita! Temos até motorista particular! –Theo sorri.
     -THEO! –Hardin o repreende.
     -O prazer é todo meu, crianças, mas sem nadar no lago de novo! É perigoso! –Berenice avisa.
     -Valeu! Pode deixar! –Mari diz e Berenice vai embora –A Berê é tão gente boa né?
     -A gente devia fazer um bolo surpresa pra ela! –Hardin sugere.
     -Pode ser amanhã? Hoje eu tô só o pó da rabiola! –Theo boceja.
     -O Theo tem razão Hardin! Já é tarde! Bora dormir? –Mari chama todos para arrumarem a cama –Você não vem, Daniel? –Mari pergunta a ele, que está sentado na mesa lendo alguns livros.
     -Acho que eu ainda vou dar um tempo aqui, Mari! Tenho uma pilha gigante de livros pra pesquisar! –Daniel responde.
     -Boa noite então! Se ficar com medo do escuro é só gritar –Mari dá risada.
     -Pode ficar tranquila! Eu tô de boa aqui sozinho! –Daniel assegura e os três amigos vão para o quarto.

          Depois de um tempo, Daniel ouve uma voz vindo do outro quarto dizendo: não, não, não!
     -Quê? Que estranho parece que ouvi alguém... –Daniel abre aporta do quarto e vê um garotinho de vestes pretas, de máscara, ajoelhado, com a cabeça baixa e tem um violino ao seu lado –AAAAAAAAHH!! Quem é você? Meu deus! Garotinho...
     -Ela está voltando... A próxima vez que eu tocar este violino, será para anunciar a morte de um de vocês! Não há nada que eu possa fazer! Ela está voltando...o mal é inevitável... Saiam daqui antes que todos vocês estejam condenados... A SERPENTE ESTÁ VOLTANDO! –O garotinho diz desesperado e depois some.
     -Ô meu deus! Ô MEU DEUS! Tenho que acordar o pessoal, antes que... –Daniel fica assustado e vai até o quarto dos seus amigos, quando entra tem três fantasmas ao lado deles, um é muito alto e tem agulhas em seu corpo e parece que usa um saco na cabeça, o outro tem um meteoro no lugar da cabeça que produz fogo e o outro tem um chifre no lugar dos olhos –NÃO! DEIXEM OS MEUS AMIGOS EM PAZ!!
     -Daniel? Que susto você me deu! –Mari acorda assustada como grito de Daniel.
     -O que aconteceu? –Hardin pergunta sonolento.
     -Que gritaria é essa, loirinho? –Theo pergunta.
     -Eu vi! Eu vi! Eles estavam bem ali! Três fantasmas mascarados e... –Daniel está desesperado.
     -Hi! Hi! Hi! Fantasmas? Está viajando Daniel? Não tem fantasma nenhum aqui! –Mari dá risada, então o lençol começa a se mexer sozinho, os quatro gritam e saem correndo.
     -AAAHH!! –Theo grita.
     -CORRE!! CORRE!! RÁPIDO! AQUI PRA CIMA! –Daniel aponta para o andar de cima.
     -O QUE ERAM AQUELAS COISAS? –Theo está ofegante.
     -ELAS ESTÃO NOS SEGUINDO? –Mari pergunta.
     -AAAH!! –Daniel grita quando mais fantasmas aparecem.
          Agora aparecem outras três fantasmas, uma usa uma mascara pontuda, parecendo um bico, como aquelas máscaras médicas do tempo da Peste Negra, outra usa um véu na cabeça, cobrindo o rosto e a outra usa uma máscara preta de três pontas, essa fantasma diz: "Inevitável"
     -AAAAHH!! –Hardin grita.
     -VOLTEM RÁPIDO!! –Theo diz para eles descerem outra vez.
     -NÃO!! A ESCADA ESTÁ SE DESFAZENDO! –Daniel diz ao ver que os degraus da escada estavam se soltando e eles caem no chão –NÃO!! NÃO!! NÃO!!
          O fantasma alto com o saco na cabeça e agulhas no corpo aparece na frente deles.
     -NÃO!! VOCÊ NÃO VAI MACHUCAR OS MEUS AMIGOS! FUJAM!! EU CUIDO DELE! –Mari dá um soco no joelho do fantasma.
     -AAAAIII, MEU JOELHO!! –Theo reclama.
     -O que? –Daniel olha confuso.
     -AAAH!! –Mari joga uma cômoda no fantasma.
     -AAAAAAIIII!! –Hardin se ajoelha e reclama de dor.
     -O QUE TÁ ACONTECENDO? Mari, para não faz isso! –Daniel segura Mari antes de ela dar outro golpe no fantasma.
     -O QUÊ? –Mari olha para ele.
     -Ele é como um boneco vodu! Você bate nele e quem se machuca somos nós! –Daniel aponta para Theo e Hardin que estavam gemendo de dor.
     -Ai meu deus! E agora? O que vamos fazer?
          O fantasma com o chifre no rosto diz:
     -O que vocês irão fazer? Vão embora e nunca mais voltem aqui! Ela esta voltando...o mal é inevitável! IOR, IOR, IOR!!
     -RÁPIDO! PARA COZINHA! EU TIVE UMA IDEIA! –Hardin puxa todos para a cozinha.
     -AAAAHH!! ISSO É HORA PARA PENSAR EM COMIDA? –Theo grita.
     -Não, é uma coisa que a minha Tia Louise sempre me disse...O sal afasta os espíritos –Hardin vai à cozinha e pega vários sacos de Sal –Façam um círculo de sal no chão! E não saiam de dentro dele, por nada deste mundo!
     -Eles estão vindo! –Daniel aponta para os sete fantasmas vindo à direção deles.
     -AAAAHH!! VAMOS FAZER MONTANHAS DE SAL!! –Theo se desespera.
          Todos os sete fantasmas repetem um uníssono: IOR! IOR!IOR!
     -Eles não podem nos atingir aqui dentro! Não saiam de dentro do círculo! NÃO SAIAM DE DENTRO DO CÍRCULO! –Hardin diz bem alto.

          No dia seguinte, Berenice vai até a casa buscar a turma para leva-los à cidade.
     -E aí crianças? Dormiram bem? –Berenice entra na cozinha e encontra os quatro no meio da sala dentro do círculo de Sal com olhares amedrontados, Daniel e Hardin estão abraçados, Mari e Theo também.
     -Dormir? Quem consegue dormir aqui? –Mari diz.
     -Já é de manhã? –Daniel pergunta.
     -Não sei! Eu não abri os olhos, ainda! –Theo diz.
     -Os fantasmas... Eles foram embora? –Hardin pergunta.

UmbraOnde histórias criam vida. Descubra agora