Calendário - Drarryone ~FINALIZADA~

Capítulo 3

Quinta-feira  

— Malfoy, você não está dando em cima de mim, está?

O sorriso de Draco se transformou em uma risada divertida. Ele colocou as mãos nos bolsos e levantou uma sobrancelha ao encará-lo.

— E o que te levaria a pensar uma coisa dessas?

Sem que pudesse controlar seus pensamentos, Harry desejou ver o que havia por baixo daquelas requintadas roupas escuras. O calor aumentou ainda mais e ele não conseguiu sustentar o olhar do loiro, quando respondeu.

— Bom… Dizem que você não vê problemas em se... hum - ele limpou a garganta, sem jeito, obrigando-se a mirar os olhos muito claros outra vez. — Se divertir com homens ou mulheres.

Draco se aproximou, as mãos ainda nos bolsos, mas o olhar deslizou para os lábios de Harry por um momento, antes de voltar para cima.

— Ah, sim… Não gosto de muitos limites em minha diversão. Mas não foi o que eu perguntei.

— Ah, não…? - Harry estava começando a sentir-se ridículo. Definitivamente gostava de mulheres, e se uma garota tão impactante se aproximasse daquele jeito, ele subitamente se afastaria, jamais correria o risco de trair Hermione. Mas ele não podia simplesmente se afastar de um cara, como se estivesse com medo. Ainda mais se esse cara fosse Draco Malfoy - e mesmo que, bizarramente, ele estivesse lhe causando pensamentos terrivelmente inadequados.  — Então o quê?

— Eu quero saber… - começou Draco, chegando um pouco mais perto, inclinando a cabeça de lado. — O que te faz pensar que eu me interessaria por você?

Motivado por algo que ele preferiu ignorar, Harry deu o último passo que quase extinguiu a distância entre eles.

Não, decidiu, com certeza não era mais um moleque de dezesseis anos sem qualquer noção de como esses jogos funcionavam.

— Bom, então talvez eu deva apagar a lareira, porque obviamente você está com tanto calor quanto eu. - foi a vez dele de deixar um sorriso debochado brincar em seus lábios, enquanto mirava o brilho de suor no pescoço pálido. 

O sorriso de Draco não vacilou nem um segundo. 

— Não se incomode, eu posso ajudar com isso. 

Harry sentiu a pulsação acelerar ao ver Draco retirar as mãos dos bolsos e apoiar um dos antebraços em seu ombro, fechando ainda mais o espaço entre eles. Na palma de sua outra mão surgiu um cubo de gelo.

Sem dizer mais nada, e com os olhos fixos nos dele, Draco lambeu um dos lados do cubo, muito devagar, e depois colou esse mesmo lado logo abaixo da orelha de Harry, fazendo-o escorregar pela linha do maxilar.

Harry mal podia respirar. Se estivessem alguns milímetros mais próximos, Malfoy poderia sentir o completo estado de excitação causado por aquela provocação e pensar se o mesmo acontecia com ele, o deixou ainda mais perto da combustão. O gelo derretia e deslizava facilmente por sua pele fervente, pingando no colarinho da camisa e trazendo ao mesmo tempo um pouco de alívio e ainda mais calor, porque agora Malfoy o fez chegar até sua boca, onde não teve outra opção se não sugar o líquido gelado. Em seguida o autor daquela tortura retirou a pedra de seus lábios e a arrastou provocantemente pelos próprios, antes de afastá-la. Por fim lambeu os últimos resquícios de água e sorriu, como se esperasse alguma coisa.

Ignorando cada um dos milhares sinais de alerta que ressoavam em seu cérebro, o auror aceitou que era tarde demais para parar. Estava completamente entorpecido pela sensação do peso do braço em seu ombro, pelo calor e pelo cheiro delicioso que emanavam dele e, não havia como negar, mesmo sendo um homem o desgraçado era absolutamente atraente. Não havia saídas, todo aquele clima era simplesmente irresistível.