Pedaço De Desastre.

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Eu, quando me dei conta, tava lá, denovo, do lado da cama dela, observando cada movimento enquanto dormia, cada centimetro da cama que ela se mexia, eu ja vi aquela cena, dezenas de vezes, mas cada dia era um novo dia, eu começava ter esperanças pra mim, do lado dela, mesmo ela não estando ali exatamente, eu estava perto dela, eu me sentia bem ali, mas apenas ali, quando eu saia daquele quarto, sentia aquela mesma sensação de sempre, a raiva nas minhas veias, passando por todo meu corpo, eu voltava a sentir a necessidade de matar denovo, cada dia menos pessoas na cidade, cada dia uma pessoa morria pro meu sorriso viver, eu ja não volto pra casa a dias, meses, não me recordo mais, mas se ninguem se deu conta do meu sumiço, foda-se, só me vem mais vontade de matar, mais vontade de sorrir, ninguem liga pra mim, por que devo me importar com alguem!?

Estou eu entrando em um outro quarto, de mais uma pessoa, fazendo minha rotina diaria, fazendo meu sorriso voltar ao meu rosto, voltar a brilhar, um quarto bonito, uma criança, lá pelos seus 7 anos, varios brinquedos, como uma criança qualquer, mas eu estou ali, tudo que aquela criança quisesse dali pra frente, não existirá mais, estou do lado da cama dela, esperando aquela sensação novamente, ela vem, numa delicadeza sutil, como cortar uma pele em varios pedacinhos, ela vai, eu volto pra minha cabeça, como sempre, e começo tudo denovo, tampo a boca, pequenos cortes na barriga, pra acordar, digo aquelas palavras que me confortam, mas que desestabiliza qualquer ser humano que esteja são, "estou te matando", apenas três palavras, mas juntas com minha voz fraca, e tom grave, viram um pesadelo, acabo com aquela criança, devagar, com aquele meu jeitinho de sempre, saio do quarto, cheio de sangue, e aquele sorriso, magnifico no rosto, eu tento, pela ultima vez nessa noite, ir vê-la, entro no quarto, como sempre, escuro, mas algo me chama atenção, os brilhos que vem da cama dela, vem dos olhos dela, eu reconheceria estes olhos em qualquer lugar, mas...PORRA, o que eu to fazendo parado aqui!? Ela vai me ver...não ja me viu, ela da um pulo da cama, e quase solta um grito, mas percebe que sou eu.

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