Natal

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One Shot independente

  VICENTE

- Meus pequenos, vocês não precisam ter medo do Papai Noel, ele não machuca!

- Medo papai, medo - Isabel se agarrou em uma de minhas pernas ao ver o irmão fazer o mesmo com a outra.

- Colo! Eu quelo... - Guilherme estendeu os bracinhos curtos em minha direção,  com uma carinha de  choro de partir o coração.

- Desse jeito até que a mamãe de vocês fica pronta, eu fico louco!

- Papai loco, papai loco!

Revirei os olhos diante de Isabel, que repetiu meu ato.

Gabriela saiu do banheiro como se alguma coisa conspirasse contra mim.

- O que é isso, garoto?! Ensinando coisa errada pros nossos filhos?

Ela estava.... sem palavras.  O vestido vermelho longo sem costas caía como uma luva em suas belas curvas, o descote ousado em forma de "V" na frente deixava seus seios inchados ainda mais acentuados. Uma cinta fina dourada se localizava logo abaixo deles, de forma que a barriguinha de cinco meses ficasse bem marcada.

A mulher mais bela de todas. A minha mulher.

Me desvincilhei dos pequenos e fui até Gabriela, lhe puxando para um beijo.

- Meu amor... você tá perfeita!

  Ela deu de ombros,  pegando Guilherme no colo em seguida. Observei cada um de seus movimentos minuciosamente,  os repetindo com Isabel.

- Eu devia colocar os dois de castigo por falarem e fazerem coisas fei....

- Mamãe nããão! Eu amo a senhola... - um biquinho se formou na boca rosada de nossa menina, quase me fazendo ter um treco de fofura.

- Meu Deus... Vicente você me  coloca em cada uma! Agora como eu vou brigar com uma carinha dessas?

Fui para junto deles de novo,  e quando estava prestes a dar outro beijo em Gabriela,  nossos filhos se meteram no meio como dois empata fodas que eram.

- Papai é meu, nem vem mamãe!

Gabriela fingiu estar brava com Isabel, mas logo cedeu um sorriso para a dona daquela  voz doce e meiga. De meiga aquela lá só tinha a voz mesmo.

- Antes de vocês sequer pensarem em nascer, o papai já era meu  então nem vem com isso pra cima de mim, dona Isabel da Silva Machado!

Isabel tinha a minha aparência,  exeto pelos olhos verdes, mas o temperamento  arredio era idêntico ao da mãe,  difícil de ser dobrada,  teimosa e dona de si. Era grudada comigo,  dependia muito mais de mim do que da mãe. Já Guilherme era o oposto, tinha os traços de Gabriela - todos, todos mesmo - mas era calmo e carinhoso como eu, embora só largasse a mãe com ordem judicial.

O menino que Gabriela carregava em sua barriga ainda não tinha dono.

- Papai, quelo ir pla casa, aqui é calô.

Terminei de arrumar a bermudinha azul marinho de Isabel, que se recusara a usar um vestido,  e guiei os três para fora do quarto do hotel.

- E em casa não é quente também? Até parece que não gostam do Rio!

- Goto sim, mas é muuuuuito quente aqui! Eu deleto fácil!

Guilherme riu da irmã,  conquistando um beijo de Gabriela. Ela o amava demais,  tinham um laço único.

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