Capítulo 1 - Um mundo de fantasia

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Acordei atordoado depois do golpe que recebi de um caminhão.

Que sorte, sobrevivi!

Minha visão voltou aos poucos. Senti a terra tocando os meus dedos e escutava sons de metal batendo contra alguma coisa.

Espera! Eu estava no meio do asfalto em uma das ruas mais movimentadas da cidade. De onde veio essa terra?

Não tive mais tempo de pensar, pois uma mão se aproximou de mim, segurou meu colarinho e me levantou do chão até me deixar suspenso no ar. Naquele momento, vi a mulher mais bonita da minha vida. A jovem tinha uns 25 anos, com longos cabelos pretos e levemente ondulados, olhos vermelhos como o sangue e um corpo perfeito! Ficaria muito feliz de encontrá-la em qualquer momento se não fosse pelo ódio profundo que vinha dela. Até meus ossos se estremeceram.

"Oscar! Te disse para ficar na carruagem! Você quer morrer?"

Como ela sabia o meu nome? Que carruagem?

Ainda aturdido, olhei os arredores e me dei conta de que estava num campo aberto, uma pradaria seca com algumas árvores por perto, sem vida e acompanhado de um clima frio e sombrio.

Para o meu espanto, vi algumas carruagens, carroças e cavalos próximos a mim.

Quem diria? A mulher não estava louca!

"Gah, gha, ahg..."

Meu rosto ficou roxo pela falta de ar.

De repente, do meu lado esquerdo, a boca gigantesca de um leão cinza apareceu prestes a abocanhar minha cabeça.

"Hum, não vou perder mais tempo com você."

Sou um homem pesado, mesmo assim ela me atirou apenas com uma mão a mais de 10 metros. Meu corpo rolou pela estrada de terra e bati de costas na roda da carroça. Quando olhei para a mulher, vi que ela segurava uma espada fina na mão e com um leve movimento de baixo para cima, cortou a fera, que media 2 metros de altura, no meio. Sangue voou para todos os lados e alguns respingos caíram no meu rosto.

Sou apenas uma pessoa comum, um adolescente a ponto de formar que gosta de passar as tardes nos jogos e assistindo animes. Obviamente, minha reação foi chorar desesperadamente.

Me virei e engatinhei como um bebê até a porta da carruagem. Entrei, a fechei atrás de mim e me arrastei até o outro canto. Meu corpo tremia, minhas mãos suavam. Foi ai que me dei conta, esta não era minha mão! Pareciam salsichas de tão gordas que eram.

Assustado, comecei a tocar todo o meu corpo.

Este não é o meu corpo! Aham, definitivamente não.

Meus braços pareciam pernas de tão grossas que eram, a barriga era redonda como uma bola. Toquei o rosto e parecia que tinha enfiado um bolo em cada bochecha. As roupas eram medievais, mas pareciam de boa qualidade. Como essas que encontramos em museus. Meus cabelos eram curtos e levemente ondulados como os da mulher que me segurou.

Agora que penso, as roupas que ela usava também eram antigas.

Não só isso, o som de espadas vinha de um grupo de soldados lutando contra um leões cinzentos. Era como se alguém tivesse tirado as cores daquelas feras.

Juntei minha coragem e me rastejei até a janela. O reflexo era ruim, mas pude ver que meus olhos também eram vermelho sangue.

Sentei no banco estofado da carruagem e com calma me dei um beliscão no braço para ver se acordava.

"Ai!!!"

Tudo bem, definitivamente isto não é um sonho!

Respirei fundo e olhei para fora bem a tempo de ver a mulher de antes conjurar uma bola de fogo violeta em direção de outro leão.

Parece que acabei em um mundo de fantasia.

Invocação Golem: Crônicas do mago que abalou o mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora