-O que vai fazer a respeito quando ele chegar amanhã? Sabe que ele mentiu,e que provavelmente está na casa daquele garoto.. o que você falou.
-Sim,sinceramente não sei o que fazer,não sei que atitude tomar como pai. As vezes até penso em o deixar fazer o que quiser,as vezes me sinto cansado de me preocupar tanto,o receio do julgamento nos afunda certas vezes,é um peso invisível. Quando se vai ficando mais velho começa a ficar perceptível,te causa insônia,te enfraquece mentalmente,chega um momento que você só age no automático.. nem se lembra mais se tem um motivo.
-Não diga isso,a culpa dessa merda não é sua. Hidan foi muito bem criado e deveria no mínimo ter respeito pela integridade de quem fez tudo por ele nessa vida.
-Será? Eu bato nele,você sabe disso.. que eu sempre bati. Quando ele era uma criança eram apenas tapas leves.. mas ele foi crescendo e vi que poderia aguentar mais,passei a descontar o ódio do mundo nele. Eu não gostava,acho que ainda não gosto,ele é só um garoto.. eu deveria cuidar dele. Sei que o que faço não é o certo,bem no fundo eu sei e admitir isso em voz alta é sufocante.. não consigo parar de machuca-lo,talvez seja melhor ele se afastar e ficar com alguém que realmente vai cuidar dele.
O pai de Hidan era um homem alto,tinha músculos a mostra,sua feição era a de um homem forte e ranzinza,sua pele era branca, mas não chegava nem perto da de Hidan,tinha cabelos negros e curtos em um corte bagunçado,olhos verde claro,um nariz empinado e uma boca carnuda,era um homem que chamava atenção mesmo com as olheiras abaixo dos olhos e a aparência cansada. Ele segurava um copo de vidro com whisky e gelo pela metade sentado no sofá de sua sala,analisava aquele objeto perdido em pensamentos,juntava as memórias de sua vida como se junta um quebra-cabeças. Sempre que ia longe assim em sua mente se lembrava dela,aqueles cabelos platinados, aqueles olhos púrpuras,a pele tão clara,seu sorriso que invadia toda a casa como raios de sol em uma manhã. Hidan era extremamente parecido com ela,até mesmo na alegria,mesmo que não tivesse presenciado muitos desses momentos com seu filho sabia que ele era assim com seus amigos,de vez em quando o observava de longe. Os únicos sentimentos que Hidan demonstrava perto de sí eram de medo e tristeza,mas ele não o culpava por isso,sabia que a culpa disso era dele por não mostrar carinho e amor pelo filho.
-Se quiser posso conversar com ele.. já que você não quer mais isso. Posso trocar umas palavras com Hidan,assim você não tem que carregar esse peso sozinho.
-E que tipo de palavras vai trocar com ele?
-Se eu fosse rude ele aprenderia mais rápido, você sabe.. é melhor cortar o mal pela raiz
O pai de Hidan ouvia atentamente as palavras, sentia que a ansiedade de seu irmão em agir por aquela situação era alta e não entendia o porquê disso,sentiu receio em aceitar a "ajuda". Ele sabia que seu filho tinha um certo medo dele,mas também não entendia o motivo já que seu tio nunca havia o batido,é certo que já havia falado mais grosso,mas nunca batido a ponto de Hidan o temer tanto e nem ao menos se sentir à vontade o encarando.
-Deixe isso,com o tempo eu vejo o que faço e como resolvo.. sei que não posso deixar isso continuar - Tomou mais um gole de whisky e se levantou pondo o copo na mesa de centro que ficava ente o sofá e as poltronas - Estou indo dormir e tentar descansar,deveria fazer o mesmo.
Um mês depois
-O baile é sexta,da pra acreditar? É segunda gente.. nem acredito que conseguimos,que alívio - Nagato pela primeira vez parecia animado com algo,dava sorrisos a todo momento e movia as mãos de maneira agitada, sua empolgação era nítida.
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Eu ainda estou aqui | KakuHida
FanfictionHidan se sente atordoado com o turbilhão de pensamentos e emoções guardados dentro de si. A fragilidade de suas angústias são ocupadas pelo sorriso de Kakuzo que aquece sua pele a cada vez que sorri sereno para si. Sua cabeça é dívida pelos seus mom...