stunning beauty

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— Eles devem estar chegando — disse Catherine, dispondo delicadamente os oito pratos na grande mesa da sala de jantar. — John e Mildred também já devem estar a caminho. Eles nunca se atrasam.

— Não vejo a hora de encontrar meu marido. Estou morrendo de saudades! — revelou Helen em sua sutil introspecção, enquanto alinhava as taças de cristal, sempre usadas nas ocasiões especiais da família Thompson.

— Querida, você não sabe quanto eu fico feliz por ver você e o Ethan vivendo bons dias após toda aquela turbulência — e Catherine segurou, com carinho, sua nora pelos ombros. — Helen, fique tranquila. Vocês vão conseguir ter um bebê. Eu posso imaginar quanto esse tratamento hormonal está mexendo com você e deixando as coisas ainda mais complicadas, mas tente relaxar...

— Eu sei, Cathy. Tenho tentado relaxar nos últimos meses, mas às vezes penso se não é hora de desistir. Nós já perdemos dois bebês e eu não sei se sou capaz de aguentar todo aquele sofrimento mais uma vez.

— Você precisa parar de se cobrar tanto. Nem sempre as coisas acontecem exatamente como sonhamos ou no momento em que queremos.

— Mas eu sinto que isso é importante para o Ethan. É importante pra mim também.

— É importante pra todos nós...

— É isso! É importante para todos. E sinto como se eu não fosse capaz de realizar esse sonho. Como se eu não pudesse dar essa alegria a todos — uma lágrima contida saltou dos olhos de Helen.

— Helen, querida. É exatamente isso que estou dizendo. Você precisa relaxar. Não tem que ficar se cobrando dessa forma. Eu até acredito que o Ethan esteja fazendo cobranças indiretas quanto a vocês terem um filho. Mas nenhum de nós está aqui para julgar o seu tempo ou a sua natureza. — Ao perceber que a nora desaguava um choro preso havia dias, Catherine abraçoua carinhosamente. — Não fique assim. Olhe para mim. Ninguém pode forçar a natureza. Você já está fazendo todos os tratamentos necessários e disponíveis. Agora é só esperar acontecer, sem pressão.

— Mas e se nunca acontecer, Cathy? — indagou Helen, entre soluços.

— Se nunca acontecer, é porque tinha que ser assim — disse Catherine, em seu melhor tom consolador. — Eu não gosto de usar essa palavra... nunca. Mas se você está sentindo que não consegue mais suportar o tratamento, se acredita realmente que não será capaz de engravidar dessa forma, você precisa aceitar isso, se respeitar. Precisa conversar francamente com o Ethan. Meu filho pode ser um grande cabeça-dura, mas você, melhor do que ninguém, sabe opotencial de sensibilidade que existe naquele coração. Abra o seu para ele. Fale. Eu sei que é um assunto delicado, mas enfrentar sozinha seus próprios limites não parece ser uma decisão acertada. Vocês são um casal, Helen. E precisam agir como tal e parar de ficar se escondendo atrás de uma fantasia que pode não se realizar da forma como vocês desejam.

— É disso que eu tenho medo. Eu não sei como o Ethan vai reagir... — Você só vai descobrir quando falar com ele.

— E você, Cathy, como se sente quanto a isso? — indagou Helen diretamente, algo que não era típico de seu comportamento.

— Querida, eu não vou negar que estou louca para ver essa casa novamente povoada de crianças, correndo de um lado para o outro, fazendo bagunça, pendurando meias na lareira na noite de Natal, fazendo cara feia diante de um prato de ervilhas. — Catherine abriu seu largo e acolhedor sorriso, respondido com suavidade por Helen. — Às vezes eu entro no quarto do Justin e ainda sinto o cheiro do talco e das fraldas. Ainda acordo de madrugada imaginando ouvir seu choro faminto no antigo berço. Sinto saudades do tempo em que eu achava que não teria tempo para mais nada. E você não pode imaginar a grandiosidade de tudo isso. Então, quando eu vejo você e o Ethan sofrendo como estão por não conseguirem ter um bebê pelas vias naturais, fico com o coração partido. Mas eu também fico pensando: há alternativas. Vocês vão ter tantas emoções e tantas responsabilidades para criar, educar e conviver com uma criança que, no fim das contas, ser ou não um filho biológico é o que menos importará.

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