A Dona do Show - Degustação

Capítulo 2

Iara

Consigo chegar ao meu escritório antes das 8 horas. Logo na entrada há uma grande divisória de vidro e a logomarca da empresa em alumínio indicando a sede da Axé Produções e Entretenimento. A recepção toda laranja com detalhes de decoração brancos e móveis pretos. Vejo Marcos em sua mesa e seu costumeiro sorriso irônico.

— E aí senhor Deus do reggae? — cumprimento-o enquanto retiro os óculos escuro — Seu final de semana alcançou suas expectativas?

— Não me acompanha que eu não sou novela — fala em sua pose elegante e arruma a sua franja impecável. — Minha vida sexual e amorosa não é notícia para ser publicada em folhetim de quinta.

— Sem essa amore mio... não esqueci dos seus planos com uns certos italianos em férias tropicais — digo, mexendo as sobrancelhas. — Então aquele deus do reggae não passou de subalterno?! Francamente, decepcionada com você...

Vou em direção a minha sala e Marcos me segue de perto.

— O italiano broxou. Não caiu em meu charme... Vai saber qual o problema dele — fala enquanto sento em minha mesa e ele me passa alguns contratos para analisar. — Mas quer saber? Isso não quer dizer que o meu final de semana foi perdido — fala, piscando o olho e um sorriso de meia boca. — Risca da lista as loucuras que eu passei, oh! Risca da lista... — Ele fala, enquanto imita uma lista sendo riscada.

Gargalhamos e batemos um à mão do outro.

— Assim é que se fala! Depois me conte as loucuras que foram riscadas da lista. Agora gatinho travesso, precisamos trabalhar. Pronto para um dia agitado? Preciso arrasar hoje, Marquito...

— Ah, minha lady! Você sempre arrasa!! — Ele sorri e fala com admiração.

— Obrigada Marquito! Arraso porque tenho você para me salvar de todos os apuros. Te amo, viu? Manda a Rach aqui, assim que ela chegar.

— Ela já chegou lady, madrugou hoje também.

— É por isso que eu amo vocês...

Jogo um beijinho para Marcos e começo ligando o meu notebook para repassar a minha apresentação que, diga-se de passagem, ficou muito boa!

Rach entra na sala já começa despejando toda a ansiedade e preocupação que normalmente apresenta quando temos algum trabalho novo.

— Você não deveria ter mandado o material impresso para uma gráfica nova. E justamente para um trabalho novo! Um contrato alto como esse! É arriscar demais. Nem os folders e os resumos do evento estão aqui...

— Rach! Bom dia para você também! Vem cá, quantos dias sem sexo amiga? Muita energia reprimida aí, hein? — Aponto em direção ao seu corpo e ela sorrir

— Já você não parece ter problema nesse quesito... Como foram os novinhos ontem? — Ela senta imediatamente já esquecendo o que a afligia.

Sexo... Sempre um excelente parceiro para as nossas distrações e diversões. Gostamos tanto de falar, quanto de fazer. Apesar de nosso gosto distinto, eu hétero e ela homo, somos entrosadíssimas nesse assunto.

— Pressão!! — Levanto as sobrancelhas e digo a ela com todo entusiasmo e me abanando como se estivesse sem ar. — Pensa numa pressão...

— Sabia que a dupla café com leite ia te agradar... — fala, com o sorriso diabólico que só ela tem.

— Ah amiga! Aquele loirinho é tímido, mas me surpreendeu! Acredita que resistiu até o meu segundo round? Muito gostosinho! E o negro minha amiga! Aquilo é que se chama rebolado. Os dois acabaram comigo. Faz tempo que você não encontra uns novinhos tão perfeitos!