O tempo estava quente e as flores começaram a brotar, indicando que a primavera chegou.
Beomgyu ama a primavera. O colorido das flores, as folhas das árvores mais verdes do que nas outras estações. A primavera era linda e dava uma aparência mais bonita e feliz para aquele lugar que era coberto com mentiras sujas, fome e pessoas desabrigadas. O Choi cansava-se de tantos problemas que as pessoas tinham e provocavam a sua volta, o sentimento de pena carregando seu coração, sentia muita empatia pelos outros.
O palácio era uma bagunça, não sabia como ajudar Heejin quando ela chorava com tanto estresse acumulado. Bem, nada era fácil para ela e isso fazia o coração do camareiro apertar um tantinho. Por isso gostava tanto de fugir daquele lugar enorme e sufocante encobrindo a garota que tanto precisava respirar. Os três - ele, Heejin e Yeonjun - sempre acabavam indo até a floresta para passar um tempo a sós, como lá fosse um mundo separado só deles. Não tinha movimento algum ali, de qualquer forma. Então poderiam ficar em paz, mesmo que fossem por poucas horas.
─ Está querendo me ensinar, Vossa Alteza? Eu sou perito em lançar! ─ Beomgyu colocou a mão no peito, sendo dramático.
Oras, errou apenas um alvo e bastasse isso para a princesa ficar brincando com a sua cara como se fosse um novato com o arco e flechas.
─ Sei. Quero ver fazer melhor do quê eu. ─ ela disse em um tom convencido.
Não que errar fosse lá tão engraçado, a garota achava mesmo engraçado irritar Beomgyu que, mesmo dizendo que não estava com raiva, sempre deixava nítido que sim com seu rosto ficando todo vermelho e as sobrancelhas lutando para não ficarem franzidas.
Eles estavam há um tempo apenas atirando nas árvores, com uma competição repentina de quem acertasse mais o mesmo local. Yeonjun cochilava no chão, encostado com as costas em um tronco. Seu trabalho era mais cansativo do que de Beomgyu, então o Choi mais novo deixava que o irmão tirasse uma soneca de vez em quando, Heejin não se importava com isso, já que odiava ter um guarda lhe seguindo e protegendo o dia inteiro, sem parar. Ela só aceitava porque era Yeonjun a ser seu guarda escudeiro.
A princesa olhou as horas em seu relógio de ouro, suspirando.
─ Está na hora de irmos... ─ Heejin disse, com o tom desanimado.
Taehyun sentiu algo se mexer em cima de si, abriu os olhos lentamente e tomou um susto ao ver que era um esquilo, com a movimentação de seu corpo, o bichano acabou correndo para longe. Não se lembrava de ter adormecido, sequer lembrava de ter saído de casa; e se saísse, com certeza nenhum dos lugares não seria uma floresta. A única coisa que se lembrava claramente foi de ter acordado no sofá com Soobin lhe chamando - este que estava ao seu lado, dormindo encolhido no chão.
Um pouco assustado e confuso com a situação, balançou o corpo do maior. A resposta demorou uns segundos, com Soobin resmungando algo que Taehyun não entendeu, também não achava importante, pois Soobin tinha a mania de resmungar muito durante o sono.
─ Soobin, acorda! ─ aumentou o tom de voz, um pouco irritado por culpa do sono profundo que o amigo estava tendo.
Era estranho. Soobin tinha um sono leve, ele sempre acordara só de chamar seu nome, mas ali, ele estava dormindo tranquilo e pesadamente.
Os olhos do garoto alto fora abrindo de um modo lento, mas não durou muito já que ele arregalou os olhos, surpreso de estar em um lugar com tantas árvores.
─ Onde estamos?! ─ perguntou eufórico, se sentando.
─ Eu não faço a mínima ideia...
Taehyun suspirou, só então reparando uma bolsa jogada ao seu lado. Estava tão nervoso que não notara antes. Pegou o objeto e abriu, achando lá dentro uma bússola, um mapa e o livro novo de Crown. Ele piscou os olhos diversas vezes. Aqueles objetos não faziam sentido. Isto é, ninguém usa mapas e bússolas hoje em dia. E outra, por que o livro de Crown estava ali?
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My Love Is A Character || Taegyu.
Fanfiction[CONCLUÍDA] Kang Taehyun é viciado em ler livros da saga Crown, comprara todas as versões e sabia de cor o que acontecia em cada livro. O garoto é apaixonado pela princesa da história, no entanto, ao ultrapassar os paralelos e acabar dentro da hist...