VICENTE
Fechei a porta atrás de mim e me encostei nela, finalmente me permitindo soltar o ar dos pulmões. Gabriela estava em casa, e bem.
- Por que você tá me olhando assim? Vai ficar aí parado?
Me aproximei alguns passos da cama, parando na beirada dela e mantendo meu olhar fime na garota a minha frente. Seus cachos, agora um pouco mais longos, caíam até seus ombros, moldando os traços de seu rosto. Suas bochechas estavam bem mais coradas, e um sorriso tímido brincava em seus lábios. Estava linda.
- É bom te ter aqui de volta, depois de tanto tempo. - falei, me ajoelhando no colchão em frente à ela e levando minhas mãos até sua cintura. Seu corpo estava coberto por minha blusa larga, e tremeu levemente com o meu toque.
- É bom estar aqui de novo também, senti saudades disso.
As mãos de Gabriela se uniram em meu pescoço, e a ajudei a se colocar em meu colo, envolvendo seu corpo com o meu calor. Inalei seu cheiro, agradecendo outra vez por sua vida.
- Agora você pode matar toda a saudade, do meu quarto e de mim. Achei que sua mãe não fosse te deixar vir.
Gabriela sorriu, depositando selinhos em meus lábios conforme de puxava para que deitassemos na cama. Queria cuidar dela, queria que se sentisse segura e amada ao meu lado.
Eu estava completamente apaixonado por Gabriela.
- Também achei que não fosse rolar, ainda mais fazendo só dois dias que eu saí do hospital, mas como o seu Alberto não estava muito bem e minha mãe precisou ir cuidar dele, consegui umas horinhas sozinha com você.
Sorri, depositando um beijo em sua testa e aninhando seu corpo ao meu. Ali ela parecia frágil, ao contrário da menina marrenta de que eu costumava ver por aí. Aquilo mexia comigo.
- Bem que você poderia dormir aqui comigo, né? Tô com saudades da gente assim.
Seu braço apertou mais forte meu tronco.
- Eu saí do hospital há dois dias só, Vicente. Tenho um monte de remédios pra tomar e...
- Eu posso cuidar disso.
- E a sua mãe. - ela concluiu com um suspiro, me fazendo suspirar também. Embora minha mãe estivesse um pouco mais tolerante depois de Gabriela ter ficado entre a vida e a morte, ela ainda não havia perdoado a história com Paloma.
- Minha vó e meu pai dão um jeito, ela não vai implicar com você aqui, pelo menos não hoje. Vai, fica...
Seus olhinhos brilharam em minha direção, e soube imediatamente que ela viraria a situação ao seu favor.
- Eu fico, mas só se você disser que tem aquela lasanha que só a Neide sabe fazer.
- Mas você tá em recuperação Gabs! Minha sogrinha me mataria se soubesse que você tá comendo essas coisas.
Recebi um tapinha no ombro como protesto, mas seu corpo se envolveu ainda mais no meu.
- Para de ser chato Vicente, se eu ficar aqui você vai me deixar passar fome então, é?
Balancei a cabeça, sorrindo enquanto depositava beijos por sua face.
- Claro que não meu amor, você vai comer alguma coisa que o doutor tenha liberado. Uma fruta, uma sopa...
Ela se sentou, sua cara de indignação me fazendo rir mais ainda.
- Tá rindo do que, Vicente Machado?
- Desse seu jeito. Você parece uma criança quando fala de comida.
Gabriela bufou, tornando a deitar sobre meu peito. Deslizei preguiçosamente meus dedos sobre suas costas, formando linhas imaginárias ali.
- Você já deveria saber que não se mexe com a minha comida.
- E eu sei, meu amor. Acontece que eu só quero o melhor pra você, e nesse momento com certeza não é a comida pesada daqui.
- Eu passei tempo demais comendo aquela sopa horrível do hospital, Vicente.
- Eu sei que foram dias longos, mas agora você já tá em casa, e bem. Não é isso que importa no final?
Outro suspiro pesado de sua parte, mostrando que apesar de bem, ela ainda precisava de todos os cuidados que eu estava mais do que disposto a oferecer. O acidente havia custado demais à sua saúde.
- Eu achava que ia morrer.
Senti meu coração doer com aquelas palavras, porque eu as havia sentido durante todo aquele tempo. Eu também achava que Gabriela não sobreviveria.
- Você não sabe o quanto isso me atormentou nesses últimos dias. - falei, olhando em seus olhos e a segurando mais firme contra mim. - Cada vez que eu entrava naquele quarto e via você mais e mais fraca...
Engoli em seco, deixando que uma lágrima escapasse. Gabriela fez questão de a secar, mantendo as mãos em meu rosto.
- Tive muito medo de chegar lá e não te encontrar mais. Cada notificação no meu celular me deixava em pânico. Eu não queria te perder.
- Você não me perdeu! - ela sorriu, me beijando em seguida. - O que deu em você agora, com esse choro, Vi?
Ela estava achando graça de meu estado, e me vi sorrindo também. Por longos dias achei que não fosse mais viver momentos como aquele com Gabriela.
- Você é muito especial pra mim, Gabs. Eu não saberia o que fazer se te acontecesse algo, jamais me perdoaria por não ter dito o quanto você significa pra mim.
Houve um silêncio, e me perguntei se não havia lhe assustado com aquilo. Gabriela não costumava demonstrar tão abertamente o que sentia.
- Gabs...
Ela sorriu, acariciando meu rosto com a mão livre. Sua expressão se suavizou, e me vi embalado por aquele sorriso.
- Eu te amo, Vicente.
Meu coração vacilou, e por alguns segundos me vi sem reação. Seus olhos estavam presos aos meus, e um brilho intenso brincava neles.
- Diz alguma coisa garoto!
E então eu sorri, a fazendo sorrir também. Gabriela era a minha garota, a mulher que, tive certeza ao unir meus lábios aos seus novamente, seria a mulher da minha vida.
A beijei com todo o amor que sentia por ela, mostrando que apesar de tudo e de todos, ainda éramos certos um para o outro. Mesmo sendo todo errado, era por ela que tudo começara a fazer sentido para mim.
- Eu também te amo Gabriela, você foi a melhor coisa que me aconteceu.
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Oii gente! Como vocês estão? Sumi, mas sempre dou um jeito de voltar! O que acharam do capítulo?
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Histórias Gabicente
Fiksi PenggemarAlgumas one shots de gabicente para vocês curtirem nosso casal... Capa: wlxbieber