Capítulo 2

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Segunda-Feira  

Alfred Biggs saiu de uma das lareiras situadas no grande saguão do Ministério da Magia sentindo-se especialmente bem naquela manhã. Sua grande barriga abriu caminho entre os muitos bruxos e bruxas que caminhavam apressados em direção aos postos de trabalho, mas apesar da pressa nenhum deles deixou de cumprimentá-lo respeitosamente. Ocupando um cargo de confiança máxima no governo e sendo um dos mais antigos funcionários da instituição, o senhor de cabelos brancos e andar lento era conhecido por todos.

Mas Biggs pareceu, para os mais atentos, um pouco distraído em sua costumeira jornada até sua sala. E de fato, a aguçada mente do homem estava ainda presa na graciosa coincidência do dia anterior.

Como em todos os domingos, depois do cochilo da tarde ele caminhou até a padaria perto de sua casa e lá estava ela, a doce Pansy Parkinson. Quando entrou, pensando se deveria cumprimentá-la, ouviu a jovem se desculpar - à beira das lágrimas - pelo fato de ter esquecido sua bolsa de moedas. Imediatamente agarrou a oportunidade de oferecer-se a pagar pelas bolachinhas açucaradas - justamente as suas preferidas! - que ela havia pedido. Seu peito cansado se encheu de alegria quando a moça, depois de algumas negativas, aceitou a gentileza sob a condição de se sentarem para compartilhar as bolachinhas.

Conhecia Pansy pessoalmente há cerca de dois anos, quando ela começara a trabalhar como caixa em Gringotts, e desde então passara a encontrar cada vez mais desculpas para ir ao banco. Mas ele tinha certeza que a belíssima garota não fazia ideia de sua paixão secreta por ela; passar aquela tarde lanchando e ouvindo seu riso suave fora um verdadeiro presente dos deuses.

Entrando em sua sala, feliz por finalmente poder se sentar, Biggs tamborilou os dedos roliços sobre a mesa e pensou que o domingo havia sido realmente fortuito. Não só havia desfrutado da companhia de sua musa, como, também por acaso, descobrira que ela havia recebido uma carta por engano, de uma coruja desorientada, e sem saber para quem devolver, resolveu guardá-la consigo. Depois de alguma insistência, permitiu que ele lesse a tal correspondência e, para sua surpresa, encontrou as palavras de uma mocinha corvina, direcionadas ao ministro. Eram palavras que confirmavam a eficácia do Chapéu Seletor em colocá-la em tal casa, pois expressava uma ideia tão fantástica que lhe grudou na mente e ele soube, na mesma hora, que deveria levá-la ao destinatário.

Pansy ainda tentou dissuadí-lo, dizendo que eles deveriam ter coisas mais importantes para tratar, mas fez questão de fazer a entrega. Ela então, pediu apenas que não fosse mencionada, não queria que a mocinha anônima viesse a achar que ela havia interceptado a carta de alguma maneira. O pedido, uma prova de quão gentil e inocente era o coração da jovem Parkinson, fez com que o homem a admirasse ainda mais e ele não viu problema em ocultar esse detalhe.

Mas a ideia era boa demais para ser esquecida, mal podia esperar pela chegada do chefe!


Ooooooo


— Meu Deus, isso é muito gostoso… - gemeu Hermione.

— Sim… - concordou Harry, lambendo um dos dedos.

— É sério, eu acho que poderia comer isso pelo resto da vida… - comentou, espalhando o creme marrom em mais uma torrada  — Você acha possível eles usarem algum componente mágico?

— Não, meu amor, é só uma combinação de chocolate, avelãs, toneladas de açúcar e sua TPM chegando.

Hermione fez uma careta divertida e mordeu a torrada, sentindo o doce se ligar diretamente ao cérebro, liberando uma descarga de prazer que a fez soltar outro gemido.

Estavam em sua sala, no sétimo andar, terminando de tomar o café da manhã juntos, como sempre faziam às segundas-feiras - já que Harry costumava passar as noites de domingo em sua casa e eles geralmente acordavam em cima da hora.

Calendário - Drarryone ~FINALIZADA~Onde histórias criam vida. Descubra agora