Quando olhei para o lado vi um calça branca e um sapato de salto baixo, ergui um pouco mais meu olhar e vi uma Lindsay furiosa nos fuzilando. Em um rompente Alfonso se levantou, limpando a grama de sua calça, me estendeu a mão para me ajudar a levantar porém não aceitei, não queria mais encrenca.
- Lady Lindsay, boa tarde. – Fiz uma pequena reverência ao ficar em pé, ela não respondeu minha saudação. – Com licença, vou procurar a princesa. – Que até a chegada da sobrinha do duque, estava ao nosso lado se divertindo.
Posso estar ficando louca mas, quando um desses dois aparecem o clima fica pesado e por alguma razão, aquele homem me causa enormes calafrios quando nos encontramos, parece que o conheço de algum lugar mas infelizmente não me recordo.
- Isso mesmo querida. – Disse a mulher ruiva. – Querido esqueceu do nosso chá com a Duqeusa da Dinamarca? Ela já está chegando e prometemos buscá-la no aeroporto privativo. – Foi o que eu consegui escutar ao me afastar do casal.
Vasculhei por todo o castelo, mas não encontrei a garotinha, aí que me veio a ideia de procurar na torre, ela adorava ficar lá, nos primeiros dias que eu estava em Andorra, ela fugia para lá, ela aprontava poucas e boas comigo.
Certa vez, estávamos na estufa do castelo, resolvemos plantar algumas orquídeas, pois ela estava aprendendo sobre as plantas, acho um exageiro que ela aprenda cada funcionalidade delas com apenas cinco anos, lá nos Estado Unidos, meus alunos aprendiam só no 4º ano do ensino fundamental, como diz o ditado: Cada louco com sua loucura, não é mesmo. Voltando ao assunto, ela ousou jogar algumas minhocas em minha direção e como sempre adorei brincar na terra e com os bichinhos que nela vivem nem liguei, apenas lancei um olhar desaprovador que a pobre criança se encolheu toda, conversamo sobre o ocorrido e ficamos tranquilas.
- Larissa? – A chamei ao entrar na torre. – Larissa onde está você? – Escutei umas risadas baixas vindo de trás de umas enormes caixas, comecei ir em direção a elas, chegando bem perto vi que me espiava e logo se abaixou novamente, sorrateimente me aproximei dela e disse: - AHAM! – Bem alto que fez a menina dar um pulo,
- Any, você me assustou. – Disse ela em meio a gargalhadas, como era delicioso ouvir aquilo.
- É o que dá se esconder de mim. – Disse colocando minhas mãos em minha cintura. – Vem, vamos sair desse lugar.
- Ahh não, aqui é legal. – Disse fazendo uma cara de desapontada com a minha ideia. – Não quero ficar com a Lady Lindsay, ela é muito chata e não ama meu papai e nem o meu papai gosta dela. – Cruzou seus pequenos braços na altura do seu peito.
- Eiii, não diga isso. – Me abaixei na altura dela. – Eles se amam, mas é o amor de gente grande, quando você crescer você vai entender, tudo bem? – Ela assentiu meio relutante. – Me diz aí, o que a senhorita sabe sobre o amor? – Quando ciu a ficha eu fiquei indignada com o que ela falou.
- Ahh Any, nas histórias que você me conta, o mocinho sempre fica com a mocinha e a cabelo de fogo não é a mocinha. – Quando ela falou cabelo de fogo, segurei meu riso. – Ela é a bruxa má.
- Vem, vamos mudar de assunto. – Peguei sua mãozinha, não queria dar trela para aquela conversa que poderia custar meu emprego se alguém ouvisse e passasse para frente. – O que você quer fazer agora? – Indaguei-a, pois todas as suas atividades estavam concluídas inclusive os deveres que seus professores haviam passados para ela.
- Não sei... – Disse ela, pensei por um momento e uma luz se instaurou em minha cabeça.
- O que acha de pinarmos? – Perguntei a ela, que abriu um enorme sorriso e logo assentiu positivamente com a cabeça.
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O Príncipe do Leste
Hayran KurguE se você recebe um convite inesperado? Para largar sua vida na pequena cidade em que nasceu e viveu até seus 27 anos e se mudar para um país desconhecido? Foi o que aconteceu com Anahí Portillo, uma doce mulher que tinha uma vida feita na pequena...