𝘿𝙖𝙣𝙜𝙚𝙧𝙤𝙪𝙨 | 𝕯𝖗𝖆𝖈𝖔 𝕸𝖆𝖑𝖋𝖔𝖞 🔥 [+18]

Capítulo 36

⚠️ Gatilho: esse capítulo pode conter gatilhos para pessoas com pré disposição a alguns transtornos psicológicos. Se você acha que vai te fazer mal: POR FAVOR NÃO LEIA! (você pode tranquilamente pular para o próximo ou simplesmente parar de ler :)

Para os que forem ler: sinto a necessidade de expressar alguns problemas e pensamentos na personagem principal. Em primeiro lugar, para mostrar a todos que não é frescura e que é preciso sim procurar ajuda (infelizmente ninguém faz isso por nós acreditem em mim). Em seguida, como vocês já devem imaginar eu me senti assim por muito tempo e sempre quis me ver representada em alguma história aqui na Wattpad, mas nunca consegui, então se você está passando por algo assim sinta-se totalmente abraçadx por mim. 

Por fim, se você se identificar procure ajuda, você importa! Estou disposta a conversar com qualquer um que precisar. Espero que entendam o contexto de tudo isso e não julguem a dor dela ―  nem de ninguém ―  como drama ou frescura. Você importa, muito! ⚠️

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Profundezas

― Eu procurei por você em todos os cantos desse castelo. Eu esperei aqui a noite toda. Onde você estava? ― Sua voz encontrava-se em um tom mais rígido do que o normal.

Malfoy levantou do sofá e caminhou lentamente em minha direção. Seus passos eram firmes e mostravam que ele não estava com o melhor dos humores. Sua face se aproximou de mim e eu pude notar seu maxilar rígido.

― Draco, eu... ― Não tinha uma desculpa boa o suficiente ― Eu não quero falar sobre isso.

Fiz menção a sair dali, mas ele segurou o meu braço, não permitindo que eu escapasse. Os olhos cinzas encontravam-se em um tom mais escuro e junto com a sua testa franzida demonstravam certa preocupação.

― Você está me evitando. Primeiro eu achei que era apenas por eu ter te machucado. Entretanto, tem algo a mais, não tem?

Eu não conseguia responder. Era muito mais difícil mentir para ele do que para qualquer outra pessoa. Sua mão fez um movimento para encostar em mim, porém eu desviei, imaginar ele tocando no meu braço esquerdo fazia com que um nó se formasse em meu peito.

― Me conta.

Ele parecia chateado por um não ter aceitado o seu toque. Não aguentava ficar frente a frente com ele. Milhões de memórias de nós dois juntos vinham na minha cabeça. Entretanto, havia pensamentos de sobra para estragar tal sensação positiva. Miranda estava certa: eu tinha muitos assuntos internos para resolver antes de me envolver emocionalmente com alguém, sobretudo com ele.

― Eu estou preocupado com você ― Sua expressão mostrava que não era mentira ― Você sumiu das aulas por uma semana, não apareceu em nenhuma das refeições, nem nos jogos de quadribol. Quando voltou, você estava extremamente bêbada. Seus olhos vivem inchados e você está pálida. Aquele dia na floresta você quase botou fogo em mim. Você claramente não tem dormido bem, isso é, se você está dormindo. Ontem você quase voou de tão rápido que andava e não estava em lugar nenhum do castelo. Eu sei que você não dormiu aqui e só apareceu agora de manhã. Eu posso te ajudar, Ali, é só você me contar o que aconteceu. Podemos passar por isso, juntos.

Ele passou a parte superior do seu dedo pelo meu rosto. Suas palavras doíam no meu interior. Meus olhos ficaram marejados. Fiz de tudo para me conter, não queria que ele me visse ainda mais vulnerável do que eu já estava. 

Observei calmamente os traços do seu rosto. Uma onda negativa atravessou o meu corpo, eu não estava mal pelas coisas que ele fez, mas sim por tudo que eu estava fazendo. Respirei fundo como uma forma de conter as minhas lágrimas. Ele não poderia me ajudar. Ficar perto dele era uma tortura lenta e dolorosa.