12. Shrinking Universe

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12 de novembro.

Harry encontrou o carro, mas não as chaves dele.

Também encontrou o lago, uma superfície brilhante e congelada a alguns metros da casa, tão grande que a outra margem parecia outro universo.

Ele finalmente reconheceu o lugar, que no fim das contas nem era tão longe de Holmes Chappel, mas não teve coragem de atravessar a lâmina de gelo a pé, nem de seguir pela floresta que bordeava as margens laterais. Mas principalmente, ele não teve coragem de deixar Louis.

Agora ele estava deitado no sofá da sala escura, a cabeça descansando no colo de Tomlinson, e tudo parecia muito irreal.

Havia uma ilusão de normalidade no ar quando Louis passou os dedos curtos por seus fios encaracolados, dizendo “Seu cabelo está ficando longo, eu gosto.”

Ele sentia como se estivesse vivendo num programa de TV, e pudesse se ver apenas através de telas opacas de LCD, pressionado em apenas duas dimensões, distorcido e fino.

Harry e Louis colocaram todos os seus casacos e levaram também os cobertores das camas, e se sentaram à beira do lago, comendo pedaços frios de um assado feito por Styles no dia anterior.

Eles não falavam, mas podiam sentir um ao outro, o laço estranho que compartilhavam os fazendo cientes de cada movimento e cada sensação, sufocando suas mentes.

Quando o sol se pôs e os tons de laranja, vermelho e rosa do céu tingiram o gelo na água e nas árvores, Louis escavou em suas roupas e puxou uma coisa de um dos bolsos internos da calça.

Sua mão pequena e calejada das muitas brigas se estendeu para a frente, na direção do homem que ele odiava amar, mas sem o qual não conseguiria viver. Seus dedos se abriram.

Harry encarou o conteúdo da sua palma, os rosto sem expressão, os olhos brilhando, frenéticos.

As chaves do carro.

A água no fundo do lago não era tão gelada quanto a sensação que ambos tinham em seus peitos.

— Por favor, — sussurrou Louis, os olhos claros nunca deixando os de Harry.

Eu sou seu. — completou Harry, pegando as chaves com as pontas dos dedos e beijando a boca de Louis com força, tentando trazer algum calor ao seu corpo e a sua mente, frios como os de um cadáver.

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N/A: Att em benefício da saúde de dona Mayra, que está morrendo no Whatsapp, e eu não quero se acusada do homicídio de alguém tão legal.

Não esqueçam de gritar, quer dizer, comentar, e votar.

Até (muito) breve,

xxx

Lua

Why'd You Have The Gun Out? ♠ L.S. AUOnde histórias criam vida. Descubra agora