Twins?

Cap. 30

Jisoo's POV

As palavras de Ruby Jane ecoam na minha mente e acordo assustada. Já é a terceira noite seguida que eu tenho o mesmo pesadelo. Nele, estou em uma encruzilhada. Jennie e Ruby Jane estão na minha frente, cada uma em uma direção e eu preciso escolher qual caminho seguir.

Eu quero escolher Ruby Jane, mas algo me impede, como se não fosse certo e eu não quero escolher Jennie. Quando eu disse que estava cansada, não estava mentindo. Eu realmente me cansei de amar Jennie, então a deixei ir.

Agora que estou finalmente a superando, todos vem encher minha mente com essa história de que ela gosta de mim. Infelizmente, é tarde para nós. Eu não consigo ser, ver ou querer Jennie como nada além de ser apenas sua melhor amiga. Todos vamos ter que aprender a lidar com isso, assim como eu tive que aprender a aceitar essa realidade.

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Acho que estou na fase de raiva ou rebeldia, porque eu realmente não aguento ficar perto de Jennie por sequer cinco minutos.

Minha mente e meu coração se lembram de tudo que aconteceu e parece que há um milhão de abelhas, em forma de pensamentos, zumbindo em minha mente, mas nada supera o que eu senti quando ouvi Jennie dizendo para Chaeng que havia aceitado a condição de Taehyung.

- Unnie! - Chaeng me empurra com o ombro.

- Sim? - olho para ela e ajeito o óculos no rosto.

- Em que mundo você estava? Lua? - ela ri e enfia uma batata frita em minha boca, me fazendo rir também.

- Um mais próximo que a lua. Sobre o que você falava?

- Quando você vai arrumar suas coisas para a universidade?

- Na próxima semana, nem estava me lembrando disso e você?

- Acho que sim também, vou te ajudar pra ver o que você vai levar porque eu realmente não tenho ideia do que levar. - ela sorri.

- Chicho! - ouço Lisa gritar e alguém me abraçar por trás.

- Chu. - a voz de Jennie soa baixa em meu ouvido e eu congelo, cerrando o maxilar. Vejo Chaeng arquear a sobrancelha me observando.

- Oi. - digo, tentando não soar estranha. Por mais que eu esteja com raiva de Jennie, não posso descontar nela tudo isso, já se passou tempo demais.

- Você está bem? - ela me olha preocupada e massageia meus ombros.

- Sim. - coloco algumas batatinhas na boca e me levanto.

- Onde você vai? - elas dizem juntas.

- Que horas é o voo de Ruby Jane? - digo enquanto pego o celular.

- De manhã, bem de manhã, por que? - Jennie semicerra os olhos.

- Ela ou sua omma estão em casa?

- Sim, terminando de empacotar tudo, por que?

- Vou passar lá para me oferecer a levá-las. Quero me despedir delas, sua omma foi muito importante para mim e Ruby Jane é Ruby Jane. - dou um leve sorriso - Minha primeira paixão não vai embora da Coreia sem se despedir de mim.

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- É muito cedo, Jisoo, não posso aceitar sua oferta. - a omma de Jane diz e eu reviro os olhos.

- Eu quero levar vocês, passar os últimos momentos com vocês, nem sei quando vamos nos ver de novo e eu realmente quero. - faço beicinho e ela revira os olhos.

- Há alguma pessoa que não seja convencida por você e esse seu charme? - ela ri.

- Eu posso pensar em algumas pessoas. - dou de ombros e ela ri mais alto.

- Minha filha é uma delas, certo? - ela diz depois de alguns minutos, me fazendo desviar o olhar.

- Eu vou sentir falta de Ruby Jane. - solto um suspiro - Se eu soubesse o mínimo de inglês, iria com vocês. - dou um fraco sorriso para ela.

- Jisoo, você sabe que não estou falando dela. - ela se aproxima de mim e se senta na minha frente - Estou falando de Jennie e de tudo isso não definido que existe entre vocês.

- Bem, eu não tenho certeza do que estamos falando. - arqueio a sobrancelha e ela pega minha mão.

- Pobre criança, você está perdida e não sabe o que fazer, certo? - ela me observa atentamente e fico em silêncio - Jennie nunca vai querer outra pessoa que não seja você, Jisoo. Ela nunca vai desistir de você.

- Ela já fez isso uma vez. - digo mais rápido do que meu pensamento. Minha língua ainda será minha morte.

- Eu vejo. - ela me da um sorriso suave e acaricia minha mão - Não estou a defendendo, mas ela estava fugindo dos reais sentimentos, com medo de encarar a verdade, assim como você faria se fosse conosco para a América.

- Qual o sentido de tudo isso, afinal? - puxo a mão e me levanto.

- Você ainda está magoada com ela e eu entendo, você se sentiu traída e abandonada. - paro de andar de um lado para o outro ao ouvi-la - Ela sabe como você se sente? Porque sei que ela fará de tudo para você perdoa-la.

- Por que estamos falando disso?

- Vocês vão morar juntas, Jisoo. Achei que seus pais já tinham te avisado.

- Como? - semicerro os olhos.

- Quando forem para a universidade, vocês vão morar juntas e eu realmente queria que vocês tivessem, pelo menos, uma boa convivência, mas se você continuar remoendo essa mágoa, você vai ficar cada vez mais machucada.

- Eu não posso. - digo baixinho.

- Por que? - ela se levanta e da a volta na bancada.

- É tarde demais para tudo isso. Arrependimentos e desculpas não consertarão os danos e temos que aceitar a realidade como ela é. - minha garganta se fecha.

- Oh, Jisoo, você está sofrendo tanto - ela me abraça com força - Não seja tão dura, a vida já é o suficiente, sendo que você é tão doce e amável. - ela limpa minhas lágrimas. - Você vai se encontrar e vai conseguir resolver tudo isso que te atormenta. - ela da um beijo em minha testa.