Histórias Gabicente

Especial 1° de Abril

GABRIELA

  - Alice, valeu por me ajudar,  a cara do Vicente vai ser impagável!

- Depois me fala a reação dele, duvido que ele vai cair nessa.

Ri internamente,  imaginando a cara que meu noivo faria ao receber "a notícia".

- Claro que vai cair, Alice. O Vicente é o maior inocente que eu conheço!

  Minha irmã apenas revirou os olhos,  levantando-se com sua barriguinha de 6 meses para se despedir.

- Ainda tenho pena dele, mas você que sabe. Já vou indo, a Maria anda mexendo muito e eu preciso descansar.

Sorri ao lhe abraçar. Minha sobrinha seria linda e elétrica,  como a tia, óbvio.

Ao me ver sozinha,  arrumei tudo o que era necessário,  colocando dentro de uma caixinha azul um par de sapatinhos, um pijaminha azul e o tal teste de gravidez.

Talvez algum dia aquelas roupinhas fossem usadas, e naquela noite Vicente acreditaria naquilo. Era um lerdo, mas ainda o amava.

Tomei um banho longo e me vesti com uma lingerie branca acompanhada por um roupão da mesma cor. Queria surpreender,  quem sabe ele não ficasse tão bravo comigo após a pegadinha e topasse algo menos.... decente.

Ele chegou quinze minutos depois, abrindo um sorriso lindo ao me ver esperando sentada no sofá. Fui até ele, me pendurando em seu pescoço e roubando um beijo.

- Demorou hoje,  meu amor.

- Fui pagar as contas e comprar isso - Vicente retirou da bolsa uma barra de chocolate favorita minha. Pulei em seu colo, retirando seu paletó em instantes.

- Você sabe como conseguir as coisas,  né? Adorei o chocolate,  depois vou comer.

Ele jogou sua bolsa no chão para ocupar suas mãos com meu corpo,  o envolvendo antes de me beijar.

- Como foi seu dia, minha vida?

Afastei meu rosto do seu.

- Foi ótimo,  e vai ficar ainda melhor com a notícia que tenho pra te dar. É uma surpresa.

  Um sorriso lindo se formou nos lábios que eu tanto amava ter para mim.

Coitado.

- Qual surpresa além do que estar por baixo desse roupão?

- Uma melhor,  você vai amar.

A parte mais difícil seria segurar a risada diante dele ao ver sua cara de pato.

- Mal posso esperar, minha Gabs.

Desci de seu colo e o puxei para o quarto, mantendo seus braços ao redor de minha cintura.

Ao entrar no quarto,  o parei.

- Foi uma surpresa pra mim isso, e quero que seja pra você também - nossa, minha atuação era digna de novela das nove.  - É uma coisa importante,  que vai trazer mais amor ainda para o nosso relacionamento,  tenho certeza que vamos ficar mais juntos do que nunca.

Ele me olhou de forma estranha, com um meio sorriso.

- Eu não estou entendendo.... Gabs...

- Vem - sussurrei, após entrarmos e eu fechar a porta.

- Nessa caixinha azul estar a sua surpresa. Eu espero que você goste.

Vicente se sentou na cama e me puxou para seu colo, logo em seguida pegando a caixinha também. Esfreguei as mãos,  dando meu sorriso mais inocente.

- Posso?

- Deve.

Vicente destampou a caixa e parou. Seus olhos encararam o conteúdo por longos e divertidos segundos antes de se voltarem para mim.

- O que.... Gabs o que é isso? - a voz estava carregada de emoção,  muito mais do que eu imaginava.

- O que você acha que é,  Vicente?

- Um teste, sapatinhos.... Gabriela! 

Ele me jogou na cama, começando um beijo intenso, seguido por gargalhadas de felicidade.

- Eu vou ser PAPAI! GABSSSS EU VOU SER PAI!

Ok, fiquei um pouquinho mal por acabar com aquela alegria.

- Pai, você?

Logo eu estava mais uma vez em seu colo, sendo girada no ar.

- Papai Gabs, papai! Como você conseguiu isso?

Caí na gargalhada,  o deixando confuso.

- Eu consegui com a Alice, seu bobo! 1º de abril!

Nunca vi uma carinha tão decepcionada quanto a de Vicente naquele momento. Seu sorriso murchou.

- Você não tá grávida?

- Claro que não! Olha,  se quiser pode ir olhar o teste que EU fiz antes de você chegar.

Ele correu para o banheiro, voltando com o teste dito em mãos. Os olhos arregalados,  um sorriso bobo.

- Parece que você quis pregar uma peça em mim, mas acabou fazendo tão bem o trabalho que se tornou real.