Depois de enterrar ela e minhas magoas, no mesmo buraco imundo, sai dali, com aquela sensação me corroendo, denovo e denovo, daquele campo abandonado, com o maior sorriso que ja dei, em toda minha vida de merda, e o mais sombrio, mais insano possivel, sabendo que ela ainda sentiria muito panico ali dentro, sofreria ali até ter terra suficiente nos seus pulmões pra encher um caminhão, eu estava livre dessa parte da minha vida, eu podia voltar a minha caminhada sem rumo sem perder mais tempo nenhum, apenas com um objetivo: manter meu sorriso brilhando custe o que custar.
Eu continuei andar por horas e horas naquela madrugada linda, havia uma nevoa fria, uma nevoa sombria me circulando, aquilo me confortava, me fazia sentir parte desse mundo, mas a vontade de matar nunca passava, virou um vicio, não tem mais só a ver com o sorriso, eu quero matar, pra mim me divertir, pra me entreter dessa vida sem familia, sem amor, apenas matar é o que preciso, é o que quero.
Então entro novamente em um quarto comum, um quarto de qualquer merda de pessoa, não importa, ela vai morrer, entro lá mais insano que nunca, apenas duas pessoas e uma faca, eu posso fazer o que eu quiser, mas eu estou insano de mais pra pensar no que vou fazer, apenas faço novamente, sento sobre sua barriga, e começo esfaquea-la, dessa vez mais lentamente, com mais leveza, sultileza, cada vez, pintando mais minha blusa de vermelho, e minha mente escurecendo, e aquela minha voz está de volta, mais insana, mais sombria que antes, "estou te matando", dessa vez, o modo que falei, até meus pelos se arrepiaram, foi perfeito, preciso dizer isso mais vezes, preciso isso pra sempre, eu claramente preciso da dor dessas pessoas pra viver, e mais uma vez, com meu sorriso perfeito pra caralho, pulo a janela e continuo a andar.