Capitulo 10

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Eu sei, sou uma pessoa fria muitas vezes. Mais minha frieza é minha proteção 

-Tati Bernardi

Lentamente nos desgrudamos, desço ao chão, um ardor no peito me fez respirar como se tivesse corrido uma maratona, os abismos olhos dele estavam escuros o bastante para me perder. Eu queria falar, queria mentir, entretanto não consegui fazer ao encara-lo. Talvez houvesse um pedaço daquela mesma pessoa que perpetua na minha lembrança.

- Não faça isso de novo. - Murmurei encarando com minha expressão raivosa. E seus lábios estavam novamente nos meus, e não poderia se quer tentar impedi-lo, nem queria. Ele não me segurava a força, porém se algum jeito, estava presa.

- Não me provoque. - Sibilou. - Possa não ter misericórdia de você de novo.

- Na próxima vez que não ouvir... - E me beijou novamente, entretanto desta vez mordi sua linguá, que o fez desencosta-lá de mim, um leve circulo de sangue se formou, ele soltou um urro de dor. - Eu vou morder. - E um sorriso de canto apareceu. - Não vai sorrir, se perder a linguá. 

- Você reclama demais, para alguém que correspondeu. - Seu dedo mergulha no circulo vermelho. 

- Arrependido? - Questionei com um pouco de felicidade em vê-lo sofrer.

- Não. - Falou diretamente. - Insatisfeito. - E virou as costas e sentou-se no sofá e focou exclusivamente na Televisão.

Permaneci em silencio, evitando pensar, não queria assimilar o que aconteceu, nem dar a ele o prazer de me ver confusa, mas sem muita eficacia. Pensei em Anne, o que ela diria se visse sua melhor amiga entregue e rendida, então notei que Anne não tinha dado noticias, preciso ligar para ela, marquei mentalmente.

- Não sabia que era tão bom assim. - Começou de repente, limpando minha mente dos pensamentos e focando exclusivamente em suas palavra, muitas vezes ambíguas.- Lhe deixei sem palavras, Catherine.

- Estou concentrada tentando tirar o gosto ruim da boca. - Tive quase certeza de ouvir um rosnado. Não pude deixar de lhe apunhar, era a unica coisa que permanecia com orgulho.

- Catherine. - Disse como se fosse um aviso. 

- Liam. - Retruquei. 

 Ele me olha de novo com aqueles olhos, os olhos mais intimidantes que eu me lembro de ter visto. 

Penso.

- Não ouse. - Ele se levanta, e eu corro, no mesmo instante a campainha toca. Abro a porta já no impulso da corrida, e me surpreendo:

- Oi? - Diz Janny. - Catherine? - Ela distancia sua visão de mim encontrando o Policial que começava a diminuir sua velocidade, e seus dentes ficam a mostra num enorme sorriso. 

-Licença. - Fala ela novamente. E se aproxima do Oficial, lhe dando um selinho. Havia me esquecido como ela se tornou educada, logo após os 10 anos na qual me infernizou.

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