Há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos.
-Carlos Drummond de Andrade
- Oh...- As palavras sairão sem que eu tomasse qualquer noção.
- O que? cade? - Pergunta assustado e nervoso, e quando o foco retorna, percebo que Liam estava com o meu vaso roxo na mão.
- Vou pedir pizza, Você quer?- Digo um pouco devagar, estava muito ocupada, analisando.
- Você está de brincadeira comigo? - Uma pausa, e uma respiração profunda. - Pensei que houvesse alguém invadindo a casa! - O vaso é colocado gentilmente na mesa.
- Não acredita mesmo que eu te chamaria, certo? - Talvez, "desculpa" fosse o educado a se dizer, mas isso nem se quer existe no meu mundo, o Catherinolândia.
- Por que eu sou o homem aqui. - Respondeu ríspido.
- Grande merda! - Retruquei.
- Você deveria estar agradecendo por eu não ter te matado, sua...sua... - Disse, porém a unica coisa que passava pela minha mente era "Que bom, que mais alguém gagueja nessa casa".
- Sua o que? - O cortei de forma verbal, por enquanto.
- Criança.- E então em dois passos absurdamente barulhentos ele desapareci.
Depois de alguns minutos, alguns ruídos com palavras pouco puras, e o som de algo se quebrando, decidi não tentar iniciar outro dialogo.
A campainha toca, entregador de pizza sorri.
Vou para a cozinha e abro o vinho, não consigo comer nada sem uma taça, poderia dizer que estou começando a virar alcoólatra. O Oficial está sem camisa com um short largo de moletom, confesso as coisas nesse dia estão um pouco mal vestidas, ou somente não vestidas!
Ele vai até a cozinha e pega uma cerveja na geladeira, e senta no chão para comer junto a mim:
- Há uma razão para alguém inventar a camiseta! - Sussurrei.
- Você pareceu gostar de quando me viu assim a alguns minutos atrás, qual é o problema?Prefere quando estou todo molhado?
- Qual a diferença? - Mordo o lábio. - Continua sem me surpreender. - Em uma guerra, mentir é algo irrelevante para um bem maior, ou seja, a morte do meu passado.
- Você pode mentir o quanto quiser, mas foi a mim que seus olhos comeram. - Sibilou perto do meu ouvido.
- Pobrezinho, não sabe se defender? - E o placar mostra Theri com 1, Liam com 0.
- Porque eu faria isso, poupa-lá do maior vislumbre de homem que vai ver nu.
Theri [1]x [1]Liam
- Quase nu. - O corrigi. - E já vi melhores, acho que futuramente, um sapo nu fara muito mais efeito sobre mim, que um policial magrelo, e na média nacional.
- Média? - Me lembro como ele odiava estar na média, tanto nas notas, como em outro campos. - Não me obrigue, Catherine.
- Verdade. - Sarcasmo. - Você odeia ficar na média! Então me deixe repara meu erro. - Tambores soaram para as minhas ultimas palavras. - Você está abaixo da média nacional.
- E bem pertinho de você. - Alfineta. - Afinal seus EXs nem se quer falavam da sua posição. Aposto que está bem perto do núcleo da Terra, Amor.
- Não me lembro de nenhum reclamar, oposto das suas EXs. - Belisquei.
- Elas falaram que sou ruim? - Sobrancelha levantada, e preparado para o ataque.
- Não sei, elas não acordaram para eu perguntar. - E a ultima gota cai, e o maxilar tranca.
- Quer saber? - Antes que eu pudesse negar. - Eu te provo.
Três centímetros são nada em milésimos de segundos, e então aquele sabor de fogo e menta morde meus lábios, seus músculos me seguram colada em seu corpo, o mesmo, que ele levantou e pressionou contra a parede.
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8 Anos
ChickLitTheri, aquela que estava tão perto de colocar a vida nos eixos, de esquecer completamente o passado e suas dores, de esquecer lembranças boas que traziam o gosto amargo do fim, de esquece-lo. E de finalmente ter uma vida tranquila, assistindo séries...