O Destruidor

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O Anti-Void, um lugar vazio onde o tempo não tem significado, se tornou a casa daquele conhecido como o Destruidor de AU's. Um interminável mundo branco era a única visão disponível independente de para onde se olhasse.

Em meio a esse mundo, havia um esqueleto com ossos pretos e vermelhos e alguns glitchs em volta de si pendurado em linhas azuis, em volta do destruidor havia almas de inúmeros humanos que podiam ser vistas presas nas mesmas linhas que sustentavam o esqueleto no ar. Em suas mãos, Error criava mais um de seus inúmeros fantoches com formato de um Sans. Em meio ao silêncio sem fim que o lugar proporciona, capaz de levar a mente de alguém a loucura à longo prazo, o destruidor aprendeu a preencher esse vazio com um passa-tempo de criar seus fantoches. Sendo esta sua própria maneira de fugir da tortura que seu dever como Deus da Destruição o proporcionava.

Seu corpo era coberto de cicatrizes, resultado de inúmeras batalhas contra seu oposto e rival, Ink o Deus da Criação, junto aos seu exercito de juízes alienados que o seguiam cegamente.

Ao terminar seu novo fantoche e pendurá-lo junto as almas acima, Error solta um suspiro e é levado ao chão por suas linhas que o sustentavam. Um olhar cansado encarava o nada a sua frente enquanto reunia coragem para abrir um portal com glitches que mostrava umas das mais recentes AU's criadas. Sendo ambos deuses opostos, Error e Ink estavam conectados ao ponto de saber quando um criava um novo AU ou quando o mesmo era destruído, e o destruidor possuía uma maior tendência em eliminar aqueles universos que foram criados mais recentemente. Observando as imagens através do portal mudando a cada gesto de sua mão, a janela acaba travando sua imagem em um humano na cidade de Snowdin.

Tendo definido seu alvo, Error atravessa e se posiciona ao lado das árvores logo atrás das construções da cidade. Parado ali, o destruidor observava a vida cotidiana dos monstros enquanto estava perdido em seus pensamentos.

No multiverso, da mesma forma que a vida e a morte são lados da mesma moeda, a criação e destruição também são opostos que se atraem, um não pode existir sem o outro em ordem de manter o equilíbrio do multiverso funcionando. Porém, o Deus da Criação não respeitava o equilíbrio, criando inúmeras versões de AU's originais, algumas com quase nenhuma mudança, resultando assim em uma superlotação que pode levar ao colapso de toda a existência. O multiverso não é infinito ao contrário do que alguns afirmam, assim como um recipiente entra em colapso ao ser preenchido além de sua capacidade, diversas AU's podem colapsar caso não exista espaço o suficiente para elas existirem. Logo, a destruição dessas AU's é necessária para restaurar o equilíbrio.

Mas enquanto Ink é amado e adorado por criar vida, Error é odiado por eliminar estas mesmas vidas. Um dever que traz consigo uma grande responsabilidade mas nenhum reconhecimento, além de desprezo. Independente de quantas vezes Error tentasse explicar sua situação, ninguém acreditava no destruidor. Por um lado o Deus da Criação envenenava a mente das pessoas informando que Error era apenas um destruidor louco que tinha como desejo toda destruição do multiverso, onde anos preso no Anti-Void levaram sua mente a loucura até um ponto onde o descanso da morte seria misericordioso. Enquanto pelo outro lado, ninguém estava disposto a acreditar nas palavras de um monstro que praticava genocídio em vários mundos. Através do passar do tempo, Error desistiu de tentar convencer os demais, aceitando o fardo de que ele nunca seria amado como Ink.

Barulhos de conversas e risos podiam ser ouvidos não muito longe do destruidor, enquanto apertava as linhas ao redor de seus dedos esqueléticos, Error fechava seu coração a dor alheia que era forçado a causar devido ao seu trabalho. Saindo entre as árvores e entrando na cidade, Error ficava no meio de uma multidão de monstros que seguiam com suas vidas, enquanto o esqueleto apenas encarava tudo ao seu redor com olhos mortos.

Sua presença chamou a atenção de um guarda real local que decidiu abordar o estranho esqueleto que nunca tinha sido avistado antes, mas antes que o guarda tivesse a chance de dizer algo, uma linha azul disparou dos dedos do ser a sua frente e se enrolou em sua alma, apenas para destruí-la depois. Gritos podiam ser ouvidos quando o guarda se tornava poeira em meio a multidão, os monstros ao redor começaram a correr enquanto os que se encontravam dentro de estabelecimentos saiam para fora para entender a origem da comoção.

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